v.3, n.17 - 2017 Subjetividade, corporalidade, e necropolítica na era do pós (pós-humanidade, pós-identidade, pós-gênero, pós-feminismo…)
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Subjetividade, corporalidade, necropolítica, pós.Resumen
Este número da REVELL tem por objetivo acolher os textos que girem em torno subjetividades e as corporalidades que se sucedem nos últimos anos, especialmente desde 2010, que temos chamado a era pós. A partir dessa premissa, se trata de dar conta de uma variedade de discursos, produções culturais e práticas artísticas que refletem essa polifonia de vozes da resistência foram articulando uma série de micropolítica pós-identitárias.
Se trata, portanto, de repensar práticas subjetividades e corporalidade atuais, neste momento de incerteza em que parece que as identidades, sejam estas quais sejam (nacional, étnica, linguística, sexual, genérica, religiosa, geopolítica, geracional, social ...), tais como as "imaginamos" até agora, tenham chegado ao fim. Assim, em discursos recentes prolifera um repertório de novos termos, como observa Rosi Braidotti, Lo posthumano (2013), para dar nome a várias teorias: pós-identidade, pós-sexualidade, pós-gênero, genderhacker ou subjetividade cyborgqueer, de acordo com Elena Castro, Poesía lesbiana queer: cuerpos y sujetos inadecuados (2014), retomando o Manifiesto Cyborg (1984) Donna J. Haraway, pois se trata de uma/um sujeito que resiste a qualquer categorização. Outros conceitos tais como pós-feminismo, ciberfeminismo ou transfeminismo servem para dar referências às identidades, sexualidades e gêneros difíceis de rotular, embora Beatriz Preciado define este último como um “movimiento tullido-trans-puto-marico-bollero-intersex y postporno” (“Decimos revolución”. Transfeminismos 2013: 10) Subjetividades, corporalidades que resistem marcas de identidade sexual e de gênero, concebidas estas como normativas, tanto hegemônica como contra hegemônica. Como aponta Beatriz Preciado, a modo de manifesto, se trata de rejeitar uma cidadania definida a partir da força de produção e de reprodução. Neste sentido, o sistema capitalista torna-se necrocapitalismo ou, como designado pela filósofa mexicana Sayaka Valencia, Capitalismo gore (2010). Uma engrenagem econômica e simbólica que se constrói através da gestão de morte. Um poder ou soberania Achille Mbembe definido como "o direito de matar" em Necropolítica (2011: 21). A era do pós proclama a mutabilidade, hibridismo e instabilidade de toda identidade.
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