CARNAVAL DE RUA EM CAMPO GRANDE/MS NO SÉCULO XXI
ocupando a cidade e transformando a realidade
DOI:
https://doi.org/10.61389/geofronter.v11.9439Palavras-chave:
Direito à Cidade; Cordão Valu; Carnaval de rua no século XXI; Inclusão; Resistência.Resumo
O presente artigo é derivado da dissertação de mestrado desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGCULT/UFMS), campus Aquidauana, o qual propõe uma análise sobre o Carnaval de rua de Campo Grande/MS, a partir de uma perspectiva multidimensional (histórica, cultural, social e econômica), com ênfase em sua constituição enquanto manifestação popular de resistência. Sob uma abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas semiestruturadas com organizadores dos blocos pioneiros da capital sul-mato-grossense, esta investigação busca compreender o Carnaval como uma prática cultural híbrida, marcada por constante disputa e ressignificação. O estudo contextualiza o boom dos carnavais de rua do Brasil no século XXI e examina as especificidades do caso campo-grandense, evidenciando tensões entre folia, urbanidade e políticas públicas. As narrativas de figuras centrais, como, Silvana Valu, Jafferson Contar, Vitor Samúdio e Fernando Cruz permitem traçar um panorama das transformações ocorridas a partir da emergência de blocos como o Cordão da Valu, entre outros que o sucederam, revelando o Carnaval como um espaço de afirmação de identidades, produção simbólica e disputa territorial. Além de sua dimensão simbólica, a festa se apresenta como arena de luta com forças conservadoras e omissões institucionais, ao mesmo tempo em que se consolida como potência de dinamização econômica e reconfiguração do espaço urbano.
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ENTREVISTAS
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