O ensino superior e a internacionalização na Universidade de São Paulo

Resumo

Este artigo pretende analisar e discutir a internacionalização do ensino superior no Brasil e, em especial, na Universidade de São Paulo. O objetivo é analisar as diferentes concepções de internacionalização do ensino superior, compreendendo as implicações e ideologias contidas em cada uma delas; discutir os impactos que a internacionalização fomentada por organismos internacionais acarretam para as universidades brasileiras; analisar o modelo de internacionalização exercido pela Universidade de São Paulo e as consequências dessa política na realidade acadêmica. O aporte teórico é baseado em Ortiz (2007), Santos (2001) e Mignolo (2000), para referenciar os conceitos de mundialização e globalização;  Mignolo (2000) e Pennycook (2007) que traçam um panorama histórico do processo de globalização na América e sua relação com o conhecimento acadêmico; Slaughter e Leslie (2001), que discorrem acerca do conceito de capitalismo acadêmico; Gibbons et al. (1997) que analisa a conversão das universidades como indústrias de conhecimento que movimenta bilhões de dólares; Altabach (2001) e Miúra (2006), que analisam a internacionalização das universidades; Morosini (2011), Didriksson (1997), Lima e Maranhão (2009) e Vuilletet (2005), que discorrem acerca dos modelos e conceitos de internacionalização existentes. As metodologias empregadas foram: pesquisa bibliográfica sobre o tema, pesquisa descritiva e exploratória em que analisamos a internacionalização da Universidade de São Paulo. Como resultado, foi possível depreender que os modelos de internacionalização propostos por rankings e por organismos internacionais visam privilegiar as intituições que detêm as lideranças acadêmicas e não refletem a realidade da maioria das universidades brasileiras. Também foi possível verificar que a Universidade de São Paulo reproduz o modelo vigente que não necessariamente condiz com a realidade acadêmica da própria universidade.