Palavras na gaveta
(des)razões e destinatários na gênese de um diário
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https://doi.org/10.61389/revell.v1i37.8230Palavras-chave:
Diário, Memória, Ficção, Romance, Criação literáriaResumo
A proposta deste artigo, de natureza ensaística, é a de levantar reflexões acerca dos impulsos que perpassam a escrita de um diário pessoal, combinando memórias, hipóteses e leituras, de modo a pensar também em quem são os possíveis leitores do gênero e nas relações entre o Eu e o Outro que se fazem pelas palavras. Como corpus central de análise, dada a sua estrutura e conteúdo, foi utilizado o romance Luminol, de Carla Piazzi, e uma entrevista com a autora acerca das relações entre vida e obra existentes na narrativa; mas também relatos feitos por outros escritores sobre seus processos criativos e alguns conceitos da psicanálise. O artigo propõe ainda uma valorização da experiência, enquanto matéria para a criação, e se debruça sobre as dicotomias entre o mostrar-se e o esconder-se, o individual e o universal, o privado e o coletivo, a realidade e a fantasia; assim como sobre as estratégias, conscientes ou não, que utilizamos para dar algum sentido à existência e lidar com a multiplicidade, a dissociação e as inquietações que existem em cada um de nós.
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