O que pensam professores indígenas Guarani sobre interculturalidade?
Visualizações: 317DOI:
https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4950Palavras-chave:
Interculturalidade, Bilinguismo, Escola Indígena, GuaraniResumo
Desde a Constituição de 1988, que os povos indígenas conquistaram o direito a uma escola intercultural, bilingue e diferenciada. Frente a essa conquista, surgiram questões: Como os indígenas querem implementar essa escola? Como devem se processar a interculturalidade e bilinguismo? Sendo a interculturalidade entendida como resultado das trocas que se estabelecem entre culturas, neste artigo analisamos as concepções relacionadas à interculturalidade existentes entre professores indígenas guarani. Trata-se de um estudo de caso cuja coleta de dados se deu por meio de entrevista semiestruturada com dois sujeitos. Concluímos que ambos concordam sobre a presença de conteúdos indígenas e não indígenas no currículo da escola indígena, porém esses conteúdos nem sempre devem ser trabalhados simultaneamente. Acreditam que a língua materna é um instrumento de preservação cultural e defendem a alfabetização em guarani, as atividades que favorecem a oralidade e a presença dos indivíduos mais experientes da aldeia na escola, contribuindo para a aprendizagem da cultura. Defendem que a escola indígena deve ter professores não indígenas e indígenas, para garantir o acesso a aspectos da cultura não indígena e o bilinguismo, mas, para eles, ela só será efetivamente indígena, se for administrada e tiver o corpo docente majoritariamente composto por nativos.
Referências
BANIWA, Gersem dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje / Luciano – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
BENITES. Sandra. Viver na língua Guarani Nhandewa (mulher falando). Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Antropologia Social – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018.
BESSA FREIRE, José Ribamar. Cinco ideias equivocadas sobre o índio. In Revista do Centro de Estudos do Comportamento Humano (CENESCH). Nº 01 – Setembro 2000. P.17-33. Manaus-Amazonas, 2010.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BRASIL. Te mandei um passarinho. Org. Bessa Freire, Et al. – Brasília: Ministério da Educação, 2007.
FLEURI, Reinaldo Matias. Intercultura e educação.Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro, n. 23, p. 16-35, Aug. 2003.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
LÉVI-STRAUSS, Claude. A Antropologia diante dos problemas do mundo moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para quê? São Paulo. Editora Cortez, 2002.
LUCENA, Enilze Alves Ferreira de. A escolarização e o modo de ser guarani: desafios e anseios na trajetória discente no projeto de educação de jovens e adultos guarani mbya em Angra Dos Reis, Rio De Janeiro. Dissertação (Mestrado). -- Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Programa De Pós-Graduação Em Educação Agrícola. Rio de Janeiro꞉ UFRRJ, 2018.
MARTINS, Norielem de Jesus. Educação Escolar indígena Guarani no Estado do Rio de Janeiro: Tensões e Desafios na Conquista de Direitos. 2016. 96 p. Dissertação (Mestrado em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares) PPGEduc, Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2016.
MONTERO, Paula. MULTICULTURALISMO, IDENTIDADES DISCURSIVAS E ESPAÇO PÚBLICO.Sociol. Antropol., Rio de Janeiro , v. 2, n. 4, p. 81-101, Dec. 2012.
RUSSO, Kelly; BORRI-ANADON, Corina.Interculturalidade e inclusão na educação no Brasil e no Quebec. In:Periferia, v. 11, n. 3, p. 24-51, 2019.
SILVA, Beatriz Salles da. Educação escolar indígena. Mas, o que é mesmo uma escola diferenciada? Trajetórias, equívocos e possibilidades no contexto da EE Indígena Xucuru KaririWarcanã de Aruanã, Caldas, MG. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Estadual de Campinas. Campinas꞉ UNICAMP, 2010.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.