RIO ESTREITO
a formação territorial de Aquidauana através da ação militar
DOI:
https://doi.org/10.61389/geofronter.v11.9397Palavras-chave:
Aquidauana, Território, Territorialização, Territorialidade, FronteiraResumo
Este artigo reflete acerca da Formação Territorial de Aquidauana, a partir do contexto de construção e consolidação da Fronteira Oeste. Busca-se aqui apresentar um panorama deste riquíssimo processo que atravessa mais de quatro séculos. O recorte temporal estabelecido vai do fim do século XVI, quando a região começa a conviver com a presença europeia, a meados do século XX. Aquidauana, o “rio estreito” tem forte presença étnica, cultural, social, etc., dos povos originários. Verifica-se que essa “Mesopotâmia” entre os rios Paraguai e Paraná foi palco de intensa disputa territorial, Santiago de Xerez é um marco nesse sentido. Suas ruínas revelam o quanto este recorte territorial constituiu ponto nodal para a iniciativa bandeirante. A Retirada da Laguna (1867) veio a ser mais um reflexo das fricções inerentes ao território, locus de disputa por essência. Na virada do século XIX para o século XX, o telégrafo foi a primeira inciativa estatal de integração da Província. Prosseguindo no século passado, várias organizações militares tiveram sede na cidade, tendo seu ápice na participação do 9º Batalhão de Engenharia de Combate na II Guerra Mundial (1939-1945). Serão conceitos fundamentais neste trabalho: Território, Territorialização, Territorialidade e Fronteira.
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