Discutindo a internacionalização das universidades latino-americanas e caribenha
uma análise a partir da Reunião de Acompanhamento da Conferência Regional de Educação Superior, CRES+5
DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v15i43.8771Palavras-chave:
Educação Superior, Políticas Públicas, Internacionalização, (De)colonialidadeResumo
Este artigo tem como objetivo analisar as propostas para a internacionalização das universidades apresentadas durante a reunião de acompanhamento da Conferência Regional de Educação Superior, CRES+5, realizada na cidade de Brasília, de 13 a 15 de março de 2024, buscando identificar as tendências de políticas propostas e elementos que contribuam para se pensar a internacionalização da educação superior na América Latina e Caribe. Trata-se de análises derivadas de uma experiência de campo realizada para o desenvolvimento de tese desenvolvida no âmbito de um Programa de Pós-Graduação em Educação, na área de Antropologia da Educação, sobre o processo de internacionalização de uma universidade pública, localizada no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Para tanto, amparamo-nos no referencial teórico-metodológico da análise situacional, desenvolvida pelo antropólogo Max Gluckman (1987). A partir do que foi vivenciado durante a CRES+5, concluímos que o pensar um paradigma outro de internacionalização, voltado à integração dos povos latino-americanos, passa, antes de tudo, pelo olhar para questões nacionais, sendo necessário desenvolver políticas que reduzam assimetrias e desigualdades dentro do nosso próprio país, em nossas instituições de ensino e em nossos programas de graduação e pós-graduação.
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