QUANDO MWAPO, MUVU, EKWAKE E EKURURU ENTRAM NA ESCOLA... EM PAUTA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA DISCIPLINA DE OFÍCIOS EM MOÇAMBIQUE

Visualizações: 138

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v13i37.4666

Palavras-chave:

Currículo, Experiência, Ofícios, Formação continuada, Oficina pedagógica

Resumo

O artigo refere-se a um processo investigativo que busca problematizar a formação continuada dos professores da disciplina de Ofícios. A pesquisa nos possibilita defender a disciplina de Ofícios como aquela que permite a articulação de diferentes saberes dentro do currículo escolar: um currículo em rede que se tece nas interconexões dos saberes escolares com os saberes da comunidade. Metodologicamente tomamos as “Oficinas Pedagógicas” como dispositivo de investigação-formação e apostamos na formação do professor pesquisador de sua própria prática. Na pesquisa, há um processo de problematização que permite um movimento incessante de questionamento, produzindo respostas e criando possibilidades (experimentação) de produção de conhecimento novo. Tomando como referência as contribuições de Santos, Freire, Larrosa, Sennett, Rugiu, Castiano, Ngoenha, Viegas e Brandão, afirmamos que a disciplina de Ofícios, por seu caráter eminentemente transversal, se constitui num dispositivo que alarga e/ou rompe com as fronteiras disciplinares do currículo prescrito/instituído; o que exige que a formação inicial e continuada dos professores que ministram Ofícios, seja pensada/praticada em também em rede, a partir das práticas microbianas no cotidiano das escolas. Entendemos que a formação continuada se dá no cotidiano da escola e implica a interação, o diálogo e outra forma de organização escolar.

Biografia do Autor

Carmen Lúcia Vidal Perez, Universidade Federal Fluminense

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (1983), mestrado em Educação pela Universidade Federal Fluminense (1992) sob a orientação de Regina Leite Garcia e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (2002), com doutorado sandwiche na Universidade de Lisboa, sob a orientação de António Nóvoa. Pós-doutorado em Filosofia da Educação na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, sob a orientação de Sílvio Gallo. Bolsista CAPES e Pesquisadora da FAPERJ e CNPq. Atualmente é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense . Como professora do Programa de Pós Graduação em Educação da UFF atua no campo de confluência Estudos do Cotidiano da Educação Popular. É membro da equipe de pesquisadoras do GRUPALFA - Grupo de Pesquisa Alfabetização dos Alunos e Alunas das Classes Populares, desde 1988 e coordenadora do GEPEMC - Grupo de Estudos e Pesquisa Escola, Memória e Cotidiano. É membro do Comitê Científico Internacional do Dotctorado en Educación. Programa específico de alta formación en Investigación y (Auto)biográfica en Educación, Universidad de Bueños Aires- Argentina. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Alfabetização, atuando principalmente nos seguintes temas: alfabetização, memória, formação de professores, estudos do cotidiano escolar, estudos da cognição e da aprendizagem e estudos das infâncias.

Adelino Inácio Assane, Universidade Rovuma

Possui Doutoramento em Educação pela Universidade Federal Fluminense - Brasil (2017) e Pós doutoramento em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Mestrado em Educação/Formação de Formadores (2012) e Licenciatura em Pedagogia e Psicologia (2006) pela Universidade Pedagógica de Moçambique. É membro fundador do GEPECE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Popular e Cotidiano Escolar) da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Rovuma- Nampula onde é docente nos cursos da graduação e pós graduação desde 2005. É igualmente membro fundador da AMEA (Associação Moçambicana de Estudos Aplicados).

Referências

ALVES, N. e OLIVEIRA, I. B. de. Pesquisa no/do cotidiano das escolas. Sobre redes de saberes. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2001.

BRANDÃO, C.R. Saber e ensinar: Três estudos de educação popular. Campinas: Papirus, 1984.

BRANDÃO, C.R. e ASSUNPÇÃO, R. Cultura Rebelde: escritos sobre educação popular ontem e agora. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.

CASTIANO, J P. Referências da filosofia africana: em busca da intersubjectivação. Maputo: Ndjira: 2010.

CASTIANO, J.P. Finalmente os saberes locais vão entrar oficialmente na escola: perigos e desafios. In.: NHALEVILO, E. A., TSAMBE, M. A. e CASTIANO, J. P. Os saberes locais e a educação. Maputo: Texto Editores, 2015.

CASTIANO, J.P., NGOENHA, S.E. e BERTHOUD, G. A Longa Marcha duma “Educação para todos” em Moçambique. Maputo, Imprensa Universitária, 2005.

ESTEBAN, M.T. e ZACCUR, E. (Orgs.). Professora-pesquisadora: uma práxis em construção. Petrópolis-RJ: DP&A Editora, 2002.

FERRAÇO, C.E.. Currículo e conhecimentos em rede: as artes de dizer e escrever sobre a arte de fazer. In.: ALVES, Nilda e GARCIA, Regina Leite (Orgs.). O sentido da escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de janeiro: Paz e Terra, 2013, 47ed.

GIROUX, H., e SIMON, R.. Cultura popular e pedagogia crítica: a vida cotidiana como base para o conhecimento curricular. In: MOREIRA, A.F. & T.T. (Orgs). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 2013,12ed.

INDE /MEC. Programa do Ensino Básico 3º ciclo. Maputo: INDE/MEC, 2004.

INE. Dados sobre as condições de vida do povo moçambicano. Maputo: INE, 2015

LARROSA, J. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

MOREIRA,A.F. & T.T. (Orgs). Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 2013,12ed.

NGOENHA, S.E. Estatuto e Axiologia da Educação. Maputo, Livraria Universitária, 2000.

RUGIU, A. S. Nostalgia do mestre artesão. Campinas, SP: Autores Associados, 1998.

SALES, I. da C.. Pesquisa-confronto sobre cultura popular: lições de uma experiência do setor público. In: BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa participante. São Paulo, Brasiliense, 1984, 4ª ed.

SANTOS, B. de S. Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. In: SANTOS, B.de S. (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: Um discurso sobre as ciências, revisitado, 2ed., São Paulo: Cortez, 2006.

SANTOS, B. de S. e MENESES, M. P. (Orgs)Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SENNETT, R. O artífice. Rio de janeiro: Record, 2009.

SILVA, T. T. da. Teoria cultural e educação: um vocabulário crítico. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

VIEGAS, A. O ensaio de valores culturais: exemplo da cultura Makuwa. In: CASTIANO, J. P. Filosofia Africana: da sagacidade à intersubjetivação. Maputo: Editora Educar, 2015.

VIEIRA, E. e VOLQUIND, L. Oficinas de ensino? Q quê? Por quê? Como? Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002, 4ed.

Downloads

Publicado

21-05-2022

Como Citar

Perez, C. L. V., & Assane, A. I. (2022). QUANDO MWAPO, MUVU, EKWAKE E EKURURU ENTRAM NA ESCOLA. EM PAUTA: A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DA DISCIPLINA DE OFÍCIOS EM MOÇAMBIQUE. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 13(37). https://doi.org/10.26514/inter.v13i37.4666

Edição

Seção

Artigos