O tique-taque não parou

o conflito entre o tempo físico e o tempo psicológico em O som e a fúria, de William Faulkner

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DOI:

https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6344

Palavras-chave:

Temporalidade, Modernismo, William Faulkner, Tempo Psicológico

Resumo

Este artigo propõe uma análise do romance O som e a fúria (1929), de William Faulkner, a partir do estudo do tempo como elemento constitutivo da narrativa. Assim, compreenderemos a temporalidade dentro da obra em seus aspectos formais, por meio do que Sartre (2017, 363) define como o estilhaçar do tempo no romance; e de conteúdo, conforme Rita Barnard (2006, 53-54) afirma que o tempo é uma grande preocupação dentro da ficção moderna norte-americana. Primeiramente, nos concentraremos no tempo histórico da publicação de O som e a fúria, com ênfase no Modernismo norte-americano e no descompasso sulista em relação ao ímpeto capitalista modernizante estadunidense. Adiante, prosseguiremos para o cerne do artigo ao analisar a temporalidade, em especial a expressão do tempo psicológico, nas seções narradas por Benji e Quentin Compson, considerando as personagens dentro da categoria de deformação mental intrínseca ao grotesco sulista, proposta por Alan Spiegel (1972, 428). Para isso, utilizaremos como norteadores deste estudo o ensaio de Jean-Paul Sartre “Sobre O som e a fúria: a temporalidade na obra de Faulkner” e a noção de tempo psicológico elaborada por Benedito Nunes em sua obra O tempo na narrativa (1995), de modo a explorar as aproximações com o “tempo privado” (BARNARD, 2006, 53), cuja descoberta Stephen Kern elenca como um dos principais fenômenos do Modernismo, em seu livro The Culture of Time and Space 1880-1918 (1983).

Biografia do Autor

Giovana Proença Gonçalves, Universidade de São Paulo

Graduanda em Letras Português/Inglês pela Universidade de São Paulo - Brasil.

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Publicado

24-12-2021

Como Citar

Gonçalves, G. P. (2021). O tique-taque não parou: o conflito entre o tempo físico e o tempo psicológico em O som e a fúria, de William Faulkner. VALITTERA - REVISTA LITERÁRIA DOS ACADÊMICOS DE LETRAS, 1(4), 57–69. https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6344