Caravana da diversidade: o processo de mediação para a produção de recursos educacionais abertos sobre a biodiversidade

Visualizações: 706

Autores

  • Danilo Seithi Kato Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Interculturalidade e Educação em Ciências (GEPIC) https://orcid.org/0000-0003-3065-6812
  • Mariana Guelero do Valle Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão(UFMA). http://orcid.org/0000-0001-5203-370X
  • Marilisa Bialvo Hoffmann Departamento de Ensino e Currículo/Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. http://orcid.org/0000-0002-9699-2248

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4710

Palavras-chave:

Recursos Educacionais Abertos, Formação intercultural de professores, biodiversidade, alteridade

Resumo

No presente artigo analisamos o processo de mediação implementado na produção de Recursos Educacionais Abertos (REA) envolvendo saberes sobre a biodiversidade local a partir do que nomearemos, neste texto, de Oficinas Pedagógicas Interculturais (OPI). Essa ação compõe parte dos resultados de um projeto de pesquisa denominado “ProfBD – Observatório da Educação para Biodiversidade”, composto por uma rede de pesquisadores(as) de seis Instituições de Ensino Superior localizadas em diferentes biomas brasileiros, que investiga aspectos relativos à formação de professores de Ciências/Biologia e sua relação com a Educação para a Biodiversidade. As OPI ocorreram em diferentes territórios – mais especificamente, nos estados do Maranhão, Rio Grande do Sul, Amazonas, Sergipe, Alagoas e Minas Gerais - e tinham a finalidade de problematizar o contexto sociocultural dos licenciandos visando a percepção de contradições locais. Adotamos o pressuposto teórico da interculturalidade e do reconhecimento da identidade a partir da diferença cultural para indicar a importância do olhar atento para os saberes narrativos tradicionais na formação de professores. Como principal resultado, indicamos potencialidades da categoria Alteridade que, associadas as tecnologias digitais, podem configurar estratégias importantes nos processos decoloniais da formação de professores de Ciências e Biologia a partir das territorialidades.

 

Biografia do Autor

Danilo Seithi Kato, Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Interculturalidade e Educação em Ciências (GEPIC)

Prof. Dr. Danilo Seithi Kato
Licenciado em Ciências Biológicas pela USP/RP (2003) e Doutorado em Educação (2014) pela UNESP – campus Araraquara. É professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, e professor credenciado no Programa de Pós Graduação em Educação na mesma instituição. É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Interculturalidade e Educação em Ciências (GEPIC) e editor chefe da Revista Cadernos CIMEAC (Educação Popular). E-mail: danilo.kato@uftm.edu.br

Mariana Guelero do Valle, Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão(UFMA).

Professora do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão(UFMA). É licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (FFCLRP/USP), mestra e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da USP (FE/USP) . Atua também como professora credenciada no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências (PPECEM/UFMA) e no Programa de Pós-Graduação em Gestão de Ensino da Educação Básica (PPGEEB/UFMA). É coordenadora do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências e Biologia (GPECBio). E-mail: mariana.valle@ufma.br.  

Marilisa Bialvo Hoffmann, Departamento de Ensino e Currículo/Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.

Professora do Departamento de Ensino e Currículo/Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Doutora e Mestre em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI. Principais interesses de pesquisa: Formação de professores de Ciências e Biologia, Educação do Campo e Ensino de Ciências, Docência no Ensino Superior. Email:  marilisa.ufrgs@gmail.com

Referências

ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. Integração currículo e tecnologias e a produção de narrativas digitais. Currículo Sem Fronteiras, 12(3), 57-82, 2012. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss3articles/ almeida-valente.pdf Acesso em: 06 de março de 2019.

ANDRÉ, M. E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. 16.ed. Campinas: Papirus, 2009. 127p.

BARBIER, R. A pesquisa-ação. Brasília, DF: Plano, 2002.

BHABHA, H. K. O local da cultura. Tradução Myriam Ávila et al. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

BOTTENTUIT JUNIOR, J. B., LISBÔA, E. S., COUTINHO, C. P. Narrativas digitais na formação inicial de professores: Um estudo com alunos de Licenciatura em Pedagogia. Revista Teias, 13(17), 191-204, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Parâmetros Nacionais Curriculares Ensino Médio: bases legais. Brasília, DF: MEC, 2000. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 17 set. 2019.

BRASIL. Lei n.13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF., 26 jun 2014. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm> Acesso em: 17 de setembro de 2019.

BRUNER, J. Atos de significação.Porto Alegre: ArtMed, 1997.

DOURADO, Luiz Fernandes; OLIVEIRA, João Ferreira de.; Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os impactos nas políticas de regulação e avaliação da educação superior. In: AGUIAR, M.A.S.; DOURADO, L.F. (Orgs.) A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. Recife: ANPAE, 2018.

