QUANDO MWAPO, MUVU, EKWAKE E EKURURU ENTRAM NA ESCOLA... EM PAUTA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA DISCIPLINA DE OFÍCIOS EM MOÇAMBIQUE

Visualizações: 133

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v13i37.4666

Palavras-chave:

Currículo. Experiência. Ofícios. Formação continuada. Oficina Pedagógica

Resumo

O artigo refere-se a um processo investigativo que busca problematizar a formação continuada dos professores da disciplina de Ofícios. A pesquisa nos possibilita defender a disciplina de Ofícios como aquela que permite a articulação de diferentes saberes dentro do currículo escolar: um currículo em rede que se tece nas interconexões dos saberes escolares com os saberes da comunidade. Metodologicamente tomamos as “Oficinas Pedagógicas” como dispositivo de investigação-formação e apostamos na formação do professor pesquisador de sua própria prática. Na pesquisa, há um processo de problematização que permite um movimento incessante de questionamento, produzindo respostas e criando possibilidades (experimentação) de produção de conhecimento novo. Tomando como referência as contribuições de Santos, Freire, Larrosa, Sennett, Rugiu, Castiano, Ngoenha, Viegas e Brandão, afirmamos que a disciplina de Ofícios, por seu caráter eminentemente transversal, se constitui num dispositivo que alarga e/ou rompe com as fronteiras disciplinares do currículo prescrito/instituído; o que exige que a formação inicial e continuada dos professores que ministram Ofícios, seja pensada/praticada em também em rede, a partir das práticas microbianas no cotidiano das escolas. Entendemos que a formação continuada se dá no cotidiano da escola e implica a interação, o diálogo e outra forma de organização escolar.

Biografia do Autor

Carmen Lúcia Vidal Perez, Universidade Federal Fluminense

Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Educação. Departamento Educação, Sociedade e conhecimento. Programa de Pós-Graduação em Educação.

Adelino Inácio Assane, Docente e Director Académico da Universidade Rovuma - Moçambique

Doutorado em Educação - Estudos do Cotidiano da Educação Popular pela UFF-Brasil
Coordenador do GEPECE(Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Popular e Cotidiano Escolar-Moçambique)
Docente e Director Académico da Universidade Rovuma - Moçambique

Referências

ALVES, N. e OLIVEIRA, I. B. de. Pesquisa no/do cotidiano das escolas. Sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2001.

BRANDÃO, C.R. Saber e ensinar: Três estudos de educação popular. Campinas: Papirus, 1984.

BRANDÃO, C.R. e ASSUNPÇÃO, R. Cultura Rebelde: escritos sobre educação popular ontem e agora. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.

CASTIANO, J P. Referências da filosofia africana: em busca da intersubjectivação. Maputo: Ndjira: 2010.

CASTIANO, J.P. Finalmente os saberes locais vão entrar oficialmente na escola: perigos e desafios. In.: NHALEVILO, E. A., TSAMBE, M. A. e CASTIANO, J. P. Os saberes locais e a educação. Maputo: Texto Editores, 2015.

CASTIANO, J.P., NGOENHA, S.E. e BERTHOUD, G. A Longa Marcha duma “Educação para todos” em Moçambique. Maputo, Imprensa Universitária, 2005.

ESTEBAN, M.T. e ZACCUR, E. (Orgs.). Professora-pesquisadora: uma práxis em construção. Petrópolis-RJ: DP&A Editora, 2002.

FERRAÇO, C.E.. Currículo e conhecimentos em rede: as artes de dizer e escrever sobre a arte de fazer. In.: ALVES, Nilda e GARCIA, Regina Leite (Orgs.). O sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2013, 47ed.

GIROUX, H., e SIMON, R.. Cultura popular e pedagogia crítica: a vida cotidiana como base para o conhecimento curricular. In: MOREIRA, A.F. & T.T. (Orgs). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 2013,12ed.

INDE /MEC. Programa do Ensino Básico 3º ciclo. Maputo: INDE/MEC, 2004.

INE. Dados sobre as condições de vida do povo moçambicano. Maputo: INE, 2015

LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

MOREIRA,A.F. & T.T. (Orgs). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 2013,12ed.

NGOENHA, S.E. Estatuto e Axiologia da Educação. Maputo, Livraria Universitária, 2000.

RUGIU, A. S. Nostalgia do mestre artesão. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.

SALES, I. da C.. Pesquisa-confronto sobre cultura popular: lições de uma experiência do setor público. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa participante. São Paulo, Brasiliense, 1984, 4ª ed.

SANTOS, B. de S. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: SANTOS, B.de S. (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências, revisitado, 2ed., São Paulo: Cortez, 2006.

SANTOS, B. de S. e MENESES, M. P. (Orgs)Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SENNETT, R. O artífice. Rio de janeiro: Record, 2009.

SILVA, T. T. da. Teoria cultural e educação: um vocabulário crítico. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

VIEGAS, A. O ensaio de valores culturais: exemplo da cultura Makuwa. In: CASTIANO, J. P. Filosofia Africana: da sagacidade à intersubjetivação. Maputo: Editora Educar, 2015.

VIEIRA, E. e VOLQUIND, L. Oficinas de ensino? Q quê? Por quê? Como? Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002, 4ed.

Downloads

Publicado

21-05-2022

Como Citar

Perez, C. L. V., & Assane, A. I. (2022). QUANDO MWAPO, MUVU, EKWAKE E EKURURU ENTRAM NA ESCOLA. EM PAUTA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA DISCIPLINA DE OFÍCIOS EM MOÇAMBIQUE. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 13(37). https://doi.org/10.26514/inter.v13i37.4666

Edição

Seção

Artigos