Base Nacional Comum Curricular e as Diretrizes Para Educação do Campo no Brasil
Implicações e Perspectivas em Escolas de Assentamentos Rurais em Vitória da Conquista/BA
Visualizações: 4DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v15i43.8645Palavras-chave:
Base Nacional Comum Curricular, Diretrizes Curriculares para Educação do Campo, Currículo Oculto, Educação do Campo, MSTResumo
O presente artigo apresenta a política da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os Princípios da Educação do Campo, pautados na formação omnilateral. A questão norteadora de que maneira a BNCC se inter-relaciona com a Diretrizes Curriculares para a Educação do Campo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com revisão de literatura e pesquisa de campo, sustentada no Materialismo Histórico-Dialético. Entre os resultados, constatamos que a Educação do Campo não se mantém exclusivamente sob viés emancipatório, verificamos a necessidade de pensar no currículo escolar, firmado no compromisso político que visa à formação humana, para além das habilidades e competências, já que por meio dessas categorias, o Estado se compromete apenas com o básico previsto na Base. Para tanto, faz-se necessário que a prática pedagógica considere as metas da BNCC que tratam da diversidade e da cultura, articulando-as ao currículo paralelo, também compreendido como “currículo oculto”. Em vista da formação baseada em aprendizagens essenciais, habilidades e competências, a BNCC está na contramão do Decreto 7352/2010, desmaterializando o resultado da luta por uma Educação do Campo como projeto histórico-social de reparação para a classe trabalhadora do campo.
Referências
APPLE, M. W. Ideologia e Currículo. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BASSO, Itacy Salgado. Significado e sentido do trabalho docente. Cad. CEDES, Abr 1998, vol.19, no.44, p.19-32. ISSN 0101-3262. Disponível em: Acesso de set. 2023.
BRANCO, Emerson Pereira. BRANCO, Alessandra Batista de Godoi. IWASSE, Lilian Fávaro Algrâncio. ZANATTA, Shalimar Calegari. Sistema Nacional de Educação: críticas no contexto da implantação da BNCC. Debates em Educação. Maceió. Vol. 11. Nº. 25, 2019.
BRASIL. Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos, 2010.
Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7352.htm. Acesso em: out. de 2023.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/CONSED/UNDIME/MPB, 2017. Disponível: em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: set. de 2023.
BRASIL. Presidência Da República. Decreto nº 9.465, de 9 de agosto de 2018. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia//asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/36331315/do1-2018-08-10-decreto-n-9-465-de-9-de-agosto-de-2018-36331311. Acesso em: set. de 2023.
BRASIL. Presidência Da República. Lei 11.645 de 10 de março de 2008. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso de set. 2023.
BRASIL. Presidência Da República. Lei De Diretrizes e Bases 9394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: set. de 2023.
CALDART, Roseli Salete. Elementos para construção do projeto político e pedagógico da educação do campo. In: MOLINA, M. C & JESUS, S. M. A (Orgs). Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo. Brasília, DF: Articulação Nacional "Por Uma Educação do Campo, 2004. Coleção Por Uma Educação do Campo, nº 5.
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra. 3a ed. São Paulo: Expressão Popular, 2004.
CANÁRIO, Rui. A Escola e a Abordagem Comparada. Novas realidades e novos olhares. Sísifo. Revista de Ciência da Educação, n° 1, set/dez, 2006.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1995.
FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA, Maria. Trabalho como princípio educativo. In: SALETE, R.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (Org.). Dicionário da educação do campo. Rio de Janeiro: Escola Politécnica Joaquim Venâncio; São Paulo: Expressão Popular, p. 748-759, 2012.
GONÇALVES, Elisa Pereira. Iniciação à pesquisa científica. Campinas, SP: Editora Alínea, 2001.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Formação Administrativa do município de Vitória da Conquista.
Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/vitoria-da-conquista/historico. Acesso em: 30 de nov. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Panorama do município de Vitória da Conquista. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/vitoria-da-conquista/panorama. Acesso em: abril de 2022.
LABORATÓRIO DE DADOS EDUCACIONAIS (LDE). Número de escolas públicas em dependências estaduais em áreas urbanas no Brasil, 2021. Disponível em: https://dadoseducacionais.c3sl.ufpr.br/#/indicadores/escolas. Acesso em: ago. 2022
LABORATÓRIO DE DADOS EDUCACIONAIS (LDE). Número de escolas públicas em dependências municipais em áreas urbanas no Brasil, 2021. https://dadoseducacionais.c3sl.ufpr.br/#/indicadores/escolas. Acesso em: ago. 2022
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. Goiânia, Goiás: Alternativa, 2004.
MARCONI. Marina de Andrade; LAKATO, Eva Maria. Técnica de Pesquisa; 7ª Edição Editora Atlas, São Paulo 2012.
