QUANDO MWAPO, MUVU, EKWAKE E EKURURU ENTRAM NA ESCOLA... EM PAUTA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA DISCIPLINA DE OFÍCIOS EM MOÇAMBIQUE
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https://doi.org/10.26514/inter.v13i37.4666Palavras-chave:
Currículo, Experiência, Ofícios, Formação continuada, Oficina pedagógicaResumo
O artigo refere-se a um processo investigativo que busca problematizar a formação continuada dos professores da disciplina de Ofícios. A pesquisa nos possibilita defender a disciplina de Ofícios como aquela que permite a articulação de diferentes saberes dentro do currículo escolar: um currículo em rede que se tece nas interconexões dos saberes escolares com os saberes da comunidade. Metodologicamente tomamos as “Oficinas Pedagógicas” como dispositivo de investigação-formação e apostamos na formação do professor pesquisador de sua própria prática. Na pesquisa, há um processo de problematização que permite um movimento incessante de questionamento, produzindo respostas e criando possibilidades (experimentação) de produção de conhecimento novo. Tomando como referência as contribuições de Santos, Freire, Larrosa, Sennett, Rugiu, Castiano, Ngoenha, Viegas e Brandão, afirmamos que a disciplina de Ofícios, por seu caráter eminentemente transversal, se constitui num dispositivo que alarga e/ou rompe com as fronteiras disciplinares do currículo prescrito/instituído; o que exige que a formação inicial e continuada dos professores que ministram Ofícios, seja pensada/praticada em também em rede, a partir das práticas microbianas no cotidiano das escolas. Entendemos que a formação continuada se dá no cotidiano da escola e implica a interação, o diálogo e outra forma de organização escolar.
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