Autobiografia contemporânea em Fun Home
uma história em quadrinhos
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https://doi.org/10.61389/rel.v3i1.7021Palavras-chave:
Autobiografia, Literatura Contemporânea, Narrador pós-moderno, ParódiaResumo
O presente artigo deseja elencar e analisar elementos da literatura pós-moderna, tais como a projeção subjetiva no narrador, o hibridismo textual, bricolagem de referências à alta literatura e a paródia, enquanto rupturas com a autobiografia tradicional na história em quadrinhos Fun Home: Uma tragicomédia em família (2018), de Alison Bechdel. A HQ, eleita o livro do ano pela revista Times em 2006, rememora infância e adolescência da cartunista enquanto pondera a difícil relação com o pai e a descoberta da própria homossexualidade. Bechdel cria uma retrospectiva de alto teor artístico, repleta de referências à literatura inglesa que funcionam como chave interpretativa para as suas relações. Há referências a Camus, James, Fitzgerald, Proust, Wilde, Hemingway e Joyce. A relevância desta HQ reside na hibridez da escrita de Bechdel, cujo resultado é classificado como precursor, já que amalgama pioneiramente os gêneros autobiografia e história em quadrinhos. As diferentes tipologias textuais presentes na HQ, tais como cartas, fotos e mapas, dão à narrativa alto grau de hibridismo, elemento pouco comum nas escritas memorialísticas. Para a análise das citações e projeções desta narradora-personagem que duvida da objetividade de seu olhar e medita acerca da impossibilidade da palavra, autores como Linda Hutcheon, Pierre Bourdieu e Benito Bisso Schmidt auxiliar-nos-ão.
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