A escrita em Samuel Beckett como efeito do percurso de vida

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DOI:

https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6370

Palavras-chave:

Literatura, Samuel Beckett, O inominável.

Resumo

Este trabalho pretende pensar a escrita em Samuel Beckett e sua relação com a vida deste escritor. A palavra vida pode ser pensada como: cenários, percursos, experiência de escrita, narrativas influenciadas por acontecimentos históricos e culturais. Neste processo entre escrita e vida, a literatura e o sentido das coisas são aproximados do trabalho criativo de Beckett, através de conteúdos discutidos em passagens da entrevista dada à Charles Juliet, nas obras de Samuel Beckett e dos efeitos produzidos entre o escritor e as experiências de sua vida, momentos presentes em seu pensamento, suas falas, personagens e criação. Como recurso de interpretação, o sentido da linguagem e a psicanálise são ferramentas elegidas para analisar o tema e enriquecer a discussão. O período da segunda guerra mundial como cerne do entendimento da condição humana atravessou Beckett em sua concepção de entrever o mundo. A forma de escrita presente em suas obras vão se modificando ao longo que a história do mundo o afeta até o momento em que surge O inominável, sem possibilidade de ser categorizado, é o lugar que Beckett funda na crítica, na escrita e na literatura a necessidade de analisar, refletir e pensar o lugar na literatura frente ao sintoma incessante da tradição. A escrita em O inominável, portanto é tida como extremamente moderna. Para Samuel Beckett era apenas uma forma de entrever o mundo para poder respirar.

Biografia do Autor

Caio Marcos Gonçalves Reis, Universidade do Estado da Bahia

Mestre em Estudo de Linguagens pela Universidade do Estado da Bahia - Brasil. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-2688-5746.  E-mail: psicanalistacaioreis@gmail.com.

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Publicado

28-12-2021

Como Citar

Reis, C. M. G. (2021). A escrita em Samuel Beckett como efeito do percurso de vida. VALITTERA - REVISTA LITERÁRIA DOS ACADÊMICOS DE LETRAS, 1(4), 318–333. https://doi.org/10.61389/valittera.v1i4.6370