Curadoria compartilhada: ensinar e aprender com e sobre arte para além das fronteiras.

Visualizações: 635

Autores

  • Maria Emilia Sardelich Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i34.4600

Palavras-chave:

Ensino e aprendizagem. Espaços de hipermobilidade. Ensino de arte. Estéticas decoloniais. Curadoria Compartilhada.

Resumo

Este artigo apresenta o processo de pesquisa/ensino/aprendizagem denominado Curadoria Compartilhada, como prática coletiva de discentes/docentes, provocadora de sentidos e seus efeitos a fim de perturbar noções estereotipadas sobre o fazer pedagógico. A partir da abordagem metodológica da pesquisa narrativa inspirada nos feminismos, tem o intuito de potencializar outros modos de pensar o ensino/aprendizagem, não somente do componente curricular Arte. Indica as possibilidades de deslocamento dos espaços tradicionais para se aprender com e sobre arte, a escola e o museu, expandindo seus limites para as redes sociais, como também o exercício das funções artísticas de escolha e legitimação da produção artística contemporânea. Esses deslocamentos diluem fronteiras disciplinares, configurando um ecossistema híbrido entre o espaço físico da sala de aula e o ciberespaço, atravessado pelo fluxo informacional dos espaços de hipermobilidade, reconhecendo a nossa condição de existência ubíqua, de pessoas presentes-ausentes. Os resultados apontam para um aprender que se desloca em vários sentidos: do conservantismo para o ativismo; da verticalidade hierárquica para a horizontalidade participativa das redes; da autonomia para o empoderamento; da criação individual para a potenciação da criação coletiva; da estética eurocêntrica para as estéticas decoloniais; do discurso especialista para a escrivivência das intérpretes.

Biografia do Autor

Maria Emilia Sardelich, Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Doutora em Educação, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Educação (CE), Departamento Metodologia da Educação (DME) e do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV/UFPB/UFPE). Atua na área de Didática e Ensino de Arte, cursos de Licenciatura, modalidades presencial e a distância.

Referências

ALIMONDA, Héctor (org.). La naturaleza colonizada. Ecología política y minería en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2011.

BRASIL. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (Inep). Censo da Educação Básica 2019: Resumo Técnico. Versão Preliminar. Brasília, 2020.

BULHÕES, Maria Amélia (org.) As novas regras do jogo: o sistema da arte no Brasil. Porto Alegre: Zouk Editora, 2014.

CANCLINI, Néstor García. Leer en papel y en pantallas: el giro antropológico. In: CANCLINI, Néstor García et al. Hacia una antropología de los lectores. México, DF: Ariel, Fundación Telefónica, Universidad Autónoma Metropolitana, 2015. p. 1-38.

CLANDININ, D. Jean; CONNELLY, F. Michael. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. 2 ed. Uberlândia, MG: EDUFU, 2015.

EVARISTO, Conceição. Gênero e Etnia: uma escre(vivência) de dupla face. In: SEMINÁRIO NACIONAL X MULHER E LITERATURA – I SEMINÁRIO INTERNACIONAL MULHER E LITERATURA. Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 2003.

FERREIRA, Luciana. Multiplicidade encarnada. Revista Tuíra, n. 1, p. 4- 20, jan.2019.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla Consciência. Rio de Janeiro: Editora 34/UCAM/Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2002.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. Tempo Brasileiro, n. 92- 93, 69-82, 1988.

GRAF, Norma Blázquez. Epistemología feminista: temas centrales. In: GRAF, Norma Blázquez; PALACIOS, Fátima Flores; EVERARDO, Maribel Ríos (COORD.) Investigación feminista: epistemología, metodología y representaciones sociales. México: UNAM, 2012.p. 21-38.

HARDING, Sandra. Existe un método feminista? In: BARTRA, Eli (cop.) Debates en torno a una metodología feminista. México: UNAM, 2002. p. 9-34.

HOLLANDA, Heloisa Buarque de. (org.). Explosão feminista: arte, cultura, política e universidade. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Editora Elefante, 2019.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

LIMA, Diane. Diálogos Ausentes e a Curadoria como Ferramenta de Invisibilização das Práticas Artísticas Contemporâneas Afro-Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017.

LUGONES, Maria. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, Florianópolis, 22(3), p. 935-952, set.-dez. 2014.

MADEIRA, Angélica. Arte compartilhada: uma teoria possível. In: Arte e vida social: pesquisas recentes no Brasil e na França. Marseille: OpenEdition Press, 2016.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

MANGUEL, Alberto. Lendo Imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MAYAYO, Patricia. Historia de mujeres, historias del arte. Madrid: Ediciones Cátedra, 2003.

MIRZOEFF, Nicholas. Cómo ver el mundo: una nueva introducción a la cultura visual. Barcelona: Paidós, 2016.

MORENO, Pedro Pablo Gómez. Estéticas fronterizas: diferencia colonial y opción estética decolonial. Bogotá: Universidad Distrital Francisco Jose de Caldas; Universidad Andina Simón Bolívar (Ecuador), 2015.

PALERMO, Zuma (org.) Arte y estética en la encrucijada descolonial. Buenos Aires: Del signo, 2009.

POLLOCK, Griselda. Encuentros en el museo feminista virtual. Madrid: Ediciones Cátedra, 2010.

POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. São Paulo: Global, 2004.

QUIJANO, Aníbal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais- Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patricia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos decoloniais. Masp Afterall #3, 2019. p. 4-12.

RAGO, Margareth. Epistemologia feminista, gênero e história. In: PEDRO, J. M.; GROSSI, M. P.. (orgs.) Masculino, feminino, plural: gênero na interdisciplinaridade. Florianópolis, Ed. Mulheres, 1998.

SANTAELLA, Lucia. Comunicação ubíqua: repercussões na cultura e na educação. São Paulo: Paulus, 2013.

SANTOS, Edmea. A mobilidade cibercultural: cotidianos na interface educação e comunicação. Em Aberto, Brasília, v. 28, n. 94, p. 134-145, jul./dez, 2015.

Downloads

Publicado

18-06-2021

Como Citar

Sardelich, M. E. (2021). Curadoria compartilhada: ensinar e aprender com e sobre arte para além das fronteiras. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(34), 185–212. https://doi.org/10.26514/inter.v12i34.4600