O PIBID entre 2007 e 2018
A formação de professores como terreno de disputa
Visualizações: 223DOI:
https://doi.org/10.61389/inter.v14i40.6038Palabras clave:
Formação de Professores, PIBID, Pedagogia, Ciclo de Políticas, Políticas Públicas de Formação DocenteResumen
RESUMO: Este artigo trata-se do relato de uma pesquisa que se propôs a analisar a trajetória do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) entre 2007 e 2018. A questão central do estudo é: como interpretam a trajetória do PIBID aqueles que atuaram nele nos contextos de influência, produção de texto e prática? Metodologicamente utilizou-se análise documental, entrevistas e questionários. Destacam-se como referenciais teóricos Zeichner na formação de professores e Ball nas políticas públicas educacionais. Os resultados indicam que, ao longo de sua trajetória, o PIBID encarnou as disputas em torno dos sentidos de docência e de formação entre progressistas e liberais. Analisou-se essas mudanças em dois blocos: “primeira fase do PIBID” (2007-2013) e “segunda fase do PIBID” (2014-2018). A primeira fase pautava-se em uma formação profissional; na promoção da “relação teoria e prática”; e na parceria universidade-escola básica. A segunda fase organizou-se a partir da necessidade de baixo custo; da consolidação de reformas e programas escolares; e na promoção de novas funções para universidade e escola através do gerencialismo e da performatividade. Conclui-se que as mudanças pelas quais o programa passou ao longo de sua trajetória desconfiguram radicalmente sua essência e põem em risco sua continuidade.
Citas
AMBROSETTI, N. B. et al. O PIBID e a aproximação entre universidade e escola: implicações na formação profissional dos professores. Atos de Pesquisa em Educação. Blumenau, v. 10, n.2, p.369-392, mai./ago. 2015. Doi: http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2015v10n2p369-392 Acesso em: 12 maio. 2023.
ANDRÉ, M. E. D. A. Professores iniciantes: egressos de programas de iniciação à docência. Revista Brasileira de Educação, v. 23, e230095, p.1-20, 2018. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-24782018230095 Acesso em: 12 maio. 2023.
ARAÚJO, A. C.; ANDRIOLA, W. B.; COELHO, A. de A. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID): desempenho de bolsistas versus não bolsistas. Educação em Revista. Belo Horizonte, n.34, p. 1-22, e172839. 2018. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-4698172839 Acesso em: 12 maio. 2023.
BALL, S.J. Cidadania global, consumo e política educacional. In: SILVA, L.H. A escola cidadã no contexto da globalização. Petrópolis: Vozes, 1998. pp. 121-137. 204.
BALL, S.J. Profissionalismo, gerencialismo e performatividade. Cadernos de Pesquisa, v. 35, n. 126, p. 539-564, set./dez. 2005. Doi: https://doi.org/10.1590/S0100-15742005000300002. Acesso em: 12 maio. 2023.
BALL, S.J, MAGUIRE, M.; BRAUN, A. Como as escolas fazem as políticas: atuação em escolas secundárias. Tradução de Janete Bridon. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2016.
BOWE, R.; BALL, S.; GOLD, A. Reforming education & changing schools: case studies in policy sociology. London: Routledge, 1992.
BRASIL. Portaria Normativa nº 38. Institui o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 dez. 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/portaria_pibid.pdf Acesso em: 12 mai. 2023.
BRASIL. Decreto n. 6.755, de 29 de janeiro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 jan. 2009. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6755.html Acesso em: 12 maio. 2023.
BRASIL. Portaria nº 96/2013/CAPES. Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/1434/portaria-capes-n-96 Acesso em: 12 maio. 2023.
BRASIL. Relatório de Gestão 2009-2013 da Diretoria de Educação Básica Presencial (DEB). 2014. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/1892014-relatorio-parfor-pdf Acesso em: 12 maio. 2023.
BRASIL. Portaria CAPES nº 46/2016. Disponível em: https://www.gov.br/capes/ptbr/centrais-de-conteudo/15042016-portaria-46-regulamento-pibid-completa-pdf Acesso em: 12 maio. 2023.
BRASIL. Edital CAPES nº 7/2018 Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centraisde-conteudo/01032018-edital-7-2018-pibid-pdf Acesso em: 12 maio. 2023.
