O imaginário da paisagem na poesia de Emily Dickinson
DOI:
https://doi.org/10.61389/revell.v1i39.9294Palavras-chave:
Paisagem, Poesia, Emily Dickinson, Contemporaneidade, ImaginárioResumo
O tema da paisagem surge como contraponto ao contexto urbano acelerado e ao isolamento digital, em que indivíduos frequentemente se distanciam tanto de suas conexões interpessoais quanto do mundo material e da paisagem que os circunda. Este artigo investiga a representação da paisagem na poesia de Emily Dickinson, buscando refletir sobre como a percepção da natureza pode oferecer uma alternativa a um viver fragmentado. Diante do desafio de observar e ouvir a natureza e suas regras autônomas, indagamos: seria possível encontrar nela um caminho para uma existência mais plena? A obra de Dickinson, marcada por uma contemplação sensível da paisagem, é analisada com base em um referencial teórico que inclui Michel Collot, Ida Ferreira Alves e Marcia M. Miguel Feitosa nos estudos da paisagem. Complementarmente, os textos de José Lira, Patrícia Ramos e Katherine Funke elucidam a poética da autora, enquanto Ailton Krenak permite aproximar sua obra dos dilemas contemporâneos. Os resultados revelam que a poesia de Dickinson valoriza tanto vastas paisagens quanto minúsculos e quase invisíveis detalhes, expressando um olhar atento e contemplativo. Num mundo acelerado e mercantilizado, onde a natureza também é explorada como produto, a leitura de Dickinson resiste a essa lógica superficial. Seus versos sugerem uma reconexão poética e imaginativa com a paisagem, oferecendo um convite à desaceleração e ao aprofundamento na relação com o ambiente natural.Referências
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