O argumento civilizatório sobre alfabetização, leitura e escrita no romance literário “Os Analphabetos” de João Gumes (1928)
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i37.7702Palavras-chave:
crítica literária, estudos de romance, João Gumes, leitura, escritaResumo
O romance literário Os Analphabetos de João Gumes (1858-1930) publicado em 1928, em sintonia com romances de sua época, é marcado por reflexões de natureza sociopolítica sobre o Brasil. O título já indica o valor político da trama, pela qual narrador e personagens debatem tema um drama nacional: o analfabetismo. A trama se organiza em torno do embate heroico de Zézinho: de ajudante da rotina familiar na feira em Caetité-BA onde arrisca suas primeiras leituras às cenas em que a brutalidade proibitiva da leitura, feita pelo pai o obriga a fugir para Minas Gerais. O retorno à casa paterna comprova que seu pai fora enganado pelo compadre André que desviava suas cartas e ajudas. O enredo mostra, portanto, o desejo obstinado pela leitura e pela escrita, e o engajamento do protagonista para mudar a concepção do pai sobre a importância destas. A abordagem feita em torno de três temas (alfabetização, leitura e escrita) é marcada pelo argumento civilizatório do progresso nacional a ser alcançado pela alfabetização, dividido em uma reflexão sobre: anormalidade e desvio, ao comparar o analfabetismo com cegueira; bons costumes e afeto pátrio; boa moral versus mal; reflexões estas antenadas aos ideais higienistas da época.
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