MULHERES QUILOMBOLAS E O QUE ELAS TÊM A DIZER PARA AS GEÓGRAFAS QUE SE DEDICAM A ESTUDAR O CAMPO E/OU RURAL
DOI:
https://doi.org/10.61389/geofronter.v11.9304Palavras-chave:
Corpo, Gênero, Raça, Quilombo, TerritórioResumo
Este é um trabalho que se pretende um ensaio teórico fundamentado na revisão narrativa de conceitos como gênero, corpo e território e a expressão material-simbólica destes no campo e/ou no rural. Problematizamos quais são os discursos que inscrevem a existência das mulheres negras (individual e coletivamente) no campo e/ou no rural. Partimos dos seguintes pressupostos: I) O campo continua sendo um espaço machista, misógino e homofóbico; II) As atividades produtivas no campo ocorrem de forma desigual quando implicadas nas relações de gênero e na diferença racial; III) As mulheres no campo e/ou no rural permanecem em condição de escória e subjugação sob uma plataforma tecnocrática masculinista e subrepresentação política. Diante desse quadro conjuntural, confiamos nos quilombos e nas mulheres quilombolas como experiências políticas e culturalmente insurgentes no que diz respeito a construção e efetivação de um projeto de uma cultura feminina campesina antirracista e antissexista fundada na autorrepresentação política, no afeto mútuo e na corporeidade insubmissa.
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