Entre cicatrizes e silêncios
configurações em Reze pelas mulheres roubadas
DOI:
https://doi.org/10.61389/revell.v1i39.8738Palavras-chave:
Literatura, Cicatrizes, Silêncio, Reze pelas Mulheres RoubadasResumo
Pensar sobre experiências que possibilitam cicatrizes as quais perduram ao longo da vida de forma a proporcionar silêncios que trazem à tona diversos sentidos é relevante quando tais sensações são observadas no âmbito do texto literário por meio dos acontecimentos e ações das personagens. Pelo exposto, este artigo busca analisar e compreender as configurações das cicatrizes e dos silêncios expressos na obra Reze pelas mulheres roubadas (2015) por meio das recordações da personagem narradora, dado que os acontecimentos perpassam em um ambiente de exacerbadas violências contra as mulheres do local, representadas na obra pelas personagens Paula, Maria e Ladydi. No que concerne ao olhar teórico, o apoio se dá pelo pensamento de: Brait (2017); Candido (2011); Gagnebin (2009); Le Braton (2006); Candau (2019), Segato (2016), e Butler (2020), entre outros. Quanto às considerações, observamos as diversas formas de cicatrizes visíveis e invisíveis no corpo das mulheres, assim como os modos em que os silêncios se configuram diante de circunstâncias que causam dores e traumas. Portanto, verificamos que a obra possibilita um ressignificar das experiências através da possibilidade de reconstruir lembranças que, mesmo executadas em situações pretéritas, trazem à luz reflexões no presente, especialmente quando essas vivências acontecem sobre corpos femininos
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