Efeito do estresse salino na curva de embebição de sementes de feijão-caupi
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https://doi.org/10.32404/rean.v10i3.7555Palavras-chave:
Vigna unguiculata, Estresse abiótico, Salinidade, GerminaçãoResumo
A salinidade do solo e da água de irrigação pode causar efeitos negativos à agricultura por afetar o desenvolvimento e a produtividade das espécies cultivadas. Esses efeitos podem ser mitigados com o cultivo de variedades tolerantes à salinidade. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da salinidade sobre a curva de embebição de água durante o processo de germinação em sementes de distintas cultivares de feijão-caupi. Para isso, foi conduzido um experimento em esquema fatorial, composto por três cultivares (BRS Marataoã, BRS Pajeu e BRS Tumucumaque) e quatro níveis de estresse salino, induzidos por soluções de NaCl nas concentrações 50, 100 e 150 mM e o controle com água destilada. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições. As variáveis analisadas foram o padrão de curva de embebição; e o conteúdo de água final das sementes. Constatou-se que as cultivares avaliadas não apresentam o padrão trifásico para a curva de embebição de sementes, na ausência ou na presença de salinidade. Há variabilidade para o padrão de curva de embebição de sementes entre as cultivares BRS Marataoã, BRS Pajeu e BRS Tumucumaque de feijoeiro-caupi. A salinidade atua reduzindo o conteúdo de água das sementes de feijão-caupi durante o processo de germinação e causa alteração no padrão da curva de embebição de água pelas sementes. A cultivar BRS Tumucumaque demonstra maior tolerância à redução do conteúdo de água da semente em condições de estresse salino, quando comparada às cultivares BRS Pajeu e BRS Marataoã.
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