BIOECONOMIA SUSTENTÁVEL: Uma proposição científica emergente
Visualizações: 525Resumo
A discussão da recente literatura sobre Bioeconomia aponta para duas principais dimensões. A primeira refere-se à abordagem conceitual e a segunda, diz respeito à abrangência prática do conceito ao longo das redes produtivas sustentáveis. A Bioeconomia guarda uma relação direta com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, promovidos pela Organização das Nações Unidas, em destaque às preocupações globais e territoriais relativas às mudanças climáticas, fome zero e agricultura sustentável, energia limpa, consumo e produção responsáveis. Neste sentido, este Ensaio Teórico tem por objetivo compilar as iniciais abordagens conceituais sobre o termo Bioeconomia, em transição à Bioeconomia Sustentável. Trata-se de uma pesquisa básica, de ordem exploratória, amparada por uma revisão bibliográfica, portanto, de origem essencialmente secundária, e assim de natureza puramente qualitativa. Face à literatura consultada, considerou-se que trata-se de uma proposição científica emergente, e que está em transição para uma Bioeconomia Sustentável. A construção do termo se desenvolve numa abordagem epistemológica inter e multidisciplinar, uma vez que a discussão teórica abrange várias áreas do conhecimento científico, que abarcam a dimensão espacial homem-natureza, sociedade e meio ambiente, ativos bioeconômicos sustentáveis de origem biológica, bioenergética, biomassas, além da produção de alimentos. Embora, já se encontre alguns direcionamentos de aportes conceituais, entendeu-se que, ainda, não há consenso sobre uma definição pacífica entre os pesquisadores e atores. Constatou-se, que cada setor produtivo olhe para o seu ambiente interno, reconhece os seus fatores produtivos e tecnológicos e passa a construir seu conceito próprio.
Referências
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecília Campello do Amaral; BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é Justiça Ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6023 – Informação e documentação – Referências – Elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro, 2018.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO (ANPAD). Boas Práticas da Publicação Científica: um manual para autores, revisores, editores e integrantes de Corpos Editoriais. Disponível em: https://www.mackenzie.br/fileadmin/ARQUIVOS/Public/top/midias_noticias/editora/old/Editora/Revista_Administracao/Boas_Praticas.pdf. Acesso em: jun. 2018.
AVELLAR, Rogério. Bioeconomia – Um novo paradigma para a sociedade mundial e uma oportunidade para o setor agropecuário brasileiro. 2017. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/artigostecnicos/38-artigo_-_rogerio_avellar_0.14306100%201514912085.pdf. Acesso em: maio. 2019.
BERALDO, Antonio Donizeti. Desafios e potencialidades. AgroANALYSIS, v. 38, n. 9, p. 24-25. 2019.
BIRNER, R. Bioeconomy concepts. In: (Ed.). Bioeconomy: Shaping the Transition to a Sustainable, Biobased Economy, p.17-38. 2017.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Portaria n 121, de 18 de junho de 2019. Diário Oficial da União, Brasília, Edição 117, Seção 1. Disponível em: http://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-n-121-de-18-de-junho-de-2019-164325642. Acessado em: 03 de fev. 2020.
_____. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC. Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Bioeconomia, 2018. Disponível em: http://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/ciencia/SEPED/Arquivos/PlanosDeAcao/PACTI_BIOECONOMIA_web.pdf. Acessado em: 27 de jan. 2020.
BUGGE, Markus M; HANSEN, Teis; KLITKOU, Antje. What is the Bioeconomy? Sustainbility. v. 8, Lund. 2016.
COMISSÃO BRUNDTLAND. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: o nosso futuro comum. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991.
COMITÊ ECONÔMICO E SOCIAL EUROPEU (SECE). Uma Bioeconomia Sustentável na Europa: Reforçar as ligações entre a economia, a sociedade e o ambiente. 2018. Disponível em: http://www.rederural.gov.pt/centro-de-recursos/send/113-economia-circular-e-bioeconomia/1776-uma-bioeconomia-sustentavel-na-europa-reforcar-as-ligacoes-entre-a-economia-a-sociedade-e-o-ambiente. Acesso em: maio. 2020.
