PORTOS E ZONAS PORTUÁRIAS URBANAS NO BRASIL: DA POPULAÇÃO TRADICIONAL AOS PROCESSOS DE REVITALIZAÇÃO E GENTRIFICAÇÃO

Visualizações: 822

Authors

DOI:

https://doi.org/10.61389/geofronter.v8.6903

Keywords:

ports, revitalization, port zones, gentrification

Abstract

The urban space is configured as fragmented, separated by different uses, having a central core and peripheral zones. It is not static, immutable, as it changes at each historical moment. In places where ports were the city's raison d'être, which is not uncommon in the Brazilian case, this mutability, engendered by economic processes on a national and international scale, was responsible for the abandonment and consequent degradation of historic port areas, possessing a population of characteristically lacking tradition. The urban dynamics, previously attached to the port, in a symbiotic relationship, after 1950, turns to other activities, creating areas of underuse in those areas. In this way, this article aims to understand the process of formation of Brazilian port areas, port work and the port restructuring process that caused the loss of relevance and subsequent gentrification of these areas. The historical-geographical method was used, where the historical constitution of a certain space is observed to carry out evaluations regarding the present. Such reconstitution was done through bibliographic and documental research, in addition to on-site observations. As a result, it was possible to carry out a diagnosis of the way in which the process of gentrification of port areas occurred and is occurring in Brazil, where it was observed that the privileged location of former port areas in cities such as Belém and Rio de Janeiro aroused the interest of agents of real estate capital, which, using their influence over the state apparatus, promoted selective and segregating urban reforms.

Author Biographies

Edson de Morais Machado, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Universidade Federal de Santa Catarina
Membro pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais do Departamento de Geociências
Doutor em Geografia Humana pela área de concentração Desenvolvimento Regional e Urbano (DRU) do Programa de pós-graduação em Geografia da UFSC

Fernando Soares de Jesus, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisador do Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais (LABEUR/UFSC). Mestrando do Programa de Pós Graduação em Geografia (PPGGEO/UFSC).

References

ARAÚJO FILHO, José Ribeiro de Araújo. Santos: O Porto do Café. IBGE. Série A, Biblioteca Geográfica Brasileira, Publicação N°.24. Rio de Janeiro, 1969.

ARAÚJO FILHO, José Ribeiro de Araújo. O Porto de Vitória. IGEOG – Teses e Monografias nº 9. USP: Instituto de Geografia. São Paulo: Ed. Cairu, 1974.

BARAT, Josef. Logística e transporte no processo de globalização: oportunidades para o Brasil. São Paulo: Editora Unesp: IEEI, 2007.

BIRD, James Harold. Seaports and seaports terminals. London: Hutchison. 1971.

BORGES, Jennifer dos Santos. A governança local nas reestruturações de áreas portuárias: uma reflexão sobre o caso de Natal-RN. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.

CÉLÉRIER, Pierre. Les Ports Maritimes. Paris: Presses Universitaires de France, 1962.

CHARDNONNET, Jean. Métropoles Economiques (Vol. 1). Paris: Armand Colin, 1959.

CHARDNONNET, Jean. Métropoles Economiques (Vol. II). Paris: Armand Colin, 1968.

CHOLLEY, André. Observações sobre alguns pontos de vista geográficos. nº 179. Boletim Geográfico: IBGE, Rio de Janeiro: 1964.

COMITÊ POPULAR DA COPA E DAS OLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO (2012). Megaeventos e violações dos direitos humanos no Rio de Janeiro – Dossiê do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Disponível em: https://apublica.org/wp-content/uploads/2012/09/dossic3aa-megaeventos-e-violac3a7c3b5es-dos-direitos-humanos-no-rio-de-janeiro.pdf. Acesso em: 15 nov. 2021.

CORREA, Roberto Lobato. Trajetórias Geográficas. Bertrand-Brasil, Rio de Janeiro, 1993.

COUTO, Perla Duarte do. Revitalizações urbanas em espaços públicos: o porto velho da cidade do Rio Grande, tempos e funções distintas. 2014. Dissertação – Programa de Pós-Graduação em Geografia. Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS.

FERREIRA, Vítor Matias et al. Lisboa, a metrópole e o rio. Lisboa: Bizâncio, 1997.

FISCHER, André. Les ports maritimes: essai de classification. Information Geographique, 1963, n.3, p. 105 – 114. DOI: https://doi.org/10.3406/ingeo.1963.5534

GEORGE, Pierre. Geografia Econômica. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

GUELL, José Fernandez. Planificaión Estratégica de Ciudades. Barcelona: G. Gili. 1997.

HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo. Edições Loyola, 1992.

IMF. International Monetary Fund. 2016. World Economic Outlook. Cap. 2, IMF, Out. Disponível em: DOI: https://doi.org/10.5089/9781513519333.081

https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2016/12/31/SubduedDemand-Symptoms-and-Remedies. Acesso em 20 de dezembro de 2021.

LEVINSON, Marc. A caixa: Como os contentores tornaram o mundo mais pequeno e desenvolveram a economia mundial. Lisboa: Actual Editora, 2009.

