“Dar de beber a quem tem sede"
a memória traumática dos espaços de violência como elemento narrativo em Memórias do Cárcere (1953), de Graciliano Ramos
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https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6346Palavras-chave:
Literatura de testemunho, Literatura e violência, Memória traumáticaResumo
Graciliano Ramos é conhecido por sua grande habilidade em tornar a experiência sua condição para escrita, sendo sempre fiel aos acontecimentos e à realidade que o cercaram para a construção de suas narrativas. Diferente do que vemos em suas obras ficcionais, mesmo que também sejam fiéis à realidade do escritor, em Memórias do Cárcere (1953) temos um Graciliano Ramos que revisita seu passado no intuito de construir sua última grande narrativa: o retrato dos seus dias como prisioneiro da Ditadura Vargas. Preso em 1936, o escritor alagoano faz da sua vivência pessoal o testemunho dos anos de perseguição política, em que sua memória é usada como manifestação artística para narrar o inenarrável. Pensando nisso, este artigo tem como principal objetivo entender como a violência testemunhada pode ser ferramenta essencial para a escrita do texto e até mesmo para o fortalecimento da literatura de testemunho, gênero literário tão comum aos países latino-americanos que vivenciaram as ditaduras do século XX. E para estudar e entender como a memória traumática pode ser usada a favor do texto literário, aqui utilizamos textos escritos por Walter Benjamin, Márcio Seligmann-Silva, Maurice Halbwachs, Valéria de Marcos e tantos outros nomes da área da teoria literária.Referências
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