PORQUE SE APRISIONA E QUEM SE APRISIONA NA MODERNIDADE LIQUIDA NO BRASIL

Visualizações: 727

Autores/as

  • Jota Junior Marques Rosa SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA/GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
  • Djane da Silva Ferreira GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Palabras clave:

Perfil geográfico, população carcerária, preso

Resumen

Este artigo tem por objetivo identificar o perfil geográfico da população carcerária no Brasil, suas causas e consequências na modernidade liquida. Utilizando da metodologia, através de relatórios, dados oficiais e cotejo de referências bibliográficas, buscou-se tracejar o rosto do indivíduo preso no espaço brasileiro e, porque se apresa no Brasil atualmente. A pesquisa infere que o aspecto da prisão é temporal, sendo ligada a territorialização do modo de produção. Quem se prende (na média) são jovens entre 18 e 24 anos, negro ou negra, tendo baixa educação (ensino fundamental incompleto), solteiro ou solteira, em sua maioria ligada aos delitos de tráfico e roubo/latrocínio. Com base nisto, tem-se que a alternativa principal para resolver é tirar o poderio econômico do narcoterrorismo, bem como investir na educação, já que não se aprisiona para vigiar/punir e sim esconder aquelas pessoas que não consomem, para reproduzir a psicosfera do consumo. Sendo os verdadeiros reclusos, as pessoas que vivem fora de uma penitenciária, reclusas com o medo. Consagra-se que a punição virou uma instituição social na modernidade líquida. 

Biografía del autor/a

Jota Junior Marques Rosa, SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA/GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Possui Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (2009). É especialista em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade União Cultural Do Estado de São Paulo - UCESP ( Psicopedagogia Institucional). É formado em Pedagogia pela Faculdade União Cultural Do Estado de São Paulo - UCESP. Cursa Especialização em Gestão Escolar pela Faculdade Venda Nova do Imigrante - FAVENI. Atualmente é Analista Administrativo do Governo do Estado de São Paulo.Tem experiência com pesquisa nas áreas da Geografia, História e Etiologia e Epistemologia. Também se interessa por temas como Geoecologia de Paisagem, Água, Poesia, Ensino de Geografia, Educação,Filosofia, Educação Ambiental, Produção do Espaço e Fotografia, Discursos, Epistemologia e Etiologia.

Djane da Silva Ferreira, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Possui Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (2010). É Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário de Jales - UNIJALES. Acadêmica de História do Centro Universitário de Jales - UNIJALES. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Itaquá - FACITA. Atualmente é Professora Substituta do Governo do Estado de São Paulo desde 2014.Tem experiência com pesquisa nas áreas da Educação Ambiental, Educação de Jovens e Adultos, Resíduos Sólidos e Geografia Física .

Citas

ADORNO, S; BORDINI, E. B. T. Reincidência e reincidentes penitenciários em São Paulo (1974-1985). Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo: Anpocs, v. 3, n. 9, p. 70-94, fev. 1989.

ARRUDA, R.F. Geografia do cárcere: territorialidades na vida cotidiana carcerária do sistema prisional paulista. Orientador: Marra Inez Medeiros Marques. 2015. 242 f. Tese de Doutorado (Doutor em Geografia Humana) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. E-book.

AUGE. M. Não-lugares. Lisboa: 90 Graus Editora, 2005.

BARROS, A. P. S.; VIEIRA, D. C. M.; CHAGAS, C. A. N. Território, rede e tráfico de drogas: Uma aproximação teórico-conceitual da atividade de comercialização de substâncias ilícitas na cidade universitária Prof. José da Silveira Netto (UFPA), em Belém/PA. Interespaço, Revista de Geografia e Interdisciplinaridade, v.3, p.44-64, 2017.

BAUMAN, Z. A modernidade líquida. Tradução: Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

_______. Danos colaterais: Desigualdades sociais numa era global. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

_______. Medo Liquido. Tradução: Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

_______. Vigilância Líquida. Tradução: Plinio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014.

BOA, K.; WIKINSON, B. Descobrindo a Bíblia. São Paulo: Arte Editorial, 2007.

BRASIL. DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL. Levantamento nacional de informações penitenciárias. Brasília: DEPEN, 2016.

_______. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Brasília: Congresso Nacional, 2016.

_______. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Brasília: IBGE, 2009.

_______. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Brasília: IBGE, 2017.

_______. Reincidência criminal no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 2015.

CABRAL, Y.; MEDEIROS, B. A família do preso: efeitos da punição sobre a unidade familiar. Revista Transgressões, v. 2, n. 1, p. 50-71, 9 fev. 2015.

CARVALHO, F.L. A Prisão. São Paulo: Publifolha, 2002.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Relatório Mensal do Cadastro Nacional de Inspeções nos Estabelecimentos Penais (CNIEP). Brasilia: CNJ, 2018.

DARDEL, E. O Homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. Tradução: Werther Holzer São Paulo: Ed. Perspectiva, 2011.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

ELIAS, N.. Os estabelecidos e os outsiders. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

FOUCAULT, M.. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 5ªed. Petrópolis: Vozes, 1987.

FREI BETTO. Cartas da prisão. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2007.

FREUD, S. Observações sobre um caso de neurose obsessiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

GILSON, E. O ser e a essência. São Paulo: Editora Paulus, 2016.

GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. 6ºed. São Paulo: Perspectiva, 2006.

GUTIERREZ, A.P.A; QUIROGA, D.S. Terrorismo y narcoterrorismo: el caso de Colombia. Revista Fronteira, Belo Horizonte, v.2, n.4, p.7-27, Dez 2003.

JUNIOR, F. A. Semiologia em psiquiatria da infância e da adolescência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

LEVY, P. Inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 2007.

LOURENÇO, G. J. O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários. 2010. Tese de Doutoramento (Doutor em Psicologia) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. E-book.

NEGRELLI, A.M. Suicídio no sistema carcerário: análise a partir do perfil biopsicossocial do preso nas instituições penais do Rio Grande do Sul. Orientador: Dr. Alfredo Cataldo Neto. 2006. 103f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciências Criminais) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006. E-book.

PICHON-RIVIÉRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993

RISCH, O. A primeira penitenciária do mundo. Disponível em: Disponível em: https://www.viajoteca.com/primeira-penitenciaria-do-mundo/, acesso em 27/12/2018.

RODRIGUES, M.L.R. Sistema prisional feminino e a questão dos direitos humanos. São Paulo: PUC, 2010.

ROSA, J. J.M; FERREIRA. D. S. A natureza do lugar liquido. Presidente Venceslau: Instituto João Rosa, 2018.

______. A (outra) terra prometida: discursos históricos e geográficos de Ivinhema/MS, antes, durante e depois das recolonizações. Presidente Venceslau: edição do autor, 2016.

ROWE, R. CONOLLY, P. Por dentro das prisões mais severas do mundo. Los Gatos, Califórnia, EUA: Netflix, 2018. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/80116922. Acesso em: 29 maio 2019.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2008.

SOLLER, C. O que Lacan dizia sobre as mulheres. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

SOUZA E SILVA, M. Crimes hediondos e progressão de regime prisional. Curitiba: Juruá, 2007.

VARELLA, D. Prisioneiras. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

WHITROW. G. O tempo na história. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 1993.

Publicado

2019-06-28

Cómo citar

Marques Rosa, J. J., & Ferreira, D. da S. (2019). PORQUE SE APRISIONA E QUEM SE APRISIONA NA MODERNIDADE LIQUIDA NO BRASIL. GEOFRONTER, 1(5). Recuperado a partir de https://periodicosonline.uems.br/index.php/GEOF/article/view/3352