Modernidade e poder em A hora dos ruminantes
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i34.7241Palavras-chave:
José J. Veiga, Modernidade, LIteratura BrasileiraResumo
Este artigo tem como objetivo a análise do narrador no romance A hora dos ruminantes (1966) de José J. Veiga, e como a instância narrativa aborda os impasses da modernização e do progresso. Apesar do tom alegórico e metafórico da descrição de Manarairema, as ações dos personagens e da voz narrativa abordam o processo de modernização que ocorreu no Brasil a partir da segunda metade do século XX. Sob este aspecto, os personagens e o narrador se cruzam e se separam numa espécie de estrutura contrapontística. Por um lado, há a representação dos nativos de Manarairema através de um ponto de vista tradicional. Por outro lado, há a presença dos intrusos, cujo objetivo é modernizar a região, além da instância do narrador, cujo ponto de vista oscila entre um ponto de vista e outro configurando uma crítica ao progresso da modernização. Portanto, este artigo pretende mapear de que maneira o movimento de afastamento e aproximação do narrador, ao mesmo tempo que funciona como crítica à lógica modernizadora, também se configura como fuga do modelo naturalista latente na literatura brasileira desde o século XIX.
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