A formação de professores da educação básica a partir do programa escolas interculturais de fronteira (PEIF) na região fronteiriça Brasil-Paraguai

Visualizações: 787

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.4652

Palavras-chave:

educação de fronteira, formação de professores, política educacional.

Resumo

O presente artigo objetiva analisar o Programa Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF) como uma política supranacional de formação continuada para os professores da educação básica com vista à integração regional na região fronteiriça Brasil-Paraguai. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e de campo com o enfoque qualitativo. O instrumento empregado em campo para coleta de dados foi o grupo focal com professores e profissionais da educação participantes do PEIF de uma instituição de ensino localizada no sul do estado de Mato Grosso do Sul. Os resultados evidenciados apontam dois cenários: o primeiro é a sinalização do PEIF como um programa inovador quanto à formação específica de professores que atuam em regiões fronteiriças ao considerar as particularidades presentes nesses contextos; já o segundo, demonstra que a falta de continuidade e a baixa adesão ao programa pelas escolas foram fatores que impossibilitaram a consolidação do PEIF enquanto uma política supranacional de integração regional.

Biografia do Autor

Mara Lucinéia Marques Correa Bueno, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora e Mestre em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, especialista em Metodologia da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental pelas Faculdades Integradas de Amambai / MS, possui graduação em Pedagogia pelas Faculdades Magsul de Ponta Porã / MS e apostilamento no curso de Pedagogia - Faculdades Integradas de Amambai / MS. Desde 2014 é docente adjunta do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Câmpus de Ponta Porã / MS. Tem experiência na área educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, ensino fundamental, política educacional, educação em faixa de fronteira, ensino e aprendizagem.

Kellcia Rezende Souza, Universidade Federal da Grande Dourados

Possui Licenciatura em Educação Física pela Universidade Federal de Goiás (2009) e Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos (2015). Mestre em Educação pela Universidade Federal da Grande Dourados (2012). Doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista - Unesp/Araraquara (2017). Foi servidora pública Técnico-administrativa da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) de 2010 à 2016. Foi membro titular entre 2013 à 2016 do Fórum Nacional de Educação do Ministério da Educação (MEC) do Brasil. É, desde 2017, docente adjunta da Faculdade de Educação da UFGD e realiza atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas para as áreas de Políticas públicas educacionais e gestão escolar. Desenvolve pesquisas sobre as seguintes temáticas: Políticas Educacionais; Estudos comparados sobre o direito à educação na América Latina e países lusófonos; Internacionalização e integração da educação no Mercosul.

Referências

ALARCÃO, I. Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. 4 ed. Artes Médicas. 2001.

BABINSKI, Daniel B. de O. O direito à educação básica no âmbito do Mercosul: proteção normativa nos planos constitucional, internacional e regional. 2010. 182f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

BALLER, L. Fronteira e fronteiriços: A construção das relações sociais e culturais entre brasileiros e paraguaios (1954-2014). Dourados: UFGD, 2014. Tese de doutorado, Universidade Federal da Grande Dourados.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Ed. rev. e amp. 3 reimp. São Paulo: Edições 70. 2016.

BERNARDO, L. V. M. “Além das Palavras”: experiências de um projeto de intervenção em uma Escola de Dourados/MS. VII Encontro de Produção Científica e Tecnológica (EPCT): Ética da pesquisa científica. De 22 a 26 de outubro de 2012. Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão. Núcleo de Pesquisa Multidisciplinar. Campo Mourão: FECILCAM/NUPEM, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação, Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnología. Escolas de Fronteira. Brasília e Buenos Aires. 2008.

BRASIL. Portaria n. 798, de 19 de junho. Institui o Programa Escolas Interculturais de Fronteira, que visa a promover a integração regional por meio da educação intercultural e bilíngue. 2012.

BRASIL. Resolução n. 2, de 01 de julho. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. 2015.

BRASIL. Decreto n. 8.752, de 9 de maio de 2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Formação dos Profissionais da Educação Básica. 2016.

CARLOMAGNO, M. C. ROCHA, L. C. da. Como criar e classificar categorias para fazer análise de conteúdo: uma questão metodológica. In: Revista Eletrônica de Ciência Política, Curitiba, vol. 7, n. 1. p. 173-188, 2016.

CATANI, A. F. América Latina: impasses e alternativas. São Paulo: Humanistas, 2000.

CELLARD, A. A análise documental. In: POUPART, J. DESLAURIERS, J.P. GROULX, L. (Orgs.). A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, p. 295 – 334. 2008.