COMISSÃO EUROPEIA (CE). Comunicação da comissão ao parlamento europeu, ao conselho, ao comité económico e social europeu e ao comité das regiões. Uma Bioeconomia sustentável na Europa: Reforçar as ligações entre a economia, a sociedade e o ambiente. 2018. Disponível em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX:52018DC0673. Acesso em: jul. 2020.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). Bioeconomia: Uma agenda para o Brasil. Brasilia - DF: CNI, 2013. Disponível em: https://bucket-gw-cni-static-cms-si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/5e/71/5e717fe1-39f5-45eb-8944-300e772dd536/bioeconomia_uma_agenda_para_brasil.pdf. Acesso em: maio. 2019.
_____. Bioeconomia: oportunidades, obstáculos e agenda. Brasília - DF: CNI, 2014. Disponível em: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2014/07/22/479/V35_Bioeconomiaoportuidadesobstaculoseagenda_web.pdf. Acesso em: 20 abr. 2019.
COPE - Code of Conduct and Best Practice Guidelines for Journal Editors. Code of Conduct, (2011). Disponível em: https://publicationethics.org/files/u7141/1999pdf13.pdf. Acesso em: mar. 2018.
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
DAM, Jan E.G.van; KLERK ANGELS, Barbara; STRUIK, Paul C.; RABBINGE, Rudy. Securing renewable resources supplies for changing market demands in a bio-based economy. Industrial Crops and Products. 2005.
DIAS, R.F.; CARVALHO, C. A. A. Bioeconomia no Brasil e no Mundo: Panorama Atual e Perspectivas, v. 9. n. 1. Revista Virtual de Química, 2017, p. 410-420. Disponível em: http://rvq.sbq.org.br/imagebank/pdf/v9n1a23.pdf. Acesso em: maio. 2019.
DEPARTAMENTO DE ENERGIA DOS ESTADOS UNIDOS (DOE); et al. Federal Activities Report on the Bioeconomy. 2016. Disponível em: https:// biomassboard.gov/pdfs/farb_2_18_16.pdf. Acesso em: ago. 2020.
ELKINGTON, J. Triple Bottom Line Revolution: reporting for the third millennium. Austrália, CPA, 1999.
GAWEL, E.; PANNICKE, N.; HAGEMANN, N. A path transition towards a bioeconomy-The crucial role of sustainability. Sustainability (Switzerland), v. 11, n. 11. 2019.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas. 2017.
GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. The Entropy Law and The Economic Process. Harvard Univ Pr.Harvard Business Review-Brasil, 1971.
_____. La Ley de la Entropia y el processo económico. Madri: Fundación Argentaria: Visor Distribuciones, 1996.
GERMAN BIOECONOMY COUNCIL, 2019. Actively shaping a sustainable future. German Bioeconomy Council issues final call for action to politicians. Office of the Bioeconomy Council: Berlin, Germany, 2019.
HEIJMAN, Wim. How big is the bio-business? Notes on measuring the size of the Dutch bio-economy. NJAS-Wageningen Journal of Life Sciences, v. 77, p. 5-8, 2016.
HORLINGS, Ina; MARSDEN, Terry. Rumo ao desenvolvimento espacial sustentável? Explorando as implicações da nova bioeconomia no setor agroalimentar e na inovação regional. Sociologias, v. 13, p. 142-178, Porto Alegre, 2011.
IPEA – INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Brasil 2035: cenários para o desenvolvimento. Brasília – DF; Editora XXXXX??????, 2017.
JAPIASSÚ, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
JESUS-LOPES, José Carlos. Metodologia Científica: elementos constituintes dos métodos de pesquisas científicas. Material de aula das disciplinas Metodologia Científica e Seminários II, pertencentes a estrutura curricular do Curso de Mestrado Profissional em Eficiência Energética e Sustentabilidade, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, pela Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGES/FAENG/UFMS). Campo Grande (MS), set, 2018.
KNIERIM, A.; LASCHEWSKI, L.; BOYARINTSEVA, O. Inter- and transdisciplinarity in bioeconomy. In: (Ed.). Bioeconomy: Shaping the Transition to a Sustainable. Biobased Economy, p.39-72. 2017.
LEFF, E. Espacio, lugar Y tiempo; la reapropriación social de la naturaleza y la construcción local de la racionalidad. In: Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente. Teoria e Metodologia em Meio Ambiente e Desenvolvimento. n. 1. Revista. Curitiba: Universidade Federal do Paraná – UFPR, 2000a.
