PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR (PNAE) E AS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CASO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DA COOPERAI.
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A agricultura familiar tem vivenciado constantes e diferentes desafios no decorrer dos anos, que foram impostos principalmente, pela modernização do setor rural que ao exigir elevados níveis de produtividade e homogeneidade, dificultaram a inclusão da pequena e diversificada produção familiar no mercado consumidor. Tendo isto em vista, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) apresenta-se como um importante canal de comercialização e valorização da produção familiar. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo analisar as percepções dos agricultores familiares que integram a Cooperativa dos Produtores do Assentamento Itamarati II (COOPERAI), acerca da viabilidade econômica de sua participação no PNAE pressupondo sua relação com o desenvolvimento local. Para isso, inicialmente apresenta-se uma breve revisão de literatura para contextualizar a agricultura familiar e a sua importância para o desenvolvimento rural local, e ainda o papel que as cooperativas ou associações possuem nesse processo. Em seguida, explana-se sobre o PNAE, aspectos históricos, diretrizes gerais e como a agricultura familiar se insere no programa. Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com caráter qualitativo, mas complementada por dados quantitativos, ou seja, por métodos mistos, e a pesquisa de campo ocorreu por meio de entrevistas informais e semiestruturadas. Os resultados indicaram que as percepções dos agricultores entrevistados, em síntese, se dividem em dois extremos: i) a existência de uma dependência financeira ao programa, principalmente por aqueles produtores que atuam há mais tempo no PNAE; e, ii) enquanto para outros produtores o PNAE é apenas uma das fontes para a comercialização da sua produção.Références
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