O (não) lugar do masculino em Triste fim de Policarpo Quaresma
Visualizações: 722Keywords:
Identidade, Representação, Masculinidade, Triste fim de Policarpo Quaresma.Abstract
O presente trabalho discorre acerca da representação da identidade masculina do protagonista da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, a qual ora se localiza em territorialidades arquetípicas, ora se mostra destoante perante as identificações predeterminadas para o contexto social em que se passa a história. Em nossa leitura crítica, valer-nos-emos do método comparatista para examinar algumas outras ocorrências de representação masculina em personagens que fazem parte da narrativa, a fim de exemplificar as possibilidades duais, condizentes e contrastantes que categorizam as subjetivações do sujeito masculino, a saber: uma identidade hegemônica e uma não hegemônica. Nesse sentido, explana-se sobre a temática genérica de masculinidade e sobre o sistema abstrato que produz e reproduz identidades e papéis sociais para homens e mulheres. Para tanto, utiliza-se dos pressupostos teóricos de pensadores como: Badinter (1993), Nolasco (2001), Oliveira (2004), Albuquerque Júnior (2013) e Deleuze e Guattari (2015), dentre outros escritores que sejam pertinentes para o referido estudo.
References
AGUIAR, Neuma. Patriarcado, sociedade e patrimonialismo. Sociedade e Estado, Brasília, v. 15, n. 2, p. 303-330, 2000.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. Nordestino: invenção do “falo” – Uma história do gênero masculino (1920-1940). São Paulo: Intermeios, 2013.
BADINTER, Elisabeth. XY: sobre a identidade masculina. Trad. Maria Ignez Duque Estrada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Garnier, 1989.
______. Triste fim de Policarpo Quaresma. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 2011.
BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Kühner. 3. ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2016.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 10. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2008.
CHRISTÓFARO SILVA, João Gonçalves Ferreira. “Pequenas, grandes, mínimas ideias”: a construção da imagem do escritor nos diários de Lima Barreto. 2013. 109 f. Dissertação (Mestrado em Teoria da Literatura) – Curso de Pós-Graduação em Estudos Literários, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. vol. 3. São Paulo: 34, 2015.
______. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. vol. 1. São Paulo: 34, 2017.
FREIRE, Manoel. O problema da identidade nacional em Triste fim de Policarpo Quaresma. Revista UNIABEU, v. 5, p. 51-66, maio/ago. 2012.
GIDDENS, Anthony; SUTTON, Philip W. Conceitos essenciais da sociologia. Trad. Claudia Freire. São Paulo: Unesp, 2016.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2015.
IZECKSOHN, Vitor. Quando era perigoso ser homem. Recrutamento compulsório, condição masculina e classificação social no Brasil. In: DEL PRIORE, Mary; AMANTINO, Marcia (Orgs). História dos homens no Brasil. São Paulo: UNESP, 2013. p. 267-297.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades; 34, 2007.
NADER, Maria Beatriz. A condição masculina na sociedade. Dimensões – Revista de História da UFES, Vitória, n. 14, p. 461-480, 2002.
NOLASCO, Sócrates. De Tarzan a Homer Simpson: banalização e violência masculina em sociedades contemporâneas ocidentais. Rio de Janeiro: Rocco, 2001.
OLIVEIRA, Pedro Paulo de. A construção social da masculinidade. Belo Horizonte: UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2004.
RÍOS, Guillermo. A captura da diferença nos espaços escolares: um olhar deleuziano. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 27, n. 2, p. 111-122, jul./dez. 2002.
SANT’ANNA, Denise Bernuzzi de. Masculinidade e virilidade entre a Belle Époque e a República. In: DEL PRIORE, Mary; AMANTINO, Marcia (Orgs). História dos homens no Brasil. São Paulo: UNESP, 2013. p. 245-266.
SILVA, Roniê Rodrigues da. Cartografias mito-poéticas do imaginário nelidiano: das visões do mundo arcaico ao contemporâneo no romance Fundador. 2010. 287 f. Tese (Doutorado em Literatura Comparada) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.
SIMON, Luiz Carlos Santos. Fundamentos para pesquisas sobre masculinidades e literatura no Brasil. Revista Estação Literária, Londrina, v. 16, p. 8-28, jun. 2016.
ZOLIN, Lúcia Osana. Crítica feminista. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (Orgs.). Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas. 3. ed. (revista e ampliada). Maringá: Eduem, 2009. p. 217-242.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVELL, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).