_____. Ecologia, capital e cultura: racionalidade ambiental, democracia participativa e desenvolvimento sustentável. Blumenau - Santa Catarina: Ed. da FURB, 2000b.
MARCIAL, Elaine C.; et al. Brasil 2035: cenários para o desenvolvimento. Brasília, 2017. Disponível em: file:///D:/Users/Gouveia/Downloads/Brasil%202035_cen%C3%A1rios%20para%20o%20desenvolvimento%20(3).PDF. Acesso em: 18. jul. 2020.
MARCONI, Marina de Andrade e LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. Procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publicação e trabalhos científicos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
_____. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MCCORMICK, K.; KAUTTO, N. The Bioeconomy in Europe: An Overview. Sustainability (Switzerland), v. 5, n. 6, p. 2589-2608. 2013.
MENEGUETTI, F. K. O que é ensaio-teórico? Revista Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 320-332, abr. 2011. Disponível em: https://rac.anpad.org.br/index.php/rac/article/view/848. Acesso em: jul. 2020.
MOREIRA, Alexandre M. Bioeconomia: Plataforma Mundial de Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Agroindustriais. Revista Processos Químicos, v. 10, n. 20, p. 351-353. 2016.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Transforming our world: The 2030 Agenda for Sustainable Development. Disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/21252030 Agenda for Sustainable Development web.pdf. Acesso em: nov. 2019.
_____. 17 Objetivos para Transformar o Nosso Mundo. 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/. Acesso em: jul. 2020.
ORGANIZATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT- OECD. The Bioeconomy to 2030. Designing a Policy Agenda. 2030. 2009. Disponível em: http://biotech2030.ru/wp-content/uploads/docs/int/The%20Bioeconomy%20to%202030_OECD.pdf. Acesso em: abr. 2019.
_____. Meeting Policy Challenges for a Sustainable Bioeconomy. 2018. Disponível em: https://www.oecd.org/sti/policy-challenges-facing-a-sustainable-bioeconomy-9789264292345-en.htm. Acesso em: abr. 2019.
PARISI, C.; RONZON, T. A global view of bio-based industries: benchmarking and monitoring their economic importance and future developments. EU Science HUB, 2016.
RODRIGUES, Meghie. Bioeconomia é a nova fronteira para o futuro da América Latina. São Paulo. Cienc. Cult. vol. 70 n.4. 2018.
SACHS, Ignacy. Caminhos para O Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.
SEMAGRO – SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, PRODUÇÃO E AGRICULTURA FAMILIAR. Produto Interno Bruto Estadual. 2010 – 2017. Campo Grande, 2019. Disponível em: http://www.semagro.ms.gov.br/wp-content/uploads/2019/11/PIB-MS2010-2017.pdf. Acesso em: abr. 2020.
SILLANPÄÄ, Mika; NCIBI, Chaker. A sustainable Bioeconomy: The Green Industrial Revolution. Mikkeli. Springer. 2017.
SILVA, M. F.; PEREIRA, F. S.; BOMTEMPO, J. V. A bioeconomia brasileira em números. BNDES SETORIAL, v. 47, p. 277. 2018.
SOARES, Sandro Vieira; PICOLLI, Icaro Roberto Azevedo; CASAGRANDE, Jacir Leonir. Pesquisa Bibliográfica, Pesquisa Bibliométrica, Artigo de Revisão e Ensaio Teórico em Administração e Contabilidade. Revista RAEP Administração: Ensino e Pesquisa. Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 308-339, mai-ago, 2018. Disponível em: https://raep.emnuvens.com.br/raep/article/view/970/0. Acesso em: jul. 2020.
SOUSA, E.L.L.; MACEDO, I.C. 2010. Etanol e bioeletricidade: a cana-de-açúcar no futuro da matriz energética brasileira. Câmara Brasileira do Livro, 2010.
ZIHARE, L.; MUIZNIECE, I; BLUMBERGA, D. A holistic vision of bioeconomy: The concept of transdisciplinarity nexus towards sustainable development. Agronomy Research, v. 17, n. 5, p. 2115-2126. 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob aCreative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.