Inação e morte no teatro simbolista

Maeterlinck e Pessoa

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Auteurs

  • Marco Aurélio Abrão Conte Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus de Araraquara - Faculdade de Ciências e Letras: Araraquara, SP, BR https://orcid.org/0000-0002-8191-3156

DOI :

https://doi.org/10.61389/rel.v2i1.5751

Résumé

Com o advento da estética simbolista no século XIX, que primava pela valorização de uma subjetividade isoladora, passiva, indiferente e por vezes hermética, em reação à objetividade de um cientificismo cada vez mais perceptível no seio da forma literária, logrou-se, no âmbito da arte dramática, questionar a própria estrutura do drama. Ensimesmadas, as personagens do teatro simbolista inviabilizam reais tensões intersubjetivas, resignadas que estão diante da morte, que ocupa todo o espaço da mimese e acaba por, formalmente, impedir a ação. Cenicamente, o efeito é potencializado por ambientes sombrios, suspensos no tempo e distantes no espaço – ao gosto dos simbolistas –, nos quais prostram-se homens e mulheres impotentes, despidos de identidade individual e convencidos da inutilidade de (inter)agir. Este trabalho busca refletir, a partir de peças do belga Maurice Maeterlinck e do português Fernando Pessoa, sobre as formas pelas quais a temática da morte, ao se precipitar em linguagem teatral amparada nos moldes do simbolismo, leva à obliteração estrutural da ação, multissecular sustentáculo do gênero, evidenciando a substituição do real pelo onírico, da afirmação pela sugestão e, enfim, do movimento pela inação do drama estático.

Biographie de l'auteur

Marco Aurélio Abrão Conte, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Câmpus de Araraquara - Faculdade de Ciências e Letras: Araraquara, SP, BR

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras (Unesp-Araraquara). Bolsista do CNPq.

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Publiée

2021-03-07

Comment citer

Abrão Conte, M. A. (2021). Inação e morte no teatro simbolista: Maeterlinck e Pessoa. REVISTA ESTUDOS EM LETRAS, 2(1), 117–132. https://doi.org/10.61389/rel.v2i1.5751

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