LLOVERA, Joan Alemany. Por um desenvolvimento sustentável da cidade portuária. In: COCCO, G & SILVA, G: Cidades e Portos. Os espaços da globalização. Rio de Janeiro, DP&A Editora, 1999, p. 209-216.

MAGALHÃES, José Cezar. Estudo Geográfico dos Portos e de suas Hinterlândias. Revista Brasileira de Geografia. Ano 31, n. 2. Fundação IBGE: 1969, p. 40-65.

MAMIGONIAN, Armen. O Nordeste e o Sudeste da divisão regional do Brasil. Anais de Geografia Econômica e Social, Florianópolis - SC, v. 1, n. 1, p.49-70, 1 abr. 2009. Anual.

MAMIGONIAN, Armen. Navegações e Portos no Brasil e no Mundo. Cadernos Geográficos (UFSC), Florianópolis, nº37, 2017.

MONIÉ, Frédéric (Org.). Dossiê Portos, cidades e regiões. Confins – Revista FrancoBrasileira de Geografia. Núm. 15. 2012. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/7560. Acesso em: 10 jan. 2022.

MONTEIRO, Circe Maria Gama. Revitalização, habitação em áreas históricas e a questão da gentrificação. In: ZANCHETTI, Silvio (org.) Gestão do Patrimônio Cultural Integrado. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2002. p. 287-90.

NASCIMENTO, Bruno Pereira Dogu. Gentrificação na Zona Portuária do Rio de Janeiro: Deslocamentos Habitacionais e Hiper Precificação da Terra Urbana. Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, v.1, n.41, p. 45-64, 2019.

PERPILLOU, Aimé. Géographie de la circulacion: la navigation et le transports maritimes. Paris: CDU, 1964.

RANGEL, Ignácio Mourão. Obras reunidas. Rio de Janeiro: contraponto, 2005. 1 v.

RECIFE (2002). Porto do Recife – Complexo Integrado Comercial, Hoteleiro, de Convenções e Exposições. Projeto Básico - Termo de Referência. Prefeitura do Recife. Recuperado em 27 maio, 2012, de http://www.portodorecife.pe.gov.br/doc/REVAP.pdf

RIO DE JANEIRO. (2009). Operação urbana Porto Maravilha. Rio de Janeiro: Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.portomaravilha.com.br/web/esq/imprensa/pdf/05.pdf. Acesso em: 10 jan. 2022

SALES, Pedro Manuel Rivaben. Santos: a relação entre porto e a cidade e sua (re)valorização no território macrometropolitano de São Paulo. 1999. Tese - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo-USP, São Paulo.

SANTOS, Milton. A urbanização desigual. Petrópolis: vozes, 1980.

SANTOS, Milton. Espaço e sociedade: ensaios. Petrópolis: Vozes, 1982.

SANTOS, Milton. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova. São Paulo: Hucitec, 5ª edição, 1996.

SANTOS, Milton. Técnica, Espaço, Tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1997.

SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. 17. ed. Rio de Janeiro: Record, 2013. 476 p.

SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial. São Paulo: Studio Nobel, 1998.

SCHIFFER, Sueli Ramos. A conservação urbana e a superação da pobreza. In: ZANCHETI, Silvio Mendes (Org.). Gestão do patrimônio cultural integrado. UFPE: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano. Recife. Ed. Universitaria, 2002.

SILVA, Gerardo; COCCO, Giuseppe (orgs.). Cidades e portos: os espaços da globalização. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

SILVA, Jakson Silva da; PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz. Gentrificação e resistência popular nas feiras e portos públicos da Estrada Nova em Belém (PA). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém, v. 10, n. 3, p. 681-697, out./dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-81222015000300010

SILVEIRA, Márcio Rogério da. FELIPE JÚNIOR, Nelson Fernandes. Circulação, transporte e logística no Brasil. Florianópolis: Editora Insular, 2019.

SCHUMPETER, Josehp Alois. Business cycles: a theoretical, historical, and statistical analysis of the capitalist process. New York Toronto London: McGraw-Hill Book Company, 1939, 461p.

TAVARES, Amada Gama; KIYOTANI, Ilana Barreto. Repercussões turísticas e sociais da revitalização de áreas portuárias - a Estação das Docas em Bélem/PA. Revista de Turismo Contemporâneo. o – RTC, Natal, v. 1, n. 1, p.18-37, jul./dez. 2013.

VIGARIÉ, André. Ports de commerce et vie littorale. Paris: Hachette, 492 p., 1979.

VIGARIÉ, André. Evolution et avenir des zones industrielles et portuaires. In: L’information géographique. Paris, vol. 44 nº 4, 1980, p. 145-153.

VIGARIÉ, André. La mer et la geostratégie des nations. Paris: Édition Economica,1995.

Published

2022-04-19

How to Cite

Machado, E. de M., & Soares de Jesus, F. (2022). PORTOS E ZONAS PORTUÁRIAS URBANAS NO BRASIL: DA POPULAÇÃO TRADICIONAL AOS PROCESSOS DE REVITALIZAÇÃO E GENTRIFICAÇÃO. GEOFRONTER, 8. https://doi.org/10.61389/geofronter.v8.6903

Issue

Section

Artigos