“POLONÊS É BONITO, MAS AQUI SE FALA BRASILEIRO” - ATITUDES LINGUÍSTICAS COM RELAÇÃO À LÍNGUA POLONESA E SUA MANUTENÇÃO

"POLISH IS BEAUTIFUL, BUT HERE WE SPEAK BRAZILIAN" - LINGUISTIC ATTITUDES TOWARDS THE POLISH LANGUAGE AND ITS MAINTENANCE

Visualizações: 43

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.48211/sociodialeto.v11i32.344

Palabras clave:

Atitudes linguísticas; Línguas de imigração; Língua polonesa no Brasil.

Resumen

Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa de atitudes linguísticas com relação à língua polonesa e a sua manutenção em uma colônia de polono-descendentes no Paraná. Os objetivos são 1) averiguar como os informantes percebem a língua polonesa padrão e a variedade local e 2) como as suas atitudes se relacionam com variáveis tais como a competência na língua local e os comportamentos referentes à sua manutenção. Os dados analisados nesta pesquisa foram levantados em uma pesquisa sociolinguística anterior, a qual, por meio de conversas semidirigidas com 48 informantes de ascendência polonesa, concluiu a existência de bilinguismo na comunidade sendo que 56% de informantes demonstram um bom domínio da língua polonesa. No entanto, as taxas decrescentes de transmissão da língua de imigração indicam um avançado processo de substituição da língua polonesa na localidade, o que nos levou a um estudo pormenorizado das atitudes linguísticas. Esta pesquisa de atitudes linguísticas (BAKER, 1992; VENDERMEEREN, 2005) constatou a existência de uma possível relação entre, por um lado, as crenças relativas à gramaticalidade da língua e da sua função como depositária de cultura e de origem dos informantes e, por outro lado, seus comportamentos linguísticos, tais como a transmissão da língua para as gerações mais novas.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

