Para além das fronteiras: ensinar e aprender teatro na educação de jovens e adultos

Visualizações: 800

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4640

Palavras-chave:

Ensino de Teatro, Educação de Jovens e Adultos, Educação Estética.

Resumo

Ensinar e aprender teatro ainda é uma realidade muito distante de estudantes jovens e adultos, tanto na escola, quanto em outros contextos socioculturais. Este artigo objetiva apresentar reflexões teóricas e metodológicas sobre o ensino do teatro no âmbito da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e suas interfaces formativas do ponto de vista teórico da educação estética, valorizando outras formas de conhecimento e produção de sentidos no processo educativo. Para tanto, o texto amparou-se na pesquisa de doutorado, já finalizada intitulada: Caminhos trilhados em versos: Teatro, Cordel e Educação de Jovens e Adultos, buscando articular reflexões atuais acerca dos processos de ensinar e aprender Teatro. A investigação articula correntes teóricas de cunho libertador e humanístico, ancoradas em estudos produzidos por Paulo Freire, Istvan Mészarós, Suzana Viganó, Flávio Desgranges, dentre outros, embasando a metodologia de cunho crítico e de natureza participante no campo da Educação Estética, do Teatro e de Educação de Jovens e Adultos. Como resultados, o texto integra a concepção da escola como espaço profícuo de trocas e de valorização do estudante da EJA, a relevância das experiências na cena e no jogo teatral, bem como as reverberações nas histórias social dos sujeitos.

Biografia do Autor

Cilene Nascimento Canda, Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia

Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Pedagoga, com mestrado em educação e doutorado em artes cênicas pela UFBA. É poeta, atriz, ilustradora e arte-educadora. Atuou como professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e ministrou diversos cursos e oficinas nas áreas de educação, poesia e teatro. É pesquisadora da área de educação, Educação de Jovens e Adultos, Teatro do Oprimido e artes cênicas, possuindo artigos publicados em revistas especializadas e eventos acadêmicos nacionais e internacionais.  Atualmente, é coordenadora do Projeto de Extensão Balaio de sensibilidades (FACED/UFBA) e pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ludicidade (GEPEL).

carla meira pires de carvalho, Faculdade de Educação da Universidade do Estado da Bahia

Possui graduação em Licenciatura em Teatro (UFBA-BA), mestrado em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade-PPGEDUC (UNEB-BAHIA), doutorado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação- PPGE- (FACED-UFBA). Atualmente integra dois grupos de pesquisa: GELING- Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem- UFBA e CARPA- Contemporaneidade em Artes e Pesquisas Articuladas. É autora do livro que discute as a inserção do Teatro no currículo da Educação de Jovens e Adultos, intitulado: Professora, no teatro pode rir? Vitória da Conquista, Edições UESB, 2013. Professora Adjunta do curso de Licenciatura em Pedagogia campus I da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), atuando como membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) e como coordenadora e vice-coordenadora da área de Artes no biênio 2016-2018. Desde o ano de 2017 até o presente momento atua como professora colaboradora na Assessoria de Cultura e Artes (ASCULT) da UNEB, desenvolvendo o papel de Assistente Pedagógica do curso de Licenciatura em Música na modalidade semipresencial. Coordena o projeto de Extensão: Memórias em Cena: Teatro e Narrativas de Vida na Universidade Aberta à Terceira Idade- UATI/UNEB.

Referências

BONDÍA, Jorge Larossa. Palavra muda: sobre linguagem, experiência e subjetividade. In: COSTAS, Ana Maria (org.). ABRACE: arte, corpo e pesquisa: experiência expandida. Belo Horizonte, Ed. O lutador, ABRACE, 2015.

BRASIL. (1997). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. PARECER CNE/CEB 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Disponível em http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja/legislacao/parecer_11_2000.pdf> Acessado em: Janeiro/2014.

CANDA, Cilene Nascimento. Aprender e Brincar: é só começar... a ludicidade na alfabetização de jovens e adultos. – Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, 2006.

CARVALHO, Carla Meira Pires de. Caminhos trilhados em versos: Teatro, Cordel e Educação de Jovens e Adultos. 293f. 2015. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador.

DAYRELL, Juarez. A escola como espaço socio-cultural. In: J. Dayrell. (Org.)Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.

DESGRANGES, Flávio. A Pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. 3 Ed. Sâo Paulo: Edições Mandacaru. 2011.

DEMO, Pedro. Pesquisa participante: saber pensar e intervir. Brasília: Liber Livro editora, 2004. (Série Pesquisa em Educação, v. 8).

DUARTE JR, João Francisco. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. Curitiba: Criar Edições, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

______. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987.

GALEFFI, Dante Augusto. Didática filosófica mínima: ética do fazer-aprender a pensar de modo próprio e apropriado como educar transdisciplinar. Salvador: Quarteto, 2017.

HUIZIGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. 6 Ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.

KOUDELA, Ingrid D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 2006. Série Debates, nº 189.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A Construção do Saber: Manual de Metodologia da Pesquisa em ciências humanas/ Christian Laville e Jean Dionne; tradução Heloísa Monteiro e Francisco Setinerri. Porto Alegra: Artemed; Belo Horizonte: Editora: UFMG, 1999.

MÉZÁROS, István. A educação para além do capital. Trad. de Isa Tavares. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008. (Coleção Mundo do Trabalho.).

PECHEUX, Michel. Análise de Discurso. 4 Ed. Campinas: Pontes Editores, 2014.

PIMENTA, Selma. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? São Paulo: Cortez, 1999.

POSTIC, Marcel. O imaginário na relação pedagógica. trodução: Mário José Ferreira Pinto. Coleções Biblioteca básica de educação e ensino. Edições Asa. Rio Tinto, Portugal, 1992.

PUPO, Maria Lúcia de Souza Barros. Entre o Mediterrâneo e o Atlântico, uma aventura teatral. São Paulo: Perspectiva: CAPES-SP: Fapesp-SP, 2005.

SANTOS, Bárbara. Teatro do Oprimido: raízes e asas – uma teoria da práxis. Rio de Janeiro: IbisLibris, 2016.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. 5. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.

VEIGA, Ilma Passos A. Professor: tecnólogo do ensino ou agente social? In: VEIGA, Ilma Passos A. Ana Lúcia Amaral (orgs.). Formação de professores: políticas e debates. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2012. Coleção Magistério: Formação e Trabalho pedagógico.

VIGANÓ, S. S. As regras do jogo: a ação sociocultural em teatro e o ideal democrático. São Paulo: Ed. Hucitec: edições Mandacaru, 2006.

Downloads

Publicado

02-11-2021

Como Citar

Canda, C. N., & de carvalho, carla meira pires. (2021). Para além das fronteiras: ensinar e aprender teatro na educação de jovens e adultos. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(35), 138–161. https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4640