A LIBERDADE COMO ARMADILHA

AUTO EXPLORAÇÃO, CONTROLE E A CRISE DA EMANCIPAÇÃO NA SOCIEDADE DE CONTROLE

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.61389/dfc.v9i1.9587

Palabras clave:

Sociedade de controle; auto exploração; liberdade; subjetivação; psicopolítica.

Resumen

O presente artigo analisa a transformação dos mecanismos de poder na passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de controle, investigando como a liberdade é instrumentalizada como dispositivo de dominação. O objetivo geral da pesquisa é compreender como o discurso da liberdade se converte em mecanismo de auto exploração na contemporaneidade. A pergunta norteadora questiona: de que forma a sociedade de controle transforma a liberdade em armadilha para a subjetividade? Metodologicamente, o estudo desenvolve-se por meio de análise bibliográfica e filosófica, fundamentando-se principalmente nas obras de Michel Foucault, Gilles Deleuze e Byung-Chul Han, estabelecendo um diálogo entre os conceitos de disciplina, controle e psicopolítica. Os resultados obtidos revelam que, diferentemente da sociedade disciplinar que operava por coerção externa, a sociedade de controle atua pela internalização dos mecanismos de poder, transformando o sujeito em "projeto" e promovendo a auto exploração. Identificou-se que a exploração da emoção, a gamificação da vida e a instrumentalização da comunicação constituem as principais estratégias desse novo paradigma, onde o indivíduo torna-se simultaneamente senhor e servo de si mesmo. Conclui-se que a crise da emancipação contemporânea não reside na falta de liberdade, mas em seu excesso instrumentalizado, gerando uma forma de dominação mais eficiente que dispensa grilhões visíveis e dissolve a tradicional consciência de classe, impossibilitando a revolução nos moldes marxistas clássicos.

 

Biografía del autor/a

Douglas Dorneles da Silva Goncebatt, Prefeitura municipal de cascavel

Douglas Dorneles da Silva Gonecbatt é um historiador, filósofo e funcionário público brasileiro, cuja trajetória acadêmica e profissional reflete um profundo engajamento com as humanidades e o serviço público. Formado em História, ele desenvolveu desde cedo um interesse pela análise crítica dos processos sociais, das estruturas de poder e da relação entre memória e identidade coletiva. Sua graduação lhe proporcionou bases sólidas para compreender as dinâmicas históricas que moldam as sociedades, despertando nele também uma paixão pela reflexão filosófica.

Após concluir sua licenciatura, Douglas decidiu aprofundar seus estudos na área da Filosofia, realizando uma especialização na disciplina. Nesse período, dedicou-se a investigar temas como ética, filosofia política e epistemologia, consolidando um pensamento crítico que busca articular teoria e prática. Atualmente, ele cursa o mestrado em Filosofia, onde desenvolve pesquisas que exploram as interseções entre pensamento político contemporâneo, justiça social e democracia, demonstrando um compromisso intelectual com questões urgentes do nosso tempo.

Paralelamente à sua vida acadêmica, Douglas atua como funcionário público, aplicando seus conhecimentos históricos e filosóficos em prol da administração pública e de políticas sociais. Sua atuação profissional revela uma clara preocupação com o bem-estar coletivo e a eficiência dos serviços públicos, alinhando sua formação humanística à prática cidadã.

Seus interesses intelectuais abrangem desde a história das ideias até debates contemporâneos sobre direitos humanos, ética e justiça social. Como pesquisador em Filosofia, busca contribuir para o debate acadêmico com reflexões que conectam tradição filosófica e desafios do presente. Com uma trajetória marcada pelo rigor intelectual e pelo compromisso social, Douglas Dorneles da Silva Gonecbatt representa a importância do pensamento crítico e da atuação responsável na construção de uma sociedade mais justa e reflexiva.

 

 

Citas

BYUNG-CHUL, Han. Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Belo Horizonte: Âyiné, 2020.

DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.

__________. Mil Platôs. São Paulo: Editora 34, 1996.

__________. Foucault/Gilles Deleuze. São Paulo: Brasiliense, 2005.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.

RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. São Paulo, Companhia das letras, 1996.

MURR, Carolie Elisa. Gamificação: uma análise das técnicas de engajamento atualmente utilizadas. 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Sistemas de Informação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

Publicado

2025-07-21

Cómo citar

Goncebatt, D. D. da S. (2025). A LIBERDADE COMO ARMADILHA: AUTO EXPLORAÇÃO, CONTROLE E A CRISE DA EMANCIPAÇÃO NA SOCIEDADE DE CONTROLE. DESENVOLVIMENTO, FRONTEIRAS & CIDADANIA, 9(1), 51–68. https://doi.org/10.61389/dfc.v9i1.9587