UMA AUTOETNOGRAFIA A RESPEITO DA BUROCRACIA PRESENTE NA ATIVIDADE DOCENTE NO ENSINO MÉDIO
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https://doi.org/10.61389/rcs.v1i1.6138Resumen
Graças a racionalização no ambiente escolar, observamos um aumento da burocracia nas atribuições docentes. Diante disso, este artigo tem por objetivo avaliar como a burocracia está presente, afeta, direciona e modela a ação do professor e os impactos no ensino-aprendizagem. A metodologia está ancorada na sociologia comparativa e compreensiva de Max Weber a partir do olhar de um professor do ensino básico em uma rede municipal. Para apreender a realidade utilizaremos como instrumento de análise metodológica a ferramenta “tipo ideal” e o conceito de burocracia weberiana. Construímos um tipo ideal de professor e comparamos com o observado na escola, para localizar oportunidades que a atividade laboral docente seja voltada à melhora educacional. Dados levantados apontam que a burocracia, representada por um conjunto de tarefas que são realizadas fora da sala de aula, já é responsável pela maioria das tarefas que são exigidas do professor. Considerando a importância de controles burocráticos pelo Estado, concluímos apontando algumas possibilidades de mudança, por exemplo na transferência de parte dessas atividades para outros profissionais e na melhora de sistemas tecnológicos. Observamos um conflito entre visões diferentes do que seria o papel docente, pois enquanto a sociedade o vê como o transmissor dos valores, na escola cabe ao professor mais atividades burocráticas que às dedicadas ao ensino.
Palavras-chave: Sociologia da Educação. Max Weber. Burocracia na Educação.
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