“Escola sem Partido”: uma análise a partir da Teoria Crítica da Sociedade

Visualizações: 1016

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v10i29.3871

Palavras-chave:

Escola sem Partido, Semiformação, Teoria Crítica da Sociedade, Razão instrumental

Resumo

Buscamos neste texto problematizar, em nível conceitual, as propostas do movimento “Escola sem Partido” tendo por referencial de análise a Teoria Crítica da Sociedade, conforme Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse. Trazemos inicialmente uma breve caracterização, a partir de pesquisa realizada em sua página na web, buscando apresentar o modus operandi e perscrutar as concepções de formação humana, educação escolar e trabalho docente que o orientam.  Em um segundo momento, nos propomos ao debate crítico acerca de seus pressupostos a partir da mobilização do aparato teórico conceitual da Teoria Crítica da Sociedade, em especial, dos conceitos de razão instrumental, semiformação e linguagem operacional. A análise permite afirmar que, por desconsiderar a constituição de processos reais de dominação, o movimento produz o ofuscamento da compreensão da realidade, e, desse modo, consente com práticas de violência, de intolerância e de preconceito produzindo-se de forma prototípica enquanto semiformação.

Biografia do Autor

Renata Peres Barbosa, Universidade Federal do Paraná - UFPR Professora adjunta

Professora Adjunta do Departamento de Planejamento e Administração Escolar (DEPLAE), Setor de Educação, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Doutora em Educação pela Universidade Estadual Paulista-UNESP (2017) e Mestra em Educação pela UNESP (2011). Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina-UEL (2008). Realizou estágio de doutorado sanduíche no Instituto de Filosofía del Consejo Superior de Investigación Científica?CSIC/Madrid e na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. É pesquisadora do grupo Teoria Crítica: Filosofia, Educação e Cultura da UNESP. Tem experiência na área de Fundamentos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria Crítica e Educação; Teoria do Currículo; Política e Gestão Educacional.

Monica Ribeiro Silva, Universidade Federal do Paraná - UFPR Professora

Pós-doutorado na Faculdade de Educação da UNICAMP. Doutorado em Educação: História, Política e Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003). Mestrado em Educação: Fundamentos da Educação pela Universidade Federal de São Carlos (1991) e Graduação em Pedagogia com habilitação em Administração Escolar pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP Araraquara (1989). Professora na Universidade Federal do Paraná (1994 até o presente). Atua nos cursos de formação de professores e no Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado. Tem interesse no campo de pesquisa em Políticas Educacionais com ênfase para o Ensino Médio e na avaliação de políticas públicas. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Observatório do Ensino Médio. Coordenadora do grupo de pesquisa EMpesquisa - rede nacional de pesquisa sobre Ensino Médio. Foi chefe do Departamento de Planejamento e Administração Escolar (2005 a 2007), vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação da UFPR (2011-2012), coordenadora do Programa de Pós-graduação em Educação (2013 a 2016), vice-coordenadora do Fórum Sul de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação em Educação (outubro 2015 a março 2016), coordenadora do DINTER - Doutorado Interinstitucional - entre a UFPR e Universidade Federal do Acre com financiamento pela Capes (2013-2016). Coordenou a produção de materiais de formação continuada de professores do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio junto ao Ministério da Educação (2103-2014). É revisora de periódicos dentre eles Educação & Sociedade, Ensaio (Fundação Cesgranrio) e Revista Brasileira de Educação. Membro do Conselho Consultivo do periódico Educar em Revista. Parecerista ad hoc das seguintes agências de fomento: Capes, CNPq e Fundação Araucária. Pesquisadora do CNPq - bolsista produtividade PQ2. Atualmente supervisiona 2 pesquisas de pós-doutorado, orienta 6 teses de doutorado e 2 dissertações de mestrado. Coordenou a XI ANPEd Sul (Reunião Científica Regional da ANPEd) realizada em Curitiba de 24 a 27 de julho de 2016. Integrante do Movimento Nacional em Defesa do Ensino Médio. Vice-líder do Grupo de Pesquisa EMPesquisa - Pesquisas sobre Ensino Médio com sede na Unicamp e participação de pesquisadores de 16 universidades brasileiras.

