“Não queria te esgotar em verso nem em prosa”: a composição poética de Caio Fernando Abreu
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Caio Fernando Abreu, prosa, poesia, intratextualidadeResumen
Efetivamente, a incumbência de adentrar nas profundezas da alma só caberia a uma alma (e figura) tão profunda, aguda e hermética como a de Caio Fernando Abreu. Capaz de atravessar a si mesmo – e uma existência inteira –, suas linhas e entrelinhas trespassam seus leitores, costurando-os numa teia invisível de (in)compreensão da vida. Este escrito busca explorar a composição poética de Caio F., partindo de suas poesias e também explorando alguns dos seus contos dispostos nas coletâneas O ovo apunhalado (1975), Morangos mofados (1982) e Os dragões não conhecem o paraíso (1989), atentando a intratextualidade e aos temas que circundam suas composições, como o (des)amor e sua fragilidade, suas movimentações e desdobramentos, a repressão da sensibilidade, as ruínas da memórias, a (falta de) esperança, o medo e a morte constante das coisas, a busca eterna por si (compreender) e pelo outro, para se chegar, portanto, à escrita e ao labor poético de Caio Fernando Abreu, que entrelaça toda sua obra, seja ela estruturada em parágrafos, seja em versos.