A longa carta de Mariama Bâ e a escrita de si
Visualizações: 95DOI:
https://doi.org/10.61389/revell.v3i36.8244Palavras-chave:
Escrita de si, Une si longue lettre, perlaboraçãoResumo
Este artigo visa a examinar a presença da “escrita de si” no romance Une si longue lettre, da escritora senegalesa Mariama Bâ. Na obra em tela, a protagonista Ramatoulaye se serve do expediente da “escrita de si” para reavaliar sua vida, suas decisões e reencontrar seu eixo. A redação da missiva a auxilia a se conhecer melhor e, por meio da reflexão, propiciada por sua reclusão vidual, se assenhora de si e toma consciência de si e do lugar ocupado pela mulher em sua sociedade. A escrita assiste à personagem no sentido de compreender seu mal e de várias congêneres. Dessa forma, ela possibilita sua reestruturação e seu fortalecimento para não desistir de ser uma mulher atuante e de procurar sua felicidade. Apoiamo-nos nas reflexões empreendidas por Foucault (1992), Klinger (2012), Dia (2003), Genette (2017), dentre outros para empreender esta análise.
Referências
ALCOFORADO, Mariana. Cartas portuguesas. Porto Alegre: L&PM, 2016.
BÂ, Mariama. Une si longue lettre. NEA: Dakar/Abidjan/Lome, 1979.
BAKHTIN, Mikhail. Questões de Literatura e de Estética. Tradução de Aurora Fornoni Bernadini, José Pereira Júnior, Augusto Góes Júnior, Helena Spryndis Nazário e Homero de Freitas de Andrade. São Paulo: Editora Unesp, 1993.
BASTOS, Roberto Kennedy de Lemos. A escrita como cuidado de si na obra tardia de Michel Foucault. Revista Sísifo. n. 5, 2017. p. 158-170. Disponível em: www.revistasisifo.com. Acesso em 05 maio 2020.
BRESSE, Maria Graciete. As “Novas Cartas Portuguesas” e a contestação do poder patriarcal. Latitudes, nº 26, abril 2006, p. 16 –20. Disponível em: http://www.revues-plurielles.org/_uploads/pdf/17/26/17_26_04.pdf. Acesso em 22 jul. 2020.
DIA, Ousmane. Entre tradition et modernité : le romanesque épistolaire d’Une si longue lettre. Critaoi, n. 1, 2003. p. 1-16. Disponível em: https://critaoi.org. Acesso em 10 out. 2017.
DOGLIOTTI, Rosa-Luisa Amalia (2000). Le thème du mariage mixte et/ou polygame comme foyer d’observation socioculturelle et interculturelle dans quatre romans francophones : mariages ou mirages ? 173 f. Dissertação (Dissertação em Artes) – Master of Arts, University of South Africa/Pretoria, 2000. Disponível em: https://uir.unisa.ac.za/handle/10500/18647. Acesso em 27 jul. 2023.
GACOIN-MARKS, Florence. Ambigüités génériques dans Une si longue lettre de Mariama Bâ. Acta neophilologica. vol. 42, številka 1/2, 2009, p. 187-195. Disponível em: http://www.dlib.si/?URN=URN:NBN:SI:DOC-Y9FZTHF9. Acesso em 08 out. 2018.
GIGUÈRE, Caroline. Fonctions de l’épistolaire chez Mariama Bâ : genre de la négociation, négociation du genre. Postures, n. 5, dossier : Voix de femmes de la francophonie, printemps, 2003, p. 18-28. Disponível em: http://revuepostures.com/fr/articles/giguere-5. Acesso em 17 mar. 2017.
FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor?. Lisboa: Passagens, 1992, p. 129-160.
GENETTE, Gérard. Figuras III. Tradução de Ana Alencar. São Paulo: Estação da Liberdade, 2017.
KLINGER, Diana. Escritas de si, escritas do outro: o retorno do autor e a virada etnográfica. Rio de Janeiro: 7letras, 2012.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte, Ed. da UFMG, 2014.
LISPECTOR, Clarice. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. Viver para contar. Tradução de Eric Nepomuceno. Rio de Janeiro/São Paulo: Ed. Record, 2003.
OLIVEIRA, Alexandra Almeida de; CAMARGO, Goiandira Ortiz de. Um abrigo chamado escrita. Leitura em revista, n. 16, p. 265-267, 30 abr. 2020. Disponível em: https://iiler.puc-rio.br/leituraemrevista/index.php/LER/article/view/225. Acesso em 10 jul. 2020.
PIETRANI, Anélia Montechiari. “As cartas não mentem jamais”: sobre cartas e diários na obra de Ana Cristina Cesar e Sylvia Plath. XI Congresso Internacional da ABRALIC: Tessituras, Interações, Convergências. USP, São Paulo, 2008. Disponível em: https://abralic.org.br/eventos/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/081/ANELIA_PIETRANI.pdf. Acesso em 02 jul. 2020.
SILVA, Isabel Camila Alves da; PÁDUA, Vilani Maria de. A epístola como espaço da memória e da escrita de si: uma análise do romance De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato. Revista Enlaces, v. 1, n. 16, abr-jun. 2019. p. 279-297. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/entrelaces/article/view/39871. Acesso em 03 jul. 2020.
SOUSA, Germana Henriques Pereira de. Carolina Maria de Jesus: o estranho diário da escritora vira lata. Vinhedo/SP: Editora Horizonte, 2012.
VIEIRA, Thales Rodrigo; OLIVEIRA, Alexandra Almeida de. A salvação pela linguagem: alguns apontamentos sobre a metalinguagem e a concepção de tradução em Primo Levi. In: PAULA, Marcelo Ferraz de (org). Ética, estética e políticas do testemunho. São Paulo, Nankin, 2017. p. 141-158.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).