Curadoria compartilhada: ensinar e aprender com e sobre arte para além das fronteiras.
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https://doi.org/10.26514/inter.v12i34.4600Palavras-chave:
Ensino e aprendizagem. Espaços de hipermobilidade. Ensino de arte. Estéticas decoloniais. Curadoria Compartilhada.Resumo
Este artigo apresenta o processo de pesquisa/ensino/aprendizagem denominado Curadoria Compartilhada, como prática coletiva de discentes/docentes, provocadora de sentidos e seus efeitos a fim de perturbar noções estereotipadas sobre o fazer pedagógico. A partir da abordagem metodológica da pesquisa narrativa inspirada nos feminismos, tem o intuito de potencializar outros modos de pensar o ensino/aprendizagem, não somente do componente curricular Arte. Indica as possibilidades de deslocamento dos espaços tradicionais para se aprender com e sobre arte, a escola e o museu, expandindo seus limites para as redes sociais, como também o exercício das funções artísticas de escolha e legitimação da produção artística contemporânea. Esses deslocamentos diluem fronteiras disciplinares, configurando um ecossistema híbrido entre o espaço físico da sala de aula e o ciberespaço, atravessado pelo fluxo informacional dos espaços de hipermobilidade, reconhecendo a nossa condição de existência ubíqua, de pessoas presentes-ausentes. Os resultados apontam para um aprender que se desloca em vários sentidos: do conservantismo para o ativismo; da verticalidade hierárquica para a horizontalidade participativa das redes; da autonomia para o empoderamento; da criação individual para a potenciação da criação coletiva; da estética eurocêntrica para as estéticas decoloniais; do discurso especialista para a escrivivência das intérpretes.
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