Formação do professor de Matemática: um olhar para o norte de Minas Gerais
Visualizações: 296DOI:
https://doi.org/10.26514/inter.v12i36.6623Palavras-chave:
Matemática, Educação Matemática, Currículo, Formação de ProfessoresResumo
A formação de professores de Matemática no Norte de Minas Gerais, nos anos 1960, foi realizada a partir de demandas da legislação educacional e de interesses políticos e econômicos. Este artigo propõe analisar o Currículo de Matemática na Formação de professores, entre os anos de 1968 e 1978, no primeiro curso superior de Matemática da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras (FAFIL), localizada na cidade de Montes Claros (MG). O fundamento teórico metodológico baseia-se nas concepções de currículo buscando articular a Educação Matemática e a Formação de Professores. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com ex-alunos e ex-professores do Curso de Matemática da instituição mencionada, no período alvo da pesquisa, a análise foi subsidiada pela revisão de literatura. Entre os principais resultados, destaca-se que no currículo praticado para a formação de professores no primeiro curso superior de Matemática no norte de Minas Gerais, entre 1968 e 1978, eram privilegiados dois tipos de formação: um conteudista e outro mesclado por conhecimentos articulados ao ensino e à aprendizagem, à Matemática, à Educação e à Escola. Conclui-se que à época predominava uma concepção de currículo calcada no rigor, atribuindo o ensino e a aprendizagem da Matemática a pessoas bem dotadas.
Referências
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Ensinar, aprender, apreender e processos de ensinagem. In: ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. (Org.). Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 3. reimp. Joinville: UNIVILLE, 2004, p. 15-44.
ANDRÉ, Marli. Formação de professores: a constituição de um campo de estudos. Revista Educação, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, v. 33, n. 3, p. 174-181, jun. 2010.
APPLE, M. W. A política do conhecimento oficial: faz sentido a ideia de um currículo nacional? In: Silva, T. T., Moreira, A. F. (Org.). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 2011.
BECKER, Fernando. Epistemologia do professor de matemática. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
BOURDIEU, Pierre. A distinção. Crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais Curriculares para Formação de Professores. Brasília/DF: A Secretaria, 1999.
BROUSSEAU, Guy. Os diferentes papéis do professor. In: PARRA, Cecília; SAIZ, Irma (Org.). Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
CANDAU, Vera Maria Ferrão. Formação continuada de professores: tendências atuais. In: REALI, Aline Maria de Medeiros Rodrigues; MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Formação de professores: tendências atuais. 1. ed. São Carlos (SP): Edufscar, 2007. 60 p.
CASTRO e ALMEIDA, S. P. N. de. Um lugar, muitas histórias: o processo de formação de professores de Matemática na primeira instituição de ensino superior da região de Montes Claros/norte de Minas Gerais (1960-1990). 2015. Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. UFMG, Belo Horizonte, 2015.
CASTRO, Amélia Domingues de. A licenciatura no Brasil. Revista de História, São Paulo, v. 50, n. 100, tomo II, p. 627-652, out./dez. 1974.
D'AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. 23 ed. Campinas: Papirus, 2020.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
FIORENTINI, Dario. A formação Matemática e didático - pedagógico nas disciplinas. Revista de Educação PUC - Campinas, Campinas, n. 18, p. 107-115, junho 2005.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
GARNICA, Antônio Vicente Marafioti. História Oral em Educação Matemática: outros usos, outros abusos. In: PACHECO, Edilson Roberto; VALENTE, Wagner Rodrigues (Org.) Coleção história da Matemática para professores. Rio Claro: Sociedade Brasileira de História da Matemática, 2007.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 140 p.
GROENWALD, Claúdia Lisete Oliveira. L. A Matemática e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Educação Matemática em Revista – RS. V.1, n.1, 1999, p. 23–30.
GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira; NUNES, Giovanni da Silva. Currículo de matemática no ensino básico: a importância do desenvolvimento dos pensamentos de alto nível. Revista Latinoamericana de Investigación en Matemática Educativa. Versión Online ISSN 20076819.Versión Impresa ISSN 16652436.Relime vol.10, no.1, México, mar. 2007.
HUETE, Juan Carlos Sánchez; BRAVO, Jose Antonio Fernandez. O ensino da Matemática: Fundamentos teóricos e bases psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
LORENZATO, Sérgio. Para aprender Matemática. 2ª Edição. Campinas: Autores Associados, 2008.
LORENZATO, Sergio. Laboratório de ensino de Matemática e materiais didáticos manipuláveis. In: LORENZATO, Sérgio. O laboratório de ensino de Matemática na formação de professores. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 2010.
MARTINS, Pura Lúcia Oliver. A Didática e as contradições da prática. Campinas: Papirus, 1998.
MIGUEL, Antonio. História, filosofia e sociologia da educação matemática na formação do professor: um programa de pesquisa. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 137-152, Mar. 2005. Acesso em 30 Set. 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022005000100010
MOREIRA, Plínio Cavalcanti; FERREIRA, Ana Cristina. Entre o lugar da Matemática na Licenciatura em Matemática. Bolema, Rio Claro, v. 27, n. 47, p. 981-1005, dez. 2013.
MOREIRA, Antônio Flávio; SILVA, Tomas Tadeu da (Org.). Currículo, Cultura e Sociedade. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
MUNIZ, Cristiano Alberto. Educação e linguagem matemática. Brasília: Universidade de Brasília. Centro de Educação a distância, 2009.
POZO, Juan Ignacio. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002.
RODRIGUES, Ângela. A formação de formadores para a prática na formação inicial de professores. 2017. Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Universidade de Lisboa.
RICO, Luis. Bases Teóricas del Currículo de Matemáticas en Educación Secundária. Madrid: Editorial Sínteses, 1997.
RICO, Luis. Currículos de Matemática para a Educação Básica. In: FÓRUM NACIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA SOBRE CURRÍCULOS DE MATEMÁTICA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL, 1, 2004. São Paulo. Anais eletrônicos. São Paulo, 2004.
SACRISTÁN, J. Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2000.
SCHUBRING, Gert. Production mathématique, enseignement et communication. Revue d’Histoire des Mathématiques, Paris , v. 7, p. 295-305, 2001. Acesso em 30 Set. 2020. Disponível em: http://www.numdam.org/article/RHM_2001__7_2_295_0.pdf
SERRAZINA, Lurdes; VALE, Isabel; FONSECA, Helena; PIMENTEL, Teresa. 2002. Investigações Matemáticas e profissionais na formação de professores. XI Encontro de Investigação em Educação Matemática, In Actividades de investigação na aprendizagem da Matemática e na formação de professores, Coimbra.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. 5. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
SILVA. Tomaz Tadeu da; MOREIRA, Antônio Flávio (Org). Territórios Contestados: O currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1995.
SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: a docência universitária em busca de legitimidade. Salvador: EDUFBA, 2010.
SUTHERLAND, Rosamund. Ensino eficaz de Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.