A EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL E A INTERSECCIONALIDADE DAS OPRESSÕES DE GÊNERO, DE RAÇA E DE CLASSE VIVENCIADAS PELA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL

Visualizações: 487

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61389/rbecl.v5i10.6790

Palavras-chave:

Educação, Racismo, Práxis

Resumo

Neste estudo, problematizamos as relações étnico-raciais e a interseccionalidade das opressões no contexto de uma educação marcada por um percurso pouco acessível, no âmbito das relações sociais de poder, para as pessoas negras oriundas das classes populares. O objetivo é aprofundar a reflexão epistemológica sobre o racismo, tendo como centralidade a interseccionalidade, paradigma referencial interpretativo usado por teóricas negras para explicar a inter-relação dos fenômenos sociais das opressões de raça, de gênero e de classe, entre outras, nos sistemas de dominação, evidenciando a relação entre racismo, sexismo e educação. Utilizamos, como metodologia, a revisão bibliográfica relacionada ao estudo, tendo como base a leitura de autoras e autores que abordam a relação entre o racismo e a educação na perspectiva das opressões de raça, de gênero e de classe vivenciadas pela população negra. Como resultado, constatamos que o pensar e o atuar na práxis educativa a partir dos conhecimentos subjugados do pensamento feminista negro é tarefa fundamental para o exercício de uma pedagogia libertadora, que surge não só da consciência crítica, mas também da resistência à exploração de classe e à interseccionalidade das opressões, no âmbito das relações sociais de poder e de saber, com vistas à transformação do projeto excludente em processo emancipatório includente e autônomo da sociedade.

Biografia do Autor

Eunice Léa de Moraes , UFPA

Doutora em Educação(PPGED/ICED/UFPA), Mestrado em Ciência da Computação - Informática na Educação (UFSC/CESUPA).. Especialista em Educação e Problemas Regionais( ICED/UFPA). Especialista em Avaliação (Cátedra UNESCO/ UNB).Professora Adjunta da Faculdade de Educação (FAED) do Instituto de Ciências da Educação (ICED) da Universidade Federal do Pará(UFPA).Associada à ANPED (Associação Nacional de Pós-graduação em Educação). Membro do GT 21:Educação e Relações Étnico-raciais da ANPED. Associada à ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros); Associada a ADUFPA/ ANDES;( Associação de Docentes da UFPA). Filiada ao SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Pará). Líder do GEPEDEFEN (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Epistemologia do Feminismo Negro ). Projetos de pesquisa: As contribuições das educadoras negras para o ensino, para a pesquisa e para a extensão da Universidade Federal do Pará: ao encontro da memória e da experiência histórica dos percursos trilhados. ( PORTARIA Nº 084/2020- ICED/UFPA). Coordenadora do Eixo II do Curso de Pedagogia (Mundo do Trabalho, trabalho docente e processos educativos na contemporaneidade. Portaria04/2021/FAED/ICED/UFPA) . Projeto de Tese ( Educação Libertadora e Feminismo Negro: uma teia conceitual de resistência a interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe. (PPGED/ICED/UFPA.2020). Representante discente do PPGED no Colegiado e na Congregação do ICED/UFPA (2017). Assessora da Secretaria de Politicas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (2013-2015). Membro do Conselho Nacional de Política de Igualdade Racial (CNPIR 2003-2010). Assessora da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (2007-2012). Coordenadora Geral do Programa de Qualificação Profissional (PNQ) do Ministério do Trabalho e Emprego (2003-2007). Consultora do Programa Vento Norte da Amazônia das Escolas Sindicais Amazônia e Chico Mendes da Central Única dos Trabalhadores (CUT/2000-2001).Assessora Pedagógica do Programa Vento Norte da Escola Sindical Amazônia (CUT/1999). Experiência na área de Educação e Trabalho, com ênfase na formação de educadores (as), formação de formadores(as),currículo, capacitação profissional, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia de ensino e aprendizagem, relações de gênero e étnico-raciais, gênero e raça no mercado de trabalho, sexismo e racismo, pedagogia Freireana. Artigos publicados sobre educação, relações de gênero e raça no mundo do trabalho, interseccionalidade de gênero, raça e classe, educação libertadora Freireana, feminismo negro. ORCID:0000-0002-3836-5764. Publicação de livro: Educação Libertadora e Feminismo Negro: uma teia conceitual de resistência a interseccionalidade das opressões de gênero, de raça e de classe. Curitiba: CRV, 2021

Referências

BAIRROS, Luiza. Apresentação Seppir. In: MARCONDES, Mariana Mazzini et al. (org.). Dossiê Mulheres Negras: Retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. IPEA, Brasília, 2013.

CALLINICOS. Alex. Capitalismo e racismo. 1993. Disponível em: https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-estadual-de-londrina/sociologia-geral/alex-callinicos-capitalismo-e-racismo/10766187. Acesso em: 14 jun. 2018.

CRENSHAW, Kimberle. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Tradução de Liane Schneider. Revisão de Luiza Bairros e Claudia de Lima Costa. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n.1, p. 171-188, jan., 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011

DAVIS, Ângela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Conscientização. Tradução de Tiago José Risi Leme. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2016.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez, 1996.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva 30 anos depois: regressão social e hegemonia às avessas. Revista Trabalho Necessário, v. 13, n. 20, jun., 2015. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/8619. Acesso em: jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.22409/tn.13i20.p8619

GONZALEZ, Lélia. Cultura, etnicidade e trabalho: efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher. Comunicação. 8º Encontro Nacional da Latin American Studies Association, Pittsburgh, 5 a 7 de abril de 1979. Reproduzida pela Universidade Católica do Rio de Janeiro – BR.

GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel (org.). Lugar da mulher. Rio de janeiro: Graal Editora, 1982.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anuário de Antropologia, Política e Sociologia – Anpocs, 1984, p. 223-244.

GONZALEZ, Lélia. A categoria política-cultural de Africanidade. Tempo Brasileiro. Rio de janeiro, n. 92/93, jan./jun.1988.

GUIMARÃES, Antônio Sergio Alfredo. Classes, raças e democracia. São Paulo: editora 34, 2012.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução de Bhuvi Libânio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.

HOOKS, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. Tradução de Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Editora Elefante, 2019.

IANNI, Octavio. Sociologia da Sociologia. São Paulo: Ática, 1989.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). 2018. Disponível em: liv101654_informativo.pdf (ibge.gov.br). Acesso em: jun. 2020.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). 2019. Disponível em: liv101707_informativo.pdf (ibge.gov.br). Acesso em: jun. 2020.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. CLACSO – Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales. Buenos Aires. 2005, p. 126.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. rev. atualiz. São Paulo. Cortez, 2016.

Downloads

Publicado

2021-12-14

Como Citar

de Moraes , E. L. . (2021). A EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL E A INTERSECCIONALIDADE DAS OPRESSÕES DE GÊNERO, DE RAÇA E DE CLASSE VIVENCIADAS PELA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL. REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E LINGUAGEM, 5(10). https://doi.org/10.61389/rbecl.v5i10.6790