GATTI, B. A. Grupo focal na pesquisa em Ciências Sociais e Humanas. Brasília: Líber Livro. 2005.

GONDIM, S. M. G. Grupos focais como técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos. In: Paidéia, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 149-161, 2003.

HAYGERT, S. STURZA, E. R. Reflexões sobre o Programa de Escolas Interculturais de Fronteira como uma política linguística. In: Linguagens e Cidadania, Santa Maria, v. 17, jan./dez. p. 1-14, 2015.

LIMA, E. F. F. O sistema educacional diferenciado como um direito humano e fundamental para as regiões de fronteira. Dissertação de Mestrado. Dourados: Universidade Federal da Grande Dourados. 2018.

LORENZETTI, A. TORQUATO C. P. O Programa Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF) como política linguística. In: Matraga, Rio de Janeiro, v.23, n.38, jan/jun. 2016.

MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. In: Educação e Sociedade, Campinas, v. 27, n.94, p.47-69. 2006.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa em mapas conceituais. Porto Alegre: UFRGS, Instituto de Física. 2013.

PALUMBO, D. J. A abordagem de política pública para o desenvolvimento político na América. In: Política de capacitação dos profissionais da educação. Belo Horizonte: FAE/IRHJP. p. 35-61. (Original: PALUMBO, Dennis J. Public Policy in América – Government in Action. 2. ed. Tradução: Adriana Farah. Harcourt Brace & Company, 1994. Cap. 1, p. 8-29). 1989.

PEREIRA, M. C. Um breve estado de arte do Programa das Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF) – 10 anos em favor da cultura para a paz. In: PINTO, A. C. T. SILVA, M. R. da. Programa Escola Interculturais de Fronteira (PEIF): 10 anos. Tubarão: Copiart. 2016.

PEREIRA, M. C. Experiências, vivências e o imaginário na fronteira seca do sul de Mato Grosso do Sul. In: BRASIL, TV Escola. Salto para o Futuro: Escolas Interculturais de Fronteira. Ano XXIV - Boletim 1. Maio. 2014.

PRETTI, D.; URBANO, H. A linguagem falada culta na cidade de São Paulo. São Paulo: Queiroz, 1988.

RICHARDSON, R. et. al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas. 2008.

RONCA, A. C. C. Teoria de Ensino: a contribuição de David Ausubel. In: Temas em Psicologia. n. 03. PUC. São Paulo. 1994.

SALDAÑA, J. The Coding Manual for Qualitative Researches. Sage. 2013.

SILVA, P. A. O Programa Escolas Interculturais de Fronteira como propulsor de políticas públicas educacionais. In: PINTO, A. C. T.; SILVA, M. R. da. De frente para a fronteira: reflexões sobre educação em área de fronteira. Chapecó. 2014.

SCHRAIBER, L. B. Pesquisa qualitativa em saúde: reflexões metodológicas do relato oral e produção de narrativas em estudo sobre a profissão médica. In: Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 63-74. 1995.

SOUZA, K. R. Direito à educação nos países membros do Mercosul: um estudo comparado. 2017. 346f. Tese (Doutorado em Educação Escolar), Universidade Estadual Paulista, Araraquara-SP, 2017.

STURZA, E. R. Das experiências e dos aprendizados no Programa Escolas Interculturais de Fronteiras. In: BRASIL, TV Escola. Salto para o Futuro: Escolas Interculturais de Fronteira. Ano XXIV - Boletim 1. Maio. 2014.

STURZA, E. R. TATSCH, J. A fronteira e as línguas em contato: uma perspectiva de abordagem. Cadernos de Letras da UFF Dossiê: Línguas e culturas em contato. n. 53. 2018.

TORCHI, G. da F. C. SILVA, C. P. da. O retrato da fronteira Sul-Mato-Grossense por meio da expansão do Programa Escola Interculturais de Fronteira. In: PINTO, A. C. T.; SILVA, M. R. da. Programa Escola Interculturais de Fronteira (PEIF): 10 anos. Tubarão: Copiart. 2016.

Downloads

Publicado

08-09-2020

Como Citar

Bueno, M. L. M. C., & Souza, K. R. (2020). A formação de professores da educação básica a partir do programa escolas interculturais de fronteira (PEIF) na região fronteiriça Brasil-Paraguai. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 11(32), 244–270. https://doi.org/10.26514/inter.v11i32.4652