Língua portuguesa em Angola: breve discussão sobre a situação de seu ensino na Província do Namibe
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https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.4519Palavras-chave:
Variedade angolana da língua portuguesa, Sociolinguística Educacional, ensino de língua portuguesa, análise de livro didático.Resumo
Esse estudo centra-se na realidade do ensino em Angola, especificamente na província do Namibe, haja vista que alunos frequentam a escola, mas sentem que não sabem falar português, muito embora seja a língua efetivamente materna da maioria dos alunos. A fim de realizar esse estudo, partimos da hipótese de que a norma linguística que fundamenta os livros didáticas angolanos é a portuguesa, ou seja, a variedade europeia do idioma. Nesse sentido, o português angolano não é considerado na elaboração dos livros didáticos e, por isso, os alunos angolanos têm sua autoestima prejudicada pela forma como o ensino é conduzido. Com esse intuito, esse trabalho enquadra-se teoricamente na Sociolinguística, mais especificamente na Sociolinguística Educacional e conta com três perspectivas metodológicas que são: 1) compreensão teórica da sociolinguística, através dos textos teóricos; 2) análise dos livros didáticos da 7ª a 12ª classe; e 3) entrevista com alunos do Namibe, para compreender como é ensinado a eles a Língua Portuguesa. Em suma, observou-se que os alunos namibenses não falam tal como se aprende nas escolas. Isso mostra a necessidade de se aprofundar estudos sociolinguísticos sobre essa variedade e sobre as interferências que as línguas nacionais têm no português falado no Namibe.Referências
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