A EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL E A INTERSECCIONALIDADE DAS OPRESSÕES DE GÊNERO, DE RAÇA E DE CLASSE VIVENCIADAS PELA POPULAÇÃO NEGRA NO BRASIL
Visualizações: 487DOI:
https://doi.org/10.61389/rbecl.v5i10.6790Palavras-chave:
Educação, Racismo, PráxisResumo
Neste estudo, problematizamos as relações étnico-raciais e a interseccionalidade das opressões no contexto de uma educação marcada por um percurso pouco acessível, no âmbito das relações sociais de poder, para as pessoas negras oriundas das classes populares. O objetivo é aprofundar a reflexão epistemológica sobre o racismo, tendo como centralidade a interseccionalidade, paradigma referencial interpretativo usado por teóricas negras para explicar a inter-relação dos fenômenos sociais das opressões de raça, de gênero e de classe, entre outras, nos sistemas de dominação, evidenciando a relação entre racismo, sexismo e educação. Utilizamos, como metodologia, a revisão bibliográfica relacionada ao estudo, tendo como base a leitura de autoras e autores que abordam a relação entre o racismo e a educação na perspectiva das opressões de raça, de gênero e de classe vivenciadas pela população negra. Como resultado, constatamos que o pensar e o atuar na práxis educativa a partir dos conhecimentos subjugados do pensamento feminista negro é tarefa fundamental para o exercício de uma pedagogia libertadora, que surge não só da consciência crítica, mas também da resistência à exploração de classe e à interseccionalidade das opressões, no âmbito das relações sociais de poder e de saber, com vistas à transformação do projeto excludente em processo emancipatório includente e autônomo da sociedade.
Referências
BAIRROS, Luiza. Apresentação Seppir. In: MARCONDES, Mariana Mazzini et al. (org.). Dossiê Mulheres Negras: Retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil. IPEA, Brasília, 2013.
CALLINICOS. Alex. Capitalismo e racismo. 1993. Disponível em: https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-estadual-de-londrina/sociologia-geral/alex-callinicos-capitalismo-e-racismo/10766187. Acesso em: 14 jun. 2018.
CRENSHAW, Kimberle. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Tradução de Liane Schneider. Revisão de Luiza Bairros e Claudia de Lima Costa. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n.1, p. 171-188, jan., 2002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011
DAVIS, Ângela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, Paulo. Conscientização. Tradução de Tiago José Risi Leme. 4. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2016.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. São Paulo: Cortez, 1996.
FRIGOTTO, Gaudêncio. A produtividade da escola improdutiva 30 anos depois: regressão social e hegemonia às avessas. Revista Trabalho Necessário, v. 13, n. 20, jun., 2015. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/8619. Acesso em: jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.22409/tn.13i20.p8619
GONZALEZ, Lélia. Cultura, etnicidade e trabalho: efeitos linguísticos e políticos da exploração da mulher. Comunicação. 8º Encontro Nacional da Latin American Studies Association, Pittsburgh, 5 a 7 de abril de 1979. Reproduzida pela Universidade Católica do Rio de Janeiro – BR.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel (org.). Lugar da mulher. Rio de janeiro: Graal Editora, 1982.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anuário de Antropologia, Política e Sociologia – Anpocs, 1984, p. 223-244.
GONZALEZ, Lélia. A categoria política-cultural de Africanidade. Tempo Brasileiro. Rio de janeiro, n. 92/93, jan./jun.1988.
GUIMARÃES, Antônio Sergio Alfredo. Classes, raças e democracia. São Paulo: editora 34, 2012.
HOOKS, bell. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.
HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução de Bhuvi Libânio. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019.
HOOKS, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. Tradução de Cátia Bocaiuva Maringolo. São Paulo: Editora Elefante, 2019.
IANNI, Octavio. Sociologia da Sociologia. São Paulo: Ática, 1989.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). 2018. Disponível em: liv101654_informativo.pdf (ibge.gov.br). Acesso em: jun. 2020.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). 2019. Disponível em: liv101707_informativo.pdf (ibge.gov.br). Acesso em: jun. 2020.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. CLACSO – Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales. Buenos Aires. 2005, p. 126.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. rev. atualiz. São Paulo. Cortez, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E LINGUAGEM, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à (REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO, CULTURA E LINGUAGEM implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).