O abandono do mito da mãe-preta nas obras de Conceição Evaristo
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https://doi.org/10.61389/revell.v3i36.7777Palabras clave:
Literatura afro-brasileira, Conceição Evaristo, Maternidade, EscrevivênciaResumen
A representação da mulher negra desde os primórdios da literatura brasileira vinha sendo feita através de diversos estereótipos. Utilizando a premissa “branca para casar, preta para trabalhar e mulata para fornicar”, diversos mitos foram difundidos dentro da tradição literária. Assim sendo, nesse trabalho é levantado o mito atribuído à mãe-preta que por séculos postulou a infertilidade da mulher negra não sendo apresentada como mãe de seus próprios filhos, e que, quando mãe, deveria renegar os seus para criar os filhos da Casa Grande. Essa ideia vem sendo contestada por meio da literatura afro-brasileira feminina, em que autoras negras, através da escrevivência, conceito cunhado por Conceição Evaristo, estão representando uma nova personagem mãe-negra. Dessa forma, acredita-se ser importante explorar obras que vão de encontro à histórica hegemonia eurocêntrica. Para isso, são propostas análises de duas obras produzidas por Conceição Evaristo, a primeira se trata do poema “Vozes-mulheres”, que foi o primeiro poema da autora publicado nos Cadernos Negros, e a segunda do conto “O sagrado pão dos filhos”, publicado no livro História de leves enganos e parecenças. Para embasar as discussões e analises além de Eduardo de Assis Duarte serão considerados autores que versam sobre a literatura afro-brasileira com os conceitos de Octávio Ianni, Luiza Lobo, e também da própria Conceição Evaristo. Além de Maria Lugones que versa sobre um feminismo descolonial, e Grada Kilomba, Djamila Ribeiro que tratam do lugar de fala do negro dentro da sociedade, dentre outros autores.
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