FERREIRA, G. M. F.; CARVALHO, J. S. Recursos Educacionais Abertos como Tecnologias Educacionais: considerações críticas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 39, nº. 144, p.738-755, jul.-set., 2018.

GONÇALVES, M. A. Etnobiografia: biografia e etnografia ou como se encontram pessoas e personagens. In: GONÇALVES, M.A; MARQUES, R. CARDOSO, V. (Orgs). Etnobiografia: subjetivação e etnografia. Viveiros de Castro Editora, 2012.

HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org. e Trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 103-133.

KATO, D. S.; SANTOS, A. A. P. P. “Cadê a Puba?”: Por uma formação intercultural de professores de biologia em uma comunidade amazônica. Revista Multidisciplinar em Educação, Porto Velho, v. 6, n° 16, p. 344-363, out/dez, 2019.

KENSKI, V. M. A urgência de propostas inovadoras para a formação de professores para todos os níveis de ensino. Revista Diálogo Educacional, v. 15, n. 45, p. 423-441, 2015. Disponível em: < https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/view/1963 >. Acesso em: 29 out. 2018.

LAUDARES, E. M. A; GOULART, I. C. V. Narrativas digitais: a palpitante forma de contar histórias. Leitura: Teoria & Prática v. 37, n. 75, 2019.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

MARQUES, A. P. A. Z.; MESSAGE, C. P.; TERÇARIOL, A. A. L. Recursos Educacionais Abertos: seus conceitos e suas Licenças Creative Commons. Colloquium Humanarum, vol. 13, p. 463-469. n. Especial, Jul–Dez, 2016.

NASCIMENTO, E. R.; et al. Narrativas digitais para uma aprendizagem significativa no Ensino Superior: qual a percepção dos estudantes? Educação Por Escrito, Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 251-269, jul.-dez. 2018. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/porescrito/article/view/31354/17597>. Acesso em 15 Jan. 2020.

PAGAN, A. A. O ser humano do Ensino de Biologia: uma abordagem fundamentada no autoconhecimento. Revista Entreideias, Salvador, v. 7, n. esp, p.73-86, 2018.

PRADO, A. L.; et al. Narrativas digitais: conceitos e contextos de letramento. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 12, n. esp. 2, p.1156-1176, ago./2017. Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/10286/6679>. Acesso em: 15 jan 2020.

PRETTO, N. de L. Professores universitários em rede: um jeito hacker de ser. Motrivivência. Ano XXII, Nº 34, P. 156-169 Jun./2010. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/viewFile/16038/15850, acesso em 29 jan 2020.

PROFBD - Observatório da Educação para Biodiversidade. Disponível em: <http://reas.grupogepic.com.br/Home >. Acesso em 30 Mar. 2019.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; Meneses, Maria Paula (Orgs.). Epistemologia do Sul. São Paulo: Cortez, 2009. p.84-130.

RODRIGUES, A. Narrativas digitais, autoria e currículo na formação de professores mediada pelas tecnologias: uma narrativa-tese. 2017. 274 f. Tese (Doutorado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: . Acesso em: set. 2019.

RODRIGUES, A. ALMEIDA, M. E. B. Narrativas digitais na educação e na formação de professores: uma revisão sistemática de literatura. Cadernos de Educação, UFPel, n, 56, p. 107-130, 2017.

SANTOS, B.S. Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia. de saberes, Revista Crítica de Ciências Sociais, 78, 3-46. 2007. DOI: 10.1590/S0101-33002007000300004.

SOUZA, J. de. A Elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. Rio de Janeiro: Leya, 2017.

TOLEDO, V. M.; BARRERA-BASSOLS, N. A memória biocultural: a importância ecológica das sabedorias tradicionais. São Paulo: Editora Expressão Popular. 2015.

VOLOCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico da ciência da linguagem. Grillo, Sheila, Ekaterina Vólkova. Grillo, Sheila. São Paulo: Editora 34: 2017. 373 pp.

WESTON, M. E.; BAIN, A. The end of techno-critique: the naked truth about 1:1 laptop initiatives and educational change. Journal of Technology, Learning, and Assessment, v. 9, n. 6, 2010.

ZANIN, A. A. Recursos educacionais abertos e direitos autorais: análise de sítios educacionais brasileiros. Revista Brasileira de Educação v. 22 n. 71, 2017.

Downloads

Publicado

02-11-2021

Como Citar

Kato, D. S., Valle, M. G. do, & Hoffmann, M. B. (2021). Caravana da diversidade: o processo de mediação para a produção de recursos educacionais abertos sobre a biodiversidade. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(35), 206–231. https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4710