Espectadores experientes, sujeitos autônomos: a mediação teatral como forma de construir conhecimento e de estar com o mundo
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https://doi.org/10.26514/inter.v13i39.4547Palavras-chave:
Teatro, Educação, Mediação teatral, AutonomiaResumo
Neste artigo, um projeto de mediação teatral realizado junto a um grupo de estudantes de escola pública é tomado como objeto de análise. No projeto “Jovens Formadores para Novos Espectadores” os participantes vivenciaram experiências em teatro em oficinas práticas semanais e assistiram a espetáculos teatrais. Além disso, o grupo mediou o contato de moradoras do seu bairro com o fazer teatral por meio do oferecimento de aulas abertas à comunidade, ocasiões em que assumiram o papel de orientadores das atividades. Fazer, assistir e mediar teatro foram as atitudes propostas pelo projeto que contou com o referencial teórico da pedagogia do teatro - Desgranges (2010) e Wendell (2011). A perspectiva da emancipação intelectual de Rancière (2012) foi aliada na análise do processo, bem como a produção de Freire (2015) versando sobre uma pedagogia da autonomia. O saber relacionado à experiência, na concepção de Larrosa Bondía (2002), foi referencial tomado como motivador da proposta educativa, vislumbrada pela ótica da ação cultural de Teixeira Coelho (2001). Ao final do projeto, conseguiu-se perceber um incremento na autonomia dos participantes que se transformaram em sujeitos na construção de seu conhecimento em teatro, mostrando-se cada vez mais conscientes de seu estar com o mundo.
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