BRASIL. Resolução CNE/CP 2/2019. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de abril. 2020. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file. Acesso em: 12 maio. 2023.
CAMPELO, T. da S., CRUZ, G. B. da. O PIBID e a aprendizagem da docência: a intervenção do professor- supervisor (PIBID and the teaching education: interventions of the supervisor teachers in partner schools). Crítica Educativa, 3(2), 188–203. https://doi.org/10.22476/revcted.v3i2.108 Acesso em: 12 maio. 2023.
CAMPELO, T. da S.; DA CRUZ, G. B. “Deprivatization of Practice” como estratégica de formação inicial docente no PIBID Pedagogia. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. 1, p. 169–187, 2019. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v14i1.11045 Acesso em: 12 maio. 2023.
CAMPELO, T. da S., CRUZ, G. B. da. Traduções e interpretações de uma política na prática: o PIBID-UFRJ Pedagogia em análise. In: GABRIEL, C. T.; MARTINS, M. L. B. (orgs). Formação docente e currículo: conhecimentos, sujeitos e territórios. Rio de Janeiro: MaudX, 2021. p. 115-130.
CAMPELO, T. da S., CRUZ, G. B. da. O PIBID e as disputas por sentidos de docência e formação de professores: A trajetória do programa entre 2007 e 2018. Arquivos Analíticos De Políticas Educativas, 29 (August - December), 2021b. https://doi.org/10.14507/epaa.29.5854. Acesso em: 12 maio. 2023.
FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Um estudo avaliativo do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). Bernardete A. Gatti; Marli E. D. A. André; Nelson A. S. Gimenes; Laurizete Ferragut, pesquisadores. São Paulo: FCC/SEP, 2014.
GATTI, B. A. Questões: professores, escolas e contemporaneidade. In: ANDRÉ, M. Práticas inovadoras na formação de professores. p. 35-48. Campinas, SP: 2016. Doi: https://doi.org/10.7213/1981-416X.17.053.AO01 Acesso em: 12 maio. 2023.
GATTI, B. A. Educação, escola e formação de professores: políticas e impasses. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 50, p. 51-67, out./dez. 2013. Doi: https://doi.org/10.1590/S0104-40602013000400005 Acesso em: 12 maio. 2023.
MAINARDES, J. Abordagem do ciclo de políticas: uma contribuição para a análise de políticas educacionais. Educação e Sociedade. Campinas, vol. 27, n. 94, p. 47-69 jan./abr. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/NGFTXWNtTvxYtCQHCJFyhsJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 12 maio. 2023.
MOREIRA, L. P. (2017). Enfoques e abordagens para a análise de políticas educacionais: primeiras aproximações. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos em Política Educativa, v. 2, p. 1-14, 2018. Doi: https://doi.org/0.5212/retepe.v.2.008. Acesso em: 12 maio. 2023.
NÓVOA, A.; VIEIRA, P. (2017). Um alfabeto da formação de professores. Crítica Educativa (Sorocaba/SP), v. 3, n. 2 - Especial, p. 21-49, jan./jun. 2017. Doi: https://doi.org/10.22476/revcted.v3i2.217 Acesso em: 12 maio. 2023.
RAUSCH, R. B. & FRANTZ, M. J. Contribuições do PIBID à formação inicial de professores na compreensão de licenciandos bolsistas. Atos de pesquisa em educação, vol. 8, n.º 2, pp. 620-641, 2013. Doi: http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2013v8n2p620-641 Acesso em: 12 maio. 2023.
SILVA, V. G. da; ALMEIDA, P. C. A. de. (Coord.) Ação docente e profissionalização: referentes e critérios para formação. Vandré Gomes da Silva; Patrícia Cristina Albieri de Almeida. São Paulo: FCC/SEP, 2015.
ZEICHNER, K. Repensando as conexões entre a formação na universidade e as experiências de campo na formação de professores em faculdades e universidades. Educação, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 479-504, set./dez. 2010. Doi: https://doi.org/10.5902/198464442357. Acesso em: 12 maio. 2023.
ZEICHNER, K.. Políticas de formação de professores nos Estados Unidos: como e por que elas afetam vários países do mundo. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2013.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.