Silêncio e resistência no regionalismo dos dias de hoje
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https://doi.org/10.61389/revell.v2i38.8568Palavras-chave:
identidade nacional, resistência, literatura brasileira, regionalismoResumo
O artigo tem como hipótese a ideia de que para além da expressão de identidades periféricas e silenciadas no percurso histórico temos, no regionalismo, via procedimentos estéticos como a apresentação da “cor local” e identidades silenciadas, formas de expressão da nacionalidade brasileira que ampliam, nos últimos anos, traços de resistência social. Selecionamos como corpus específico para o estudo personagens do filme Bacurau (2019), dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dorneles e da narrativa O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschi, com foco em Iñe-e, uma das personagens centrais da obra. Nossa premissa de pesquisa pensa a presença de um tom reflexivo que problematiza e revela a complexidade de identidades em contato na tradição literária no Brasil. Selecionamos como principais fontes teóricas as contribuições de Andrade (1922); Bernd (2003), Hall (2003), Bhabha (1998); Candido (1976) e Holanda (1995), para as discussões sobre conceitos como identidade e cultura, bem como Ávila (1975), Cascudo (2006) e Chiampi (1980), entre outros, para pensar o regionalismo e sua atualização no período histórico que selecionamos para ambientar nossas reflexões. Pretendemos, contribuir para a discussão da complexidade da representação literária como fator de abordagem cultural, mesmo que em obras distintas estilisticamente como as que selecionamos como o corpus do estudo.
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