“Escola sem Partido”: uma análise a partir da Teoria Crítica da Sociedade
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https://doi.org/10.26514/inter.v10i29.3871Palavras-chave:
Escola sem Partido, Semiformação, Teoria Crítica da Sociedade, Razão instrumentalResumo
Buscamos neste texto problematizar, em nível conceitual, as propostas do movimento “Escola sem Partido” tendo por referencial de análise a Teoria Crítica da Sociedade, conforme Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse. Trazemos inicialmente uma breve caracterização, a partir de pesquisa realizada em sua página na web, buscando apresentar o modus operandi e perscrutar as concepções de formação humana, educação escolar e trabalho docente que o orientam. Em um segundo momento, nos propomos ao debate crítico acerca de seus pressupostos a partir da mobilização do aparato teórico conceitual da Teoria Crítica da Sociedade, em especial, dos conceitos de razão instrumental, semiformação e linguagem operacional. A análise permite afirmar que, por desconsiderar a constituição de processos reais de dominação, o movimento produz o ofuscamento da compreensão da realidade, e, desse modo, consente com práticas de violência, de intolerância e de preconceito produzindo-se de forma prototípica enquanto semiformação.
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