Língua portuguesa em Angola: breve discussão sobre a situação de seu ensino na Província do Namibe

Visualizações: 1261

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.4519

Palavras-chave:

Variedade angolana da língua portuguesa, Sociolinguística Educacional, ensino de língua portuguesa, análise de livro didático.

Resumo

Esse estudo centra-se na realidade do ensino em Angola, especificamente na província do Namibe, haja vista que alunos frequentam a escola, mas sentem que não sabem falar português, muito embora seja a língua efetivamente materna da maioria dos alunos. A fim de realizar esse estudo, partimos da hipótese de que a norma linguística que fundamenta os livros didáticas angolanos é a portuguesa, ou seja, a variedade europeia do idioma. Nesse sentido, o português angolano não é considerado na elaboração dos livros didáticos e, por isso, os alunos angolanos têm sua autoestima prejudicada pela forma como o ensino é conduzido. Com esse intuito, esse trabalho enquadra-se teoricamente na Sociolinguística, mais especificamente na Sociolinguística Educacional e conta com três perspectivas metodológicas que são: 1) compreensão teórica da sociolinguística, através dos textos teóricos; 2) análise dos livros didáticos da 7ª a 12ª classe; e 3) entrevista com alunos do Namibe, para compreender como é ensinado a eles a Língua Portuguesa. Em suma, observou-se que os alunos namibenses não falam tal como se aprende nas escolas. Isso mostra a necessidade de se aprofundar estudos sociolinguísticos sobre essa variedade e sobre as interferências que as línguas nacionais têm no português falado no Namibe.

Biografia do Autor

Sabrina Rodrigues Garcia Balsalobre, Universidade Federal da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB - Campus dos Malês)

Docente no curso de Letras da UNILAB - Campus dos Malês, na área de metodologia de ensino de língua portuguesa e estágio supervisionado. Pós-doutora na Área de Linguística Histórica (2017) e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa (2015) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - instituição em que também defendeu seu mestrado (2009) e cursou a graduação (2006). Participa do Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares em linguagem e Sociedade - GEPILIS (UNILAB/CNPQ).

Elias Flores Kanusse, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Mestrando em Linguagem e Cultura pela UFBA.

Possui graduação em Letras - Língua Portuguesa pela UNILAB.

Referências

AIROSA, Maria Filomena Jaime. Língua Portuguesa 11ª Classe. Luanda: Editora das Letra, SA, 2015.

AIROSA, Maria Filomena Jaime. Língua Portuguesa 12ª Classe. Luanda: Editora das Letra, SA, 2015.

ALMEIDA, Helena. PEDRO, Gonçalves. Língua Portuguesa: 9ª Classe. Manual do aluno. Luanda: INIDE, 2006.

ALMEIDA, Helena. PEDRO, Gonçalves. Língua Portuguesa: 7ª Classe. Manual do aluno. Luanda: INIDE, 2003.

ALMEIDA, Helena. PEDRO, Gonçalves. Língua Portuguesa: 8ª Classe. Manual do aluno. Luanda: Textos Editores, 2008.

BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. 2ª ed. São Paulo: Parábola, 2003.

_______. Dicionário crítico de sociolinguística. São Paulo: Parábola, 2017.

BERNARDO, Ezequiel Pedro José. Norma e variação linguística: implicações no ensino da língua portuguesa em Angola. In.: Revista Internacional de Língua Portuguesa. N.32, 2017, p.39-54.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemos na escola, e agora? Sociolinguística e educação. SP: Parábola, 2005.

CYRANKA, Lucia. Sociolinguística aplicada à educação. In.: MOLLICA, Maria Cecília; JUNIOR, Celso Ferrarezi. (orgs.). Sociolinguística, sociolinguísticas: uma introdução. SP: Contexto, 2016.

______. Avaliação das variantes: atitudes e crenças em sala de aula. In.: MARTINS, Marco Antonio et al. (orgs.) Ensino de português e sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014.

______. BARROSO, Therezinha (orgs.). A pedagogia da variação linguística na escola: experiências bem sucedidas. Londrina: EDUEL, 2018.

FARACO, C. A. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

GOVERNO PROVINCIAL DE NAMIBE. Namibe monografia da província. Projeto portal do governo, s/d. Disponível em: http://www.namibe.gov.ao/.

INE. Censo 2014: Resultados Definitivos do Recenseamento geral da população e da habitação de Angola (2014) Província do Namibe. Luanda: INE, 2016.

MAPA atualizado da África. Misosoafricapt, 2012. Disponível em https://misosoafricapt.wordpress.com/2012/03/19/mapa-atualizado-da-africa-2012/. Acesso em 05 jul 2019.

MAPA de Angola com províncias e capitais. Blog de geografia, 2018. Disponível em https://suburbanodigital.blogspot.com/2018/01/mapa-de-angola-com-provincias-e-capitais.html. Acesso em 05 jul 2019.

MAPA do Namibe. Fundo de apoio Social. FAS Disponível em http://fas.co.ao/mat/fas-namibe/. Acesso em 05 Agosto 2019.

ZILLES, Ana Maria Stahl, FARACO, Carlos Alberto. (orgs.) Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola, 2015.

Downloads

Publicado

08-09-2020

Como Citar

Balsalobre, S. R. G., & Kanusse, E. F. (2020). Língua portuguesa em Angola: breve discussão sobre a situação de seu ensino na Província do Namibe. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 11(32), 606–631. https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.4519