SOBRE ONDE NÓS FIQUEMO
MAPEAMENTO DIATÓPICO DE UM TRAÇO LINGUÍSTICO RURAL BRASILEIRO
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Flexão verbal, Variação diatópica, GeolinguísticaAbstract
As formas verbais de primeira pessoa do plural (1PP) são neutralizadas no português padrão em contextos de presente e pretérito perfeito do indicativo (IdPr e IdPt2), exceto em parte dos verbos irregulares. No entanto, na linguagem em uso dos brasileiros, as formas verbais de primeira pessoa do plural podem ser realizadas de forma não-canônica (AMARAL, 1920; CÂMARA JUNIOR, 1970; CASTILHO, 1992, 2016), a exemplo de fiquemo(s) (no Pretérito Perfeito do Indicativo), variante da forma canônica ficamos. Em consideração a isso, objetivamos fazer um levantamento diatópico da ocorrência do uso variável dessa forma verbal na Região Sul do Brasil. Consideramos a hipótese de que não se trata de um fenômeno isolado a uma ou outra região, mas uma variante associada ao português falado em áreas rurais. Tal hipótese é baseada em pesquisas anteriores – Pereira (2014) e Pereira, Lehmkuhl-Coelho e Loregian-Penkal (2016) –, nas quais analisamos dados obtidos em algumas cidades de Santa Catarina e Paraná. Nosso suporte teórico ancora-se em Amaral (1920); Frosi e Mioranza (1983); Zilles, Maya e Silva (2000); Bortoni-Ricardo (2005, 2011); Foeger, Scherre e Yacovenco (2017) e outros. A metodologia consiste na análise dos resultados do ALERS, relativamente à flexão verbal de 1ª conjugação em 1PP no pretérito perfeito no indicativo. A análise revelou que o uso da forma não-canônica parece ser bastante comum em regiões de traço [+ rural], indicando que esse fenômeno linguístico é um traço de fala peculiar do sujeito rural brasileiro.
ABSTRACT: The first person plural form (1PP) in the case of regular verbs is neutralized in the standard Portuguese in present and past tense contexts of the Indicative (IdPr and IdPt2), except in part of irregular verbs. However, in the language used by Brazilians, it can be performed in a non-canonical way (AMARAL, 1920; CÂMARA JUNIOR, 1970; CASTILHO, 1992, 2016). The variant fiquemo(s) (IdPr) is an example of a noncanonical form that varies with the canonical (ficamos). Then, we aim to make a diatopic survey of the occurrence of variable use of this verbal form in the Southern Region of Brazil. We consider the hypothesis that it is not a phenomenon isolated to one or another region, but something more present significantly in rural locations. This hypothesis is based on previous research – Pereira (2014) and Pereira, Lehmkuhl-Coelho and Loregian-Penkal (2016) –, in which we dedicate ourselves to specific cities of Santa Catarina and Paraná. Our theoretical support is anchored in: Amaral (1920), Frosi and Mioranza (1990); Zilles, Maya and Silva (2000), Bortoni-Ricardo (2005, 2011), Foeger, Scherre and Yacovenco (2017) and others. The methodology consists of the analysis of the ALERS results, based on regarding verbal inflection of the 1st conjugation in 1PP in the IdPt2. The analysis revealed that the use of the noncanonical form is quite significant in tracts [+ rural] regions, indicating that this linguistic phenomenon seems to be a peculiar speech trait to Brazilian rural people.
KEYWORDS: Verbal inflection. Diatopic variation. Geolinguistics.
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