Referências

ADORNO, T.; HORKEIMER, M. Indivíduo. In: Temas básicos de sociologia. São Paulo: Cultrix, 1978.

__________________________ . O conceito de esclarecimento. In: Dialética do esclarecimento. Fragmentos filosóficos. Trad. de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

_________________________ . Cultura e civilização. In: La sociedad. Lecciones de Sociologia. Buenos Aires: Proteo,1969.

ADORNO, Theodor W. Capitalismo tardio ou sociedade industrial. In: COHN, Gabriel. (org). Grandes cientistas sociais. São Paulo: Ática, 1986.

_________________________ . Educação e emancipação. Trad. de Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

_________________________ . Teoria da Semiformação. Tradução de Newton Ramos de Oliveira, Bruno Pucci e Cláudia B. M. de Abreu. In: PUCCI, ZUIN & LASTÓRIA (orgs). Teoria crítica e inconformismo: novas perspectivas de pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, 2010, p. 7-40.

_________________________ . Minima Moralia: reflexões a partir da vida lesada. Tradução de Gabriel Cohn. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008.

BEDINELLI, Talita. O professor da minha filha comparou Che Guevara a São

Francisco de Assis. El País Brasil, Política. São Paulo, 25 jun. 2016. Disponível em:

<http://brasil.elpais.com/brasil/2016/06/23/politica/1466654550_367696.html>.Acesso

em: 18 out. 2018.

BRASIL, Câmara dos Deputados. Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de lei Nº 7.180, de 2014. Relatório ao PL 7.180, de 2014, relator Deputado Flavinho, Brasília, Câmara dos Deputados, 30 out. 2018. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1688989&filename=SBT+2+PL718014+%3D%3E+PL+7180/2014>. Acesso em: 14 de dezembro de 2018.

ECO, Umberto. O fascismo eterno. Tradução de Eliana Aguiar. 1ª ed – Rio de Janeiro: Record, 2018.

FREITAS, M. C. L.; SOUZA, A. Uma reflexão sobre educação. Interfaces da Educação, v. 3, p. 118-127, 2012.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A gênese das teses do Escola sem partido: esfinge e o ovo da serpente que ameaçam a sociedade e a educação. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro, UERJ: LPP, 2017.

HORKHEIMER, Max. Meios e fins. In: HORKHEIMER, Max. O Eclipse da razão. São Paulo: Centauro; 2002.

_______________________. Teoria Tradicional e Teoria Crítica. In: ADORNO, T.; HORKEIMER, M. Textos escolhidos. Tradução de Zaljko Loparic. São Paulo: Nova Cultural, 1989.

MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial. O homem unidimensional. Trad. de Giasone Rebuá. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

________________ Cultura e Sociedade – Comentários para uma redefinição de cultura. In: Cultura e sociedade. vol II. Trad. de Wolgang Leo Maar, Isabel Maria Loureiro e Robespierre de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

NAGIB, Miguel. Liberdade de consciência - Professor não tem direito de ‘fazer a

cabeça’ de aluno. Consultor Jurídico, 3 out. 2013. Disponível em:

< https://www.conjur.com.br/2013-out-03/miguel-nagib-professor-nao-direito-cabeca-aluno>. Acesso em: 18 out. 2018.

NAGIB, Miguel. Quem somos. Escola sem partido – educação sem doutrinação, 2016. Disponível em: <http://www.escolasempartido.org>. Acesso em: 18 out. 2018.

Downloads

Publicado

15-10-2019

Como Citar

Barbosa, R. P., & Silva, M. R. (2019). “Escola sem Partido”: uma análise a partir da Teoria Crítica da Sociedade. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 10(29), 204–225. https://doi.org/10.26514/inter.v10i29.3871