“ELE É UM E.T.”: QUADRINHOS, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO
“HE IS AN E.T.”: PICTURES, LINGUISTIC VARIATION AND TEACHING
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Linguagem quadrinística. Variação linguística. Livro didático.Abstract
Por muito tempo, dentro do ambiente escolar, os quadrinhos foram vistos como prejudiciais ao intelecto das crianças, ficando, assim marginalizados por mais da metade do século XX. No entanto, os argumentos enfraqueceram e, atualmente, as HQs popularizaram-se e fazem parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais, estão presentes nas provas de vestibulares e os livros didáticos contêm, obrigatoriamente, a linguagem quadrinística como uma prática pedagógica. Diante desse quadro, este artigo tem como objetivo verificar como se dá a representação da fala em alguns gêneros quadrinísticos e de que forma são utilizados para o trabalho, em sala de aula, dos conceitos de variação linguística e preconceito linguístico. Para isso, selecionamos exemplares de livros didáticos do professor do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), triênio 2018 a 2020, das editoras Moderna e FDT, respectivamente, “Se liga na língua” (ORMUNDO, 2016) e “Novas Palavras” (AMARAL, 2016). No entrecruzamento da linguagem dos quadrinhos, principalmente do gênero tira cômica, e das abordagens no tocante à variação linguística, temos como resultado a tendência ao uso dos quadrinhos como pretexto para o trabalho com a variação e o preconceito, desconsiderando o contexto de produção de tal gênero e suas singularidades, utilizando-o, em certos casos, para acentuar o caráter discriminatório e preconceituoso da utilização de variante linguística social e situacional, sem a reflexão do uso de gírias, por exemplo, como marca de identidade das personagens. Partimos, então, dos conceitos estudados por Ramos (2004; 2016; 2017) e Vergueiro (2004) a respeito dos quadrinhos, atrelados aos de Bagno (2005) e Faraco (2008) sobre variação linguística e preconceito linguístico.
ABSTRACT: For a long time, within the school environment, comic books were seen as damaging to the children's intellect, as so they were marginalized for over half of the twentieth century. However, the arguments have been weakened and today comic books are popularized and take part in The National Curricular Parameters, they are subjects presented in entrance examinations and textbooks include, mandatorily, comics studies as a teaching practice.In the face of this scenario, this article aims to verify how the representation of speech occurs within some comics genres and in which way they employed in the classroom work, linguistics variations, and language prejudice. To do so we selected some samples of teacher’s textbooks from the Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), triennium 2018 to 2020, from the publishers Moderna and FDT, respectively, “Se Liga na Língua” (ORMUNDO,2016) and “Novas Palavras” (AMARAL,2016). At the intercrossing of comics language, especially of the comic strip genre, and the approaches in regard of the linguistic variation, we have as a result the tendency to use the comics as a pretext to work with variance and prejudice, disregarding the context of production of such genre and its singularities, using it, in certain cases, to intensify discriminatory and prejudiced nature of the use of social and situational linguistic variant, without the critical reflection of slangs, for example, as a character identity mark. Therefore we start from the concepts studied by Ramos (2004; 2016; 2017) and Vergueiro (2004) upon the comics, tied to researches by Bagno (2005) and Faraco (2008) about linguistic variation and linguistic prejudice.
KEYWORDS: Comics studies; Linguistic variation; Textbooks.
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