ESTADO, NEOLIBERALISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: DIÁLOGOS EM “TEMPOS DE OBSCURANTISMO” NO BRASIL

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Autores

DOI:

https://doi.org/10.26514/inter.v12i36.6032

Palavras-chave:

Estado, Neoliberalismo, Política educacional

Resumo

O estudo analisa o papel do Estado – consolidado no plano governamental como agente de direitos, justiça e bem-estar social – e das políticas públicas educacionais frente ao modelo neoliberal instalado no Brasil. Parte-se de uma compreensão teórica – em Kant, Hegel, Marx, Lukács e Mészáros – sobre o Estado, perpassando suas transformações no decorrer da história e alcançando o atual contexto educacional brasileiro, identificando práticas, desafios e contradições, numa realidade de crise, desmontes e retrocessos. As análises decorrem de vivência acadêmica em programa de pós-graduação em educação com efetiva participação em grupo de estudos e pesquisas, cujos resultados apontam que, no Brasil, a instalação do neoliberalismo implicou reformas no Estado e nas políticas sociais, projetando uma aparente ideia de atuação pública em favor do reconhecimento de direitos sociais, porém, sem efetividade, transformando-os em instrumentos de dominação e alienação do capital. São visíveis, ainda, inúmeros desafios e contradições entre as prescrições e a implementação das políticas educacionais, identificando reformas e novas demandas na educação brasileira, numa proposta de formação técnica alinhada aos interesses do mercado. Revela-se, portanto, a essência oculta do Estado, firmando-se como agente de regulação, controle e dominação social em tempos de obscurantismo político, econômico, social e educacional no país.

Biografia do Autor

Maria Lília Imbiriba Sousa Colares, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ (UFOPA)

Doutora e Pós-doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Docente do curso de Pedagogia, do Programa de Pós-graduação em Educação/Ufopa e do Programa de Pós-graduação em Educação da Amazônia/PGEDA, Polo Ufopa. Coordenadora Adjunta do PPGE/Ufopa e do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR/UFOPA”. É Vice coordenadora do Fórum de Editores de Periódicos de Educação das Regiões Norte e Nordeste. Vice presidente da Região Norte da Sociedade Brasileira de Educação Comparada/SBEC (2020-2022). Bolsista do CNPq - Brasil (nº do processo 304018/2018-0).

Maria José Pires Barros Cardozo, UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA)

Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFCE). Pós-doutora em Educação pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Professora Associada do Departamento de Educação II e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR/Ufopa).

Lucas de Vasconcelos Soares, UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ (UFOPA)

Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Especialista em Gestão Escolar. Graduado em Licenciatura em Pedagogia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR/UFOPA”. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

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Publicado

13-12-2021

Como Citar

Colares, M. L. I. S., Cardozo, M. J. P. B., & Soares, L. de V. (2021). ESTADO, NEOLIBERALISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: DIÁLOGOS EM “TEMPOS DE OBSCURANTISMO” NO BRASIL. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 12(36). https://doi.org/10.26514/inter.v12i36.6032