MARX, K. 1818-1883. Manuscrito econômico filosóficos, traduzido por Jesus Raniere 4ª Reimpressão, Editora Boitempo, São Paulo, 2010.
MARX, K; ENGELS. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Editora Martin Claret, 2003.
MENEZES NETO, Antônio Júlio de. Formação de professores para a Educação do Campo: projetos sociais em disputa. In: ANTUNES-ROCHA, Maria Isabel, MARTINS, Aracy Alves (Org.). Educação do Campo: desafios para a formação de professores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
MÉSZÁROS, Istvan. A educação para além do capital. Tradução: Isa Tavares. 2.ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
MICHETTI, Miqueli. Entre a legitimação e a crítica: as disputas acerca da Base Nacional Comum Curricular. Revista brasileira de ciências sociais - vol. 35 n° 102. Ano 2020, p 5. RBCS Vol. 35 n° 102 /2020: e3510221. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/7NZC9VwjKWZKMv4SPQmTXPJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso set.2023.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Trabalho de campo: contexto de observação, interação e descoberta. In: MINAYO, Maria Cecília de Souza. DESLANDES, Sueli Ferreira. GOMES, Romeu. Pesquisa Social Teoria Método e criatividade. Ed. Vozes 3ª Reimpressão 2020.
OLIVEIRA, Dalila Andrade. As políticas educacionais no governo Lula rupturas e permanecias. RBPAE – v.25, n.2, p. 197-209, mai./ago. 2009 ps. 197 a 209. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/rbpae/article/view/19491/11317. Acesso em nov 2023
OLIVEIRA, Inês. Barbosa. Políticas Curriculares no Contexto de Golpe de 2016: Debates, Embates e Resitências. 2018. In.: AGUIAR. Maria Angela da; DOURADO. Luiz Fernando. A BNCC na Contramão do PNE 2014-2024: Avaliação e perspectivas. Livro Eletrônico-Recife: ANPAE, 2018.
PEDROZO COGO, T., & BITENCOURT Cardoso, J. (2023). Educação do Campo: uma análise crítica sobre a representação da modalidade na BNCC brasileira em tempos de neoliberalismo. Revista Educação, Política e Sociedade, 8 (2), 121–155. Disponível em: https://revistas.uam.es/reps/article/view/16947/16111. Acesso em: set. 2023.
QEDU. Plataforma QEdu, Informações do número de escolas no município de Vitória da Conquista. 2021 Disponível em: https://novo.qedu.org.br/brasil/ideb?gclid=CjwKCAjw9e6SBhB2EiwA5myr9sPkNfn3Ygsg7gN6QsGU-HVA8wUqY1MBw7yJ3FnPs01OuMCp_Up_bRoCDIUQAvD_BwE. Acesso em: jun. de 2021.
RIBEIRO, Marlene. Movimento camponês, trabalho e educação – liberdade, autonomia e emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
SANTOS, Cláudio Félix. FERREIRA Cléber Eduão. Currículo e Educação do Campo: entre as lutas por uma formação humana crítica e as proposições pós-críticas do educar. Revista Espaço do Currículo Espaço do Currículo (online), João Pessoa, v.11, n.2, p. 199-210, mai./ago. 2018. Ano 2028 P. 200. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/ufpb.19831579.2018v2n11.39567/33002. Acesso em set. 2023.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia: teorias da educação, curvatura da vara, onze teses sobre educação e política! Dermeval Saviani. 32. ed.- Campinas, SP: Autores Associados, 1999. - (Coleção polêmicas do nosso tempo; v.s). Disponível em: https://petpedufba.files.wordpress.com/2016/02/savianidermevalescolaedemocracia.pdf. Acesso de set. 2023.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Teorias do Currículo: Uma introdução crítica. Portugal: Porto Editora, 2000.
TONET, Ivo. Educação, cidadania e emancipação humana. Maceió: EDUFAL, 1997.
VENDRAMINI, Celia R. A educação do campo na perspectiva do materialismo históricodialético. In: COUTINHO, A. F. Diálogos sobre a questão da Reforma Agrária e as políticas de Educação do campo. São Luis: Edufma, 2009.
VENDRAMINI, Celia R. I Conferência proferida no II Encontro Nacional de Pesquisa em Educação do Campo, realizado em Brasília, no período de 6 a 8 de agosto de 2008.
VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. 4ª ed. São Paulo, Martins Fontes, 1991b.
VYGOTSKI, L.S. Aprendizagem e desenvolvimento intelect-tual na Idade Escolar. In: Vygotski, L.S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo, Ícone e Edusp, 1988.
VYGOTSKI, L.S. Pensamento e linguagem. 3ª ed. São Paulo, Martins Fontes, 1991a.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.