O Retrato do Realismo e Violência na Literatura
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https://doi.org/10.26514/inter.v13i39.7285Palavras-chave:
Rubem Fonseca, Violência, Realismo ferozResumo
Este artigo tem por objetivo refletir e discutir o tema da crueldade na literatura contemporânea brasileira e, mais particularmente, o “realismo feroz”, presente em algumas obras do escritor Rubem Fonseca. A literatura e a arte embasadas na crueldade expõem, de maneira ostensiva e sem mediação, a complexidade das relações fragmentadas estabelecidas entre os indivíduos num determinado grupo social. Essas representações artísticas e literárias se apropriariam de suportes e materiais relacionados às formas extremas da representação do humano e do social desvelando uma série de experiências perturbadoras. Para desenvolver esse tema nos valemos do conceito de “realismo feroz” formulado por Antonio Cândido e retomado por Karl Erik Schøllhammer. Concluímos que nas narrativas do realismo feroz a vulnerabilidade e o risco da existência humana condicionam as condutas pessoais e sociais, ou seja, é a contingência que lança os indivíduos na condição de seres cruéis e frágeis. Essas diversas consciências resultam em seres fragmentados, desamparados e agindo desordenadamente, sem saberem como proceder de forma lógica e racional, apenas agindo instintivamente.
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