Translinguismo, exofonia e polifonia no Kojiki
o texto brasileiro
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https://doi.org/10.61389/revell.v3i33.7357Palavras-chave:
Kojiki, literatura japonesa, sinografia, transcriação, poesia concretaResumo
Por meio do presente artigo, apresentamos alguns fundamentos teóricos para uma tradução anti-orientalista do Kojiki (720), obra da alta antiguidade japonesa primeiramente compilada sob encomenda do trono imperial com vistas à oficialização de uma nova história para o estado de Yamato, assim como a um registro das genealogias e das tradições de seus clãs nobres. Partindo de leituras de Said (2007) e Cunha (2013), revemos as definições de Orientalismo e orientalismos periféricos, nos quais fica posto o problema de interpretações e traduções de textos poéticos japoneses que desconsiderem as historicidades suas e das culturas envolvidas na sua concepção. Então, propomos uma certa aplicação dos conceitos de translinguismo e transculturação (ETTE, 2016), de exofonia (WRIGHT; BRUNSWICK, 2008) e de polifonia (BAKHTIN, 2002), justificando a validade do seu emprego no estudo do século VIII japonês com base em referências como Duthie (2014), Naoki (1993) e Matsumae (1993). Como inspiração metodológica para a tradução poética de um Kojiki interpretado por essa perspectiva, trazemos diretrizes fundamentais das teorias da transcriação (CAMPOS, 2015) e da poesia concreta (CAMPOS; PIGNATARI; CAMPOS, 1975), defendendo assim a concepção de um projeto tradutório crítico, recriativo e atentamente dedicado à funcionalização de elementos tipográficos e da distribuição de suas palavras sobre a bidimensionalidade da página. Por resultado prático das reflexões apresentadas, deixamos ao fim do texto dois excertos em tradução da obra estudada, que neles fica tentativamente representada com destaque a seus aspectos translinguais, exofônicos e polifônicos.
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