Contribuições dos diários de campo para a formação de um grupo de licenciandos em química

Visualizações: 568

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4975

Palavras-chave:

estágio supervisionado, formação de professores, diário de campo

Resumo

Nesta pesquisa se apresenta os resultados de um estudo que buscou investigar as contribuições da escrita do diário de campo na formação de um grupo de 7 licenciandos em química, produzidos no Estágio Curricular Supervisionado (ECS) 1 e 2. Em consonância, esta pesquisa figura como um estudo de caso. Foram analisados ao todo 76 diários de campo por meio das categorias de Zabalza (2009) e outras emergentes, adotando-se a análise de conteúdo. Nos resultados identificou-se que a maioria dos licenciandos compartilharam nos diários produzidos no ECS 1 a descrição de tarefas, enquanto no ECS 2 os diários emergiram, principalmente, as características dos alunos e dos próprios professores. Em relação às categorias emergentes, as mais significativas foram as que trouxeram características dos estudantes da educação básica e a caracterização das aulas do professor supervisor, incipientes, foram o olhar dos licenciandos para a escola, situações conflitantes e para a autopercepção sobre a sua docência. Por outro lado, ao longo da escrita dos diários observou-se que a maioria dos licenciandos buscou realizar reflexões sobre as observações que realizavam na escola campo. A escrita dos diários se mostrou como um instrumento importante no processo de formação de professores.

Biografia do Autor

Fernanda Luiza de Faria, Universidade Federal de Santa Catarina

Docente do quadro permanente da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina. Atua no Departamento de Ciências Exatas e Educação do Campus Blumenau. Possui graduação em Química (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Federal de Viçosa. Mestrado e Doutorado em Química, área de concentração em Educação Química pela Universidade Federal de Juiz de Fora. É vice-líder do Grupo de Pesquisa registrado no CNPQ intitulado Observatório de Práticas Curriculares, relacionando os campos do Currículo, Formação Docente e Tecnologias. É pesquisadora no Núcleo de Estudos em História da Ciência. Tem experiência na área de Ensino de Química. Linhas de pesquisa de interesse: Estratégias de Ensino Diferenciadas no contexto da Educação Básica, Pedagogias Diferenciadas, A abordagem do conteúdo químico no Ensino Fundamental, História da Ciência e Ensino.

 

Keysy Solange Costa Nogueira, Universidade Federal de Santa Catarina

Licenciada em Química pelo Instituto Federal de São Paulo (2012). Doutora em Ensino de Ciências, subárea Ensino de Química, pelo Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo (2018). O projeto de doutorado estava vinculado ao Plano de Educação e Difusão do CEPID Redoxoma do Instituto de Química da USP financiado pela FAPESP. No curso de pós-graduação, participou do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), na disciplina de estágio supervisionado e na disciplina de planejamento. Atuou como professora de Química no Ensino Médio em escolas da Rede Estadual de Ensino de São Paulo e atualmente é professora do Curso de Licenciatura em Química na Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Blumenau. Participa como colaboradora do grupo PEQuim - Pesquisa em Ensino de Química - http://sites.usp.br/pequim/, coordenado pela professora Dra. Carmen Fernandez. Participa ainda do Grupo de Pesquisa e Ensino de Ciências (EPC), coordenado pela professora Dra. Elaine Pavini Cintra. Coordena o grupo GPFIQ - Grupo de Pesquisa em Formação e Identidade Docente no Ensino de Química e Ciências, que desenvolve pesquisas nas seguintes linhas: Formação de professores, Conhecimento Pedagógico de Conteúdo (PCK), Conhecimento docente, Estado da arte e Identidade docente. É pareceristas em algumas revistas nacionais e internacionais.

Referências

AGUIAR, P. A., et al. Estágio Supervisionado na Formação Docente: Experiências e Práticas do IFSC-SJ. 1. ed. Florianópolis: Publicação do IFSC, 2019. v. 1. 298p.

AGUIAR, T. C.; FRANCISCO JUNIOR, W. E. Ações e reflexões durante o estágio supervisionado em química: algumas notas autobiográficas. Química Nova na Escola (Impresso), v. 35, p. 283-291, 2013.

ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G. (orgs.). Estágios supervisionados na formação docente: educação básica e educação de jovens e adultos. São Paulo: Cortez, 2014.

AMBROSETTI, N. B.; NASCIMENTO, M. G. C. A.; ALMEIDA, P. A.; CALIL, A. M. G. C.; PASSOS, L F. Contribuições do PIBID para a formação inicial de professores: o olhar dos estudantes. Educação em Perspectiva, V. 4, n. 1, p. 151-174, 2013.