AGHEYISI, R.; FISHMAN, J. A. Language Attitude Studies: A Brief Survey of Methodological Approaches. Anthropological Linguistics. v. 12, n. 5, p. 137-157, 1970.
ALTENHOFEN, C. V. Política lingüística, mitos e concepções lingüísticas em áreas bilíngües de imigrantes (alemães) no Sul do Brasil. Revista Internacional de Lingüística Iberoamericana, v. 2, n. 1 (3) p. 83-93, 2004.
ALTENHOFEN, C. V.; MARGOTTI, F. W. O português de contato e contato com as línguas de imigração no Brasil. In: MELLO, H.; ALTENHOFEN, C. V.; RASO, T. Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. p. 289-316.
BAKER, C. Attitudes and language. Clevedon, UK: Multilingual Matters, 1992.
BALTHAZAR, L. L. Atitudes linguísticas de ítalo-brasileiros em Criciúma (SC) e região. 2016. 302 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
BARCELOS, A. M. F. Researching Beliefs about SLA: A Critical Review. In: KALAJA, P.; BARCELOS, A. M. F. (Orgs.). Beliefs about SLA: New Research Approaches. Dordrecht: Springer, 2003. p. 7-33.
BLOMMAERT, J. The Sociolinguistics of Globalization. New York: Cambridge University Press, 2010.
BOTASSINI, J. O. M. Crenças e atitudes linguísticas: um estudo dos róticos em coda silábica no norte do Paraná. 2013. 220 f. Tese (Doutorado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
BOURDIEU, P. Language and Symbolic Power. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1991.
COOPER, R.; FISHMAN, J. A. The study of language attitudes. International Journal of the Sociology of Language, v. 1974, n. 3, p. 5-19, 1974.
DELONG, S. R.; KERSCH, D. F. “O jeito polonês é um pouco diferente do brasileiro”: Manifestações das identidades étnico-linguísticas dos descendentes de poloneses no Sul do Paraná. Antares: Letras e Humanidades, v. 10, n. 21, p. 37-54, 2018.
DEWEY, J. Essays and How we Think, Volume 8: 1933. Carbondale: Southern Illinois University Press, 2008.
FASOLD, R. The Sociolinguistics of Society. Introduction to Sociolinguistics. Vol.1. Oxford/New York: Basil Blackwell, 1984.
FERREIRA, Alicja Maria Goczyla. A presença da língua polonesa na Colônia Dom Pedro II, Campo Largo - Paraná. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
FINGER, L. Contexto multilíngüe: conduta avaliativa e atitudes lingüísticas. A influência de crenças e políticas. Contingentia, v. 3, n. 1, n.p., 2008.
FRITZEN, M. P. “Ia na escola alemã e de um dia pro outro fechou. E nós não sabíamos falar o português”: refletindo sobre as políticas linguísticas em contexto de língua minoritária. Linguagem & Ensino, Pelotas, v.15, n.1, p. 113-138, 2012.
FROSI, V. M.; RASO, T. O italiano no Brasil. Um caso de contato linguístico e cultural. In: MELLO, H.; ALTENHOFEN, C. V.; RASO, T. Os contatos linguísticos no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. p. 317-348.
GIBBONS, J.; RAMIREZ, E. Different Beliefs. Beliefs and the Maintenance of a Minority Language. Journal of Language and Social Psychology, v. 23, n. 1, p. 99-117, 2004.
GILES, H.; BILLINGS, A. C. Assessing Language Attitudes: Speaker Evaluation Studies. In: DAVIS, A.; ELDER, C. (Orgs.). The Handbook of Applied Linguistics. Blackwell Publishing, 2004. p. 187-209.
GROSJEAN, F. Life with Two Languages: An Introduction to Bilingualism. Cambridge, MA / London, England: Harvard University Press, 1982.
HASSELSTRON, M. M. Línguas de imigração em contato com o português no Oeste Catarinense: crenças e atitudes linguísticas. 2018. 149 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó.
HELLER, M. Globalization and the commodification of languages In: M. T. CABRÉ, M. T.; LORENTE, M; SOLÉ, E. Linguística Aplicada. Cicle de conferències i seminaris 98-00. Barcelona: Universitat Pompeu Fabra, 2004. p. 77-88.
IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro, 2000. Apêndice: Estatísticas de povoamento. p.225. Disponível em: <https://brasil500anos.ibge.gov.br/estatisticasdo-povoamento/imigracao-total-periodos-anuais>. Acesso em: 15 nov. 2018.
KERSCH, D. F.; SAUER, C.M. A sala de aula de alemão LE para falantes de dialeto: realidades e mitos. Linguagem & Ensino, Pelotas, v.13, n.1, p.183-203, 2010.
KULA, M. Polonia brazylijska. Warszawa: Ludowa Spółdzielnia Wydawnicza, 1981.
LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
LADEGAARD, H. J. Language attitudes and sociolinguistic behaviour: Exploring attitude-behaviour relations in language. Journal of Sociolinguistics, 4/2, p. 214-233, 2000.
LARA, C.C. Variação fonético-fonológica e atitudes linguísticas: o desvozeamento das plosivas no português brasileiro em contato com o Hunsrückisch no Rio Grande do Sul, Brasil. 2017. 155f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
LOREGIAN-PENKAL, L.; COSTA, L. T. Elevação da vogal /e/ na fala de descendentes de poloneses de Mallet-PR: uma análise variacionista. Web-Revista Sociodialeto. Vol. 4. Nº 12, p. 243-261, 2014.
MARTINY, F. M. Atitudes linguísticas em torno da língua de imigração e a sua (não) transmissão. Entrepalavras, Fortaleza, v. 7, p. 297-313, 2017.
MILESKI, I. Variação no português de contato com o polonês no Rio Grande do Sul: vogais médias tônicas e pretônicas. 2017. 323 f. Tese de Doutorado. Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
MYERS-SCOTTON, C. Code-switching. In: COULMAS, F. (Org). The Handbook of Sociolinguistics. Blackwell Publishing, 1998. Blackwell Reference Online. Disponível em: <http://www.blackwellreference.com/subscriber/tocnode>. Acesso em: 28 dez. 2007.
MAZUREK, J. O caráter específico da imigração polonesa para o Brasil. Polonicus: revista de reflexão Brasil-Polônia, Curitiba, Ano 10, n. 18, p. 34-57, 2019.
NUNES, R. B. O bilinguísmo português/polonês na constituição disposicional e na prática: perfis sociológicos de cinco descendentes de poloneses no município de Dom Feliciano/RS. 2018. Tese de Doutorado. 255f. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
PEREIRA, I. A voz de polono-brasileiros: um contexto histórico sul paranaense. Working Papers em Linguística, 18(1), p. 23-45, 2017.
PRIESTLY, T.; MCKINNIE, M.; HUNTER, K. The Contribution of Language Use, Language Attitudes, and Language Competence to Minority Language Maintenance: A Report from Austrian Carinthia. Journal of Slavic Linguistics, v. 17, n. 1/2, p. 275-315, 2009.
RIBEIRO, H. A.; LEMKE, C. K.; PUH, M. Entre Estratégias e Táticas: A Manutenção de Línguas de Imigração em Irati, Paraná. Línguas & Letras, v. 20, n. 46, p. 7-26, 2019.
RILEY, P. The guru and the conjurer: aspects of counselling for self-access. In: BENSON, P.; VOLLER, P. (Orgs.). Autonomy and independence in language learning. New York: Longman, 1997. p. 114-131.
SILVA, H. C. da; AGUILERA, V. de A. O poder de uma diferença: um estudo sobre crenças e atitudes linguísticas. Alfa, 58 (3), p. 703-723, 2014.
SMAHA, E.; LOREGIAN-PENKAL, L. Crenças que desencadeiam atitudes desfavoráveis à manutenção da língua ucraniana em Prudentópolis, Paraná. Interfaces, v. 10, n. 1, p. 151-161, 2019.
VALDÉS, G. Heritage Language Students. In: WILEY, T. G. et al. (Orgs.), Handbook of Heritage, Community, and Native American Languages in the United States: Research, Policy, and Educational Practice. Routledge, 2014, p. 27-35.
VANDERMEEREN, S. Research on language attitudes. In: AMMON, U. et al. (Orgs.). Sociolinguistics: An International handbook of the Science of Language and Society. Berlin/New York: De Gruyter, 2005. p. 1318-1332. v. 2.
WACHOWICZ, R. Ch. Órleans: um século de subsistência. Curitiba: Editora Paiol, Fundação Cultural de Curitiba, 1976.
WEINREICH, U. Languages in Contact. Findings and Problems. London-The Hague-Paris: Mouton & Co, 1974 [1953].
WEPIK, F. F. Crenças e atitudes linguísticas de polono-brasileiros de Áurea/RS e Nova Erechim/SC: o uso dos termos de parentesco. 2017. 144 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó.

Publicado

2021-05-05

Cómo citar

Ferreira, A. M. G. (2021). “POLONÊS É BONITO, MAS AQUI SE FALA BRASILEIRO” - ATITUDES LINGUÍSTICAS COM RELAÇÃO À LÍNGUA POLONESA E SUA MANUTENÇÃO: "POLISH IS BEAUTIFUL, BUT HERE WE SPEAK BRAZILIAN" - LINGUISTIC ATTITUDES TOWARDS THE POLISH LANGUAGE AND ITS MAINTENANCE. WEB REVISTA SOCIODIALETO, 11(32), 139–174. https://doi.org/10.48211/sociodialeto.v11i32.344