BARBOSA, G. L. S. et al. O caderno de campo como instrumento de reflexão para a formação inicial de professores de Química. Scientia Plena, v.13, n.5, p.1-12, 2017.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BRASIL. Resolução CNE/CP1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais, para a formação de professores de Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002. Seção 1, p.31. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/009.pdf>. Acesso em: 03/03/2020.

BROIETTI, F. C. D.; STANZANI, E. L. Os estágios e a formação inicial de professores: experiências e reflexões no curso de Licenciatura em Química da UEL. Química Nova na Escola (online), v. 34, p. 306-317, 2016.

CALDERANO, M. A. O Estágio Supervisionado para além de uma atividade curricular: avaliação e proposições. Est. Aval. Educ., v. 23, n. 53, p. 250 – 279, 2012.

CAÑATE, L. S. C. O diário de bordo como instrumento de reflexão crítica da prática do professor. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Educação. Belo Horizonte. 2010.

DIAS, V. B.; PITOLLI, A. M. S.; PRUDÊNCIO, C. A. V.; OLIVEIRA, M. C. A. O Diário de Bordo como ferramenta de reflexão durante o Estágio Curricular Supervisionado do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Santa Cruz – Bahia. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS (ENPEC), 9., Águas de Lindóia, SP. Anais...Águas de Lindóia: ENPEC, 2013, p.1-7.

FREIRE, M. Observação, Registro, Reflexão: Instrumento Metodológico. Série Seminários. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1992.

GALIAZZI, M.C.; LINDEMANN, R.H. O diário de estágio: da reflexão pela escrita para a aprendizagem sobre ser professor. Olhar de professor, v. 6, n. 1, p. 135-150, 2003.

GATTI, B. A. Formação de professores no Brasil: características e problemas. Educ. Soc., v.31, n.113, p.1355-1379, 2010.

GATTI, B. A.; BARRETO, E. S. S. Professores: aspectos de sua profissionalização, formação e valorização social. Brasília, DF: UNESCO, 2009. (Relatório de pesquisa)

HONÓRIO, M. G.; LOPES, M. S. L.; LEAL, F. L. S.; HONÓRIO, T. C. T.; SANTOS, V. A. As novas diretrizes curriculares nacionais para formação inicial e continuada de professores da educação básica: entre recorrências e novas inquietações. RIAEE – Revista IberoAmericana de Estudos em Educação, v.12, n.3, p. 1736-1755, 2017.

KERN, C.; AGUIAR, P. A. Diário de campo: a leitura e a escrita na formação docente. In: AGUIAR, P. A.; DREWS, F.; DEMOS, T. V.; PEREIRA, G. A.; VAZ, K. (Org.). Estágio Supervisionado na Formação Docente: Experiências e Práticas do IFSC-SJ. 1ed.Florianópolis: Publicação do IFSC, 2019, v. 1, p. 120-137.

MORAES, C. B.; GUZZI, M. E. R.; SÁ, L. P. Influência do estágio supervisionado e do PIBID na motivação de futuros professores de biologia pela docência. Ciência e Educação (UNESP), v. 25, p. 235-253, 2019.

OLIVEIRA, S.; FABRIS, E. T. H. Práticas de iniciação à docência: o diário de campo como instrumento para pensar a formação de professores. Revista Diálogo Educacional (PUC-PR, IMPRESSO), v. 17, p. 639-660, 2017.

PAULA, T. E.; GUIMARÃES, O. M.; SILVA, C. S. Formação de Professores de Química no contexto da Educação Inclusiva. ALEXANDRIA (UFSC), v. 11, p. 3-27, 2018.

PICONEZ, S. C. B. (org). A Prática de Ensino e o Estágio Supervisionado. Campinas/SP: Editora Papirus, 1991.

PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

SILVA, M. H. S., DUARTE, M. C. O diário de aula na formação de professores reflexivos: resultados de uma experiência com professores estagiários de biologia/geologia. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 1, n. 1-2, p. 73-84, 2001.

SOUZA, A. P. G.; CARNEIRO, R. F.; PEREZ, S. M.; OLIVEIRA, O. R.; REALI, A. M. M. R.; OLIVEIRA, R.M.M. A. A Escrita de diários na formação docente. Educação em Revista, v. 28, n. 01, p. 181-210, 2012.

TESSARO, P. S.; MACENO, N. G. Estágio Supervisionado em Ensino de Química. Revista Debates em Ensino de Química, v.2, n.2, p. 32 - 44, 2016.

YIN, R. K. Case study research design and methods. Thousand Oaks: Sage, 2014.

ZABALZA, Miguel. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Artmed, 2009.

Downloads

Publicado

02-11-2021

Como Citar

Faria, F. L. de, & Nogueira, K. S. C. (2021). Contribuições dos diários de campo para a formação de um grupo de licenciandos em química. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(35), 448–466. https://doi.org/10.26514/inter